Durante o ciclo de desenvolvimento da soja, pragas e doenças podem incidir sobre a cultura, causando danos ao dossel das plantas, reduzindo significativamente a área fotossintéticamente ativa, caso não haja um controle eficiente desses agentes. Embora a boa plasticidade seja uma característica conhecida das plantas de soja, nem sempre ela é capaz de compensar as perdas decorrentes do baixo estande de plantas ou redução drástica do dossel da cultura.
Com isso em vista, o manejo e controle eficiente de pragas e doenças que acometem as folhas da soja é essencial para garantir a sanidade das folhas e a boa área fotossintéticamente ativa da planta. Ainda que existam níveis de ação pré-estabelecidos para o controle de pragas desfolhadoras em soja, trabalhos avaliando a influência da desfolha na produtividade da soja vem sendo desenvolvimento, a fim quantificar os danos em decorrência da redução da área foliar da planta.
Conforme observado por Alves; Bellettini; Bellettini (2020), níveis de desfolha de até 33,3 % nos estádios vegetativo e/ou reprodutivo, não afetaram os componentes de produção e a produtividade da soja, fato que em parte, pode ser atribuído a habilidade compensativa da soja. Contudo, avaliando níveis de desfolha superiores em diferentes estádios do desenvolvimento da soja, Gobbi & Casimiro (2019) observaram que independente do estádio de desenvolvimento analisado pelos autores, o aumento da desfolha da soja reflete no decréscimo da produtividade da cultura, especialmente quando a desfolha ocorre nos estádios mais avançados do desenvolvimento da planta.
No presente estudo, Gobbi & Casimiro analisaram os níveis de desfolha de 33%; 66% e 100%, nos estádios de V4; R3 e R5. Em comparação a testemunha (sem desfolha), os autores destacam ser possível observar diferença significativa da produtividade independente do nível de desfolha e período da desfolha, evidenciando a capacidade da desfolha em influenciar a produtividade da soja.
Tabela 1. Resumo da análise de variância dos dados de rendimento de grãos (kg ha-1), submetidas a diferentes níveis de desfolha em diferentes estádios fenológicos de desenvolvimento da soja.
Conforme resultados obtidos pelos autores, os maiores danos foram observados com 100% de desfolha, correspondendo a perdas de produtividade de 58% em V4, 65% em R3 e 68% em R5. Já com o menor nível de desfolha (33%), foram observadas perdas de produtividade de 8,4% em V4, 13,9% em R3 e 22% em R5. Os resultados encontrados pelos autores indicam que as maiores perdas produtivas em decorrência da desfolha da soja foi observada em R5, independente do nível de desfolha.
Gobbi & Casimiro (2019) destacam que em média, perdas de produtividade de 31%, 36% e 42% foram observadas quando a desfolha ocorre respectivamente em V4, R3 e R5, enquanto, perdas médias de produtividade de 15%, 30% e 64% foram observadas respectivamente para os níveis de desfolha de 33%, 66% e 100%.
Figura 1. Perdas de produtividade da soja em função de diferentes níveis e períodos de desfolha, em comparação a testemunha (sem desfolha).
Confira o trabalho completo de Gobbi & Casimiro (2019) clicando aqui!
Veja mais: Conheça os níveis de ação das principais pragas da soja
Referências:
ALVES, G. H. T.; BELLETTINI, S.; BELLETTINI, N. M. T. DIFERENTES NÍVEIS DE DESFOLHA ARTIFICIAL NOS COMPONENTES DE PRODUÇÃO DA SOJA. Braz. J. of Develop. Curitiba, v.6, n.9, 2020. Disponível em: < https://brazilianjournals.com/ojs/index.php/BRJD/article/view/16113/13184 >, acesso em: 04/01/2021.
GOBBI, R. C.; CASIMIRO, E. L. N. EFEITOS DE NÍVEIS DE DESFOLHA EM DIFERENTES ESTÁDIOS FENOLÓGICOS NA CULTURA DA SOJA. Revista Cultivando o Saber, v. 12, n. 3, 2019. Disponível em: < http://177.53.200.37/index.php/cultivando/article/view/939/862 >, acesso em: 04/01/2021.
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