Considerada uma praga secundária de lavouras agrícolas, os tripes (Thysanoptera) tem maior ocorrência nas regiões sul do Brasil. Os insetos raspam as folhas da soja, que se tornam prateadas após o ataque (Hoffmann-Campo et al., 2012). Além de causarem pequenos danos nas folhas, expondo-as e patógenos, os tripes podem atuar como transmissores do vírus que causa a doença “queima-do-broto” doença essa que pode causar sérios prejuízos à soja, sendo as principais e mais comuns espécies de tripes encontradas na cultura da soja a Caliothrips braziliensis e Frankliniella schultzei (Sosa-Gómez et al., 2014).


Veja também: Danos de tripes na soja


Figura 1. Características de tripes.

Condições de clima seco favorecem o desenvolvimento da praga, sendo que o estresse hídrico provocado pela seca permite o aumento rápido das populações ao favorecer o desenvolvimento dos tripes em estado de pseudopupa no solo. Ao completar satisfatoriamente esta fase, surgem os insetos adultos que logo se dispersam por toda a lavoura. O vento é o principal fator de dispersão de adultos (Mombelli).

Das alternativas de controle para tripes, a utilização de inseticidas químicos é a que oferece maior eficiência. Contudo, por haver poucos produtos de manejo químico para tripes, princípios ativos com alvo para outros organismos têm sido utilizados para controle indireto de populações desse inseto (Minuzzi et al., 2018).



A eficiência de diferentes inseticidas para controle de tripes foi avaliada por Minuzzi et al. (2018). O estudo realizado pelos autores contemplou 22 tratamentos distintos, onde além de avaliar a eficiência de controle da praga, também foi avaliada a eficiência econômica de utilização dos produtos.

A espécie de tripes avaliada por Minuzzi et al. (2018) foi a Caliothrips brasiliensis e os tratamentos quem compuseram o estudo realizado pelos autores consistiam em: T1 – Água; T2 – Lambda-Cialotrina; T3 – Bifentrina; T4 – Lambda-Cialotrina + Tiametoxam; T5 – Imidacloprido; T6 – Bifentrina + Imidacloprido; T7 – Bifentrina + Zeta-Cipermetrina; T8 – Fenpropatrina + Acetamiprido; T9 – Bifentrina + Carbosulfano; T10 – Acefato; T11 – Imidacloprido + Beta-Ciflutrina; T12 – Acetamiprido + Alfa-Cipermetrina; T13 – Acetamiprido + Bifentrina; T14 – Metomil; T15 – Novalurom; T16 – Metomil + Novalurom; T17 – Clorantraniliprole; T18 – Indoxacarbe; T19 – Benzoato De Emamectina; T20 – Lambda-Cialotrina + Clorantraniliprole; T21 – Clorfenapir; T22 – Espinetoram (Minuzzi et al., 2018).

Os resultados de eficiência de controle e econômica do estudo realizado por Minuzzi et al. (2018) podem ser observados na tabela 1.

Tabela 1. Eficiência média (Abbott) e índice de eficiência econômica de princípios ativos aplicados indiretamente sobre Caliothrips brasiliensis (Thysanoptera: Thripidae) na cultura da soja.

*Média seguidas por letras diferentes, diferem estatisticamente pelo teste de Scoot-Knoot a 5% de probabilidade de erro.
** Produto comercial.
Fonte: Minuzzi et al. (2018)

Com base nos resultados obtidos por Minuzzi et al. (2018), o princípio ativo Imidacloprido apresentou eficiência superior a 80% para o controle da população de tripes e obteve a melhor relação custo-benefício. Outros ativos como Lambda-Cialotrina + Tiametoxam; Bifentrina + Imidacloprido; Fenpropatrina + Acetamiprido; Bifentrina + Carbosulfano; Imidacloprido + Beta-Ciflutrina; Acetamiprido + Alfa-Cipermetrina; Acetamiprido + Bifentrina; Benzoato de Emamectina e Clorfenapir também apresentaram eficiência de controle superior a 80%.

O estudo realizado por Minuzzi et al. (2018), demonstra que, ainda que tenhamos poucos produtos registrados para o controle de tripes em soja, outros inseticidas, quando aplicados para controle de suas pragas alvo, podem auxiliar no manejo da praga.

Confira o trabalho completo de Minuzzi et al. (2018) clicando aqui!

Referências:

HOFFMANN-CAMPO, C. B. et al. PRAGAS DA SOJA NO BRASIL E SEU MANEJO INTEGRADO. Embrapa, 2012. Disponível em: < https://www.agencia.cnptia.embrapa.br/Repositorio/circtec30_000g46xpyyv02wx5ok0iuqaqkbbpq943.pdf >, acesso em: 26/03/2021.

MINUZZI, V. F. et al. EFICIÊNCIA ECONÔMICA DE INSETICIDAS SOBRE Caliothrips brasiliensis NA CULTURA DA SOJA. Revista Interdisciplinar Ensino, Pesquisa e Extensão, v. 6, p.271-278, 2018. Disponível em: < http://www.revistaeletronicaocs.unicruz.edu.br/index.php/eletronica/article/view/7047 >, acesso em: 26/03/2021.

MOMBELLI, D. J. INFESTAÇÃO DE TRIPES NA CULTURA DA SOJA. Coagril. Disponível em: < http://www.coagril-rs.com.br/informativos/ver/348/infestacao-de-tripes-na-cultura-da-soja >, acesso em: 26/03/2021.

SOSA-GÓMEZ, D. R. et al. MANUAL DE IDENTIFICAÇÃO DE INSETOS E OUTROS INVERTEBRADOS DA CULTURA DA SOJA. Embrapa, Documentos, n. 269, 2014. Disponível em: < https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/991685/manual-de-identificacao-de-insetos-e-outros-invertebrados-da-cultura-da-soja >, acesso em: 26/03/2021.

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