A área cultivada de soja no Estado é de 6.513.891 hectares. A produtividade atual é estimada em 2.175 kg/ha, significando redução de 30% no potencial produtivo inicial da cultura em função da estiagem.
No período, as chuvas ocorridas entre os dias 29 e 31/03, melhor distribuídas e em volumes mais significativos, contribuíram para a recuperação/manutenção da umidade, especialmente em lavouras de semeadura mais tardia, que ainda não definiram o potencial produtivo. As precipitações também colaboraram para uniformização da maturação, mas não prejudicaram a colheita, que evoluiu rapidamente de 8% para 18% da área cultivada no Estado. Porém, mesmo com esse avanço, persiste o atraso em relação às safras passadas.
Os resultados obtidos continuam muito variáveis entre as diferentes regiões do Estado: em lavouras lesadas na Fronteira Oeste, a produtividade é de 180 kg/ha, o que não cobre os custos de colheita; e em parte das lavouras nos Campos de Cima da Serra, as produções estão próximas a 4.000 kg/ha, índice que não se diferencia do projetado no início do plantio.
Nas lavouras afetadas pela estiagem, há uma proporção elevada de grãos com coloração esverdeada e com tegumento enrugado no produto colhido, mas, mesmo assim, a classificação se encontra dentro do padrão comercial. Os produtores prosseguiram as pulverizações por meio do uso de herbicidas desfolhadores para a uniformização da maturação, dada a diferença de vagens maduras e verdes nas mesmas plantas.
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, as lavouras de cultivares precoces estão em colheita. Os rendimentos estão bastante afetados conforme a localidade: em Candiota e Manoel Viana, variam de 180 a 600 kg/ha; em São Borja, apenas 300 kg/ha; e em Bagé e São Gabriel, alcançam de 1.000 a 2.000 kg/ha, e as perdas são menores. Há expectativa de que as lavouras mais tardias elevem seu potencial produtivo, principalmente em áreas de várzeas onde o aspecto das lavouras é melhor.
Na de Caxias do Sul, apesar dos eventos de chuvas, predominou o tempo seco, favorecendo a colheita, que avançou de forma muito expressiva e alcançou aproximadamente 40% da área cultivada. Em Muitos Capões, Vacaria e Esmeralda, principais municípios produtores da região, os rendimentos estão se mantendo próximos a 3.600 kg/ha, pouco menor do que a expectativa inicial.
Na de Erechim, houve intensificação da colheita. A produtividade alcançada é de 2.930 kg/ha, mas ainda há frustração por parte dos produtores, pois estão abaixo da esperada. Esse índice também varia conforme a cultivar utilizada e as diferentes precipitações durante o ciclo.
Na de Frederico Westphalen, o ritmo de colheita foi acelerado, mas a área colhida ainda é inferior às safras passadas, como decorrência das condições de tempo adversas e dos atrasos no plantio. Cerca de 20% das lavouras foram colhidas e 60% estão em maturação.
Na de Ijuí, a cultura está em plena colheita, próxima a 30% da área de cultivo. O rendimento obtido, até o momento, é de 1.968 kg/ha. À medida que a operação avançou, houve redução da produtividade, que apresenta grande variabilidade entre as lavouras. Em Catuípe, a produtividade oscilou entre 300 kg/ha e 3.000 kg/ha e se concentra de forma mais expressiva nas lavouras de localidades onde as chuvas foram recorrentes, mesmo que os volumes acumulados tenham sido baixos.
Na de Pelotas, a colheita ganhou celeridade e alcançou 25% no município de Pelotas, e 15% em Cerrito e em Morro Redondo. A produtividade obtida no momento se aproxima de 2.200 kg/ha.
Na de Porto Alegre, a colheita evoluiu para 12% da área de cultivo. Porém, como houve atrasos nos plantios em função da estiagem, a fase predominante ainda é a de enchimento de grãos – 65%. Em maturação, estão 23% dos cultivos.
Na de Santa Maria, a colheita avançou para 20%. As lavouras de início do plantio apresentaram rebrote devido à ocorrência de chuvas após um período seco. No momento, há grande desuniformidade na maturação das vagens. As lavouras plantadas no final do zoneamento agrícola apresentam um bom desenvolvimento em virtude das chuvas mais regulares.
Na de Santa Rosa, 3% das lavouras ainda estão em fase de florescimento; em enchimento de grãos são 28%; e em maturação, 49%. A colheita avançou para 20% da área cultivada, e a produtividade permanece variável, abaixo da almejada, ou seja, entre 300 kg/ha e 1.200 kg/ha. As chuvas em volumes significativos durante o período, na região, ajudarão a evitar maiores perdas. A redução das temperaturas poderá impactar negativamente no crescimento das lavouras implantadas em sucessão a milho no final de fevereiro, diminuindo o porte das plantas e seu potencial produtivo.
Na de Soledade, 50% das lavouras estão em maturação fisiológica, e pouco mais de 10% colhidas. Ainda há uma considerável área em enchimento de grãos, que foi muito favorecida pela ocorrência de precipitações. No entanto, de modo geral, as lavouras têm baixa estatura de plantas, que apresentam carga de vagens abaixo do normal. Na maior parte das lavouras, os manejos fitossanitários foram finalizados, mas ainda são realizados em lavouras com semeadura mais tardia.
Comercialização (saca de 60 quilos)
Segundo o levantamento semanal de preços realizado pela Emater/RS-Ascar no Estado, a cotação média da soja na semana foi de R$ 148,38/sc., representando uma elevação de +1,64% em relação à cotação da semana anterior de R$ 145,98.
Fonte: Informativo Conjuntural n° 1757 – Emater/RS