O índice de área foliar (IAF) é a relação entre a área foliar e a área de solo ocupada pelo cultivo. O IAF é um condicionante da produtividade, pois através do IAF é definida a capacidade do dossel em interceptar a radiação solar, converter em matéria seca através da fotossíntese e a produzir grãos. Em soja, valores de IAF crítico (quando 95% da radiação solar é interceptada pelo dossel) variam de 3,5 a 4,0, IAF suficiente para colher 60 sc ha-1 a 70 sc ha-1.
A partir de 2010, devido ao aumento do potencial produtivo das cultivares de soja tem-se observado o aumento frequente de produtores que colhem áreas com produtividade maior que 90 sc ha-1 a 100 sc ha-1. Um dos principais fatores para altas produtividades é o IAF. Mas os valores de IAF 3,5 e 4,0 são ainda suficientes para atingir esse novo patamar produtivo? Tagliapietra e colaboradores encontraram essa resposta em 2018.
No estudo de Tagliapietra foram utilizados dados de quatro anos agrícolas, em seis locais, com pontos irrigados e não irrigados e 16 cultivares de soja com tipo de crescimento determinado e indeterminado e grupo de maturidade relativa (GMR) ≤ 5.4 a > 7.0, semeadas desde o início de setembro até fevereiro.
Figura 1. Relação entre o IAF máximo e a produtividade de grãos (1 Mg ha-1 = 16,6 sc ha-1). Adaptado de Tagliapietra et al. (2018), publicado no Agronomy Journal. Para mais informações clique aqui.
O IAF máximo para altas produtividades foi 6,5 para cultivares determinadas e 6,0 para cultivares indeterminadas. Na média, IAF 6,3 é suficiente para atingir 100 sc ha-1. Valores de IAF maior que 6,3 não aumentaram a produtividade de grãos. Uma das hipóteses que explica a maior demanda de IAF para o potencial de produtividade das cultivares modernas (100 sc ha-1), é o aumento da reserva de nitrogênio (N) nas plantas, elemento essencial para o enchimento de grão e para a qualidades do grão.