Estima-se que as perdas anuais de produção de soja em função da ocorrência de doenças varie entre 15% a 20%, entretanto, sabe-se que a nível de lavoura, algumas doenças possuem a capacidade de reduzir em até 100% a produtividade da cultura (Seixas et al., 2020).

A grande maioria das doenças que acometem a soja são causada por fungos. Esses fungos apresentam diferentes exigências climáticas e ambientais para infectar a planta, mas no geral, são favorecidos por condições de elevada umidade e temperaturas amenas.

Durante o ciclo de desenvolvimento da soja, diversas doenças podem acometer a cultura, algumas estão presentes na lavoura antes mesmo da semeadura da soja, outras são inseridas por sementes contaminadas, disseminadas pelo vento, e algumas podem estar presentes no solo, na palhada e resíduos culturais.

Figura 1. Período de ocorrência de doenças em soja.

Embora muitas vezes não sejam foco do manejo, um grupo de doenças que apresentam capacidade em depreciar os grãos e reduzir a produtividade da soja são as doenças de final de ciclo, popularmente conhecidas como DFCs.

Dentre as principais DFCs que acometem a soja, destacam-se a Septoriose em soja (Septoria glycines), oídio (Microsphaera diffusa), mancha-olho-de-rã (Cercospora sojina),  crestamento foliar e mancha púrpura (Cercospora kikuchii), mancha-alvo (Corynespora cassiicola), antracnose (Colletotrichum truncatum) e a ferrugem-asiática da soja (Phakopsora pachyrhizi).

Tradicionalmente convencionou-se classificar como as principais DFCs da soja a antracnose, crestamento foliar, mancha-parda e mancha olho-de-rã porque normalmente são constatados seus sintomas no final do ciclo da cultura, contudo, normalmente a infecção da planta pelo fungo ocorre em períodos anteriores, exigindo monitoramento e medidas de controle.


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Embora normalmente as medidas de controle das DFCs sejam adotadas a partir do início da formação de grãos (R5.1), sabe-se que os fungos causadores das DFCs incidem na cultura de soja, desde a emissão das primeiras folhas, principalmente em áreas sem rotação e quando ocorrem condições climáticas favoráveis, isto é, chuvas frequentes e temperaturas variando entre 22º e 30ºC (Godoy, 2006).

Além disso, algumas dessas doenças apresentam mais de um ciclo ao longo do desenvolvimento da soja, sendo, portanto, consideradas policíclicas. Dessa forma, o inóculo produzido pela doença policíclica infecta outras plantas ou os tecidos saudáveis da planta hospedeira, permitindo a ocorrência de múltiplos ciclos da doença ao longo do cultivo, o que torna necessário intensificar o monitoramento para avaliar a necessidade de controle.

Tabela 1. Classificação das doenças da soja quanto ao tipo de ciclo (monocíclicas e policíclicas).

Considerando o impacto das doenças na cultura da soja, o controle químico é indispensável para reduzir as perdas de produtividade, no entanto, além de posicionar adequadamente os fungicidas no tempo, é preciso escolher adequadamente cada principio ativo e molécula para um controle eficiente, o que pode causar dúvidas em função da grande variedade de produtos registrados para a cultura.

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Veja mais: Eficiência de fungicidas no controle de DFCs em soja, safra 2023/24


Referências:

GODOY, C. V. MANEJO DE DOENÇAS DEVE OCORRER DE FORMA INTEGRADA. Visão Agrícola, n. 5, 2006. Disponível em: < https://www.esalq.usp.br/visaoagricola/sites/default/files/va05-fitossanidade04.pdf >, acesso em: 21/08/2024.

SEIXAS, C. D. S. et al. MANEJO DE DOENÇAS. Embrapa, Sistemas de Produção, n.17, Tecnologias de Produção de Soja, cap. 10, 2020. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/223209/1/SP-17-2020-online-1.pdf >, acesso em: 21/08/2024.

Foto de capa: Maurício Stefanelo – Ceres Consultoria

 

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