Considerado o segundo macronutriente mais requerido pela cultura da soja, o potássio (K), é fundamental para o metabolismo vegeta, assim como para a obtenção de boas produtividades de soja. Em média, são exportados cerca de 20 kg de K2O por tonelada de soja produzida, o que representa mais de 50% do total extraído (Gitti; Roscoe; Rizzato, 2019).

Conforme destacado por Marcandall et al. (2018), a soja apresenta respostas positivas ao incremento da adubação potássica, o que torna essencial a reposição do nutriente exportado pela cultura para a obtenção de altas produtividades de soja. Além disso, cabe destacar que a eficiência de utilização do K dos adubos, quando se realizam as boas práticas de uso de fertilizantes em sistema plantio direto, está acima de 90% (Gitti; Roscoe; Rizzato, 2018), o que facilita a reposição do nutriente no solo.

Figura 1. Médias de produção em função das doses de potássio utilizadas na cultura da soja.

Fonte: Marcandall et al. (2018)

O manejo do potássio na cultura da soja consiste no balanço entre a aplicação dos fertilizantes e a exportação da cultura, sendo normalmente fornecido via fertilizantes N-P-K ou fertilizantes potássicos como o Cloreto de Potássio (KCl). A maior mobilidade do potássio em comparação ao fósforo no solo, permite um manejo mais flexível desse nutriente. Logo, o fornecimento do potássio pode ocorrer na pré-semeadura, no momento da semeadura, de forma parcelada (semeadura + lanço) ou totalmente em superfície do solo, via aplicação a lanço. A forma e época de aplicação do potássio deve levar em consideração uma série de fatores, como quantidade a ser fornecida do nutriente, capacidade operacional da propriedade, características de solo, sistema de cultivo entre outros.

Analisando épocas e formas de aplicação do cloreto de potássio (KCl) na cultura da soja, Avila & Casimiro (2018) observaram que dependendo do período em que ocorre a aplicação do fertilizante, incrementos significativos de produtividade podem ser observados em soja. Os autores analisaram cinco tratamentos, compostos por: T1 –  Testemunha (sem adubação), T2 – KCl em cobertura 15 dias antes da semeadura (pré-plantio), T3 –  KCl na semeadura (plantio na linha), T4 – KCl em cobertura 15 dias após semeadura (pós-plantio), T5 KCl ½ na semeadura e ½ em cobertura após a semeadura (plantio fracionado). Como fonte de potássio, Avila & Casimiro (2018) utilizaram 392 kg ha-1 de cloreto de potássio na concentração de 60% K2O aplicado manualmente de acordo com cada tratamento.



Com base nos resultados observados pelos autores (tabela 1), os maiores incrementos de produtividade em função da época de aplicação do fertilizante potássio em soja ocorreram nos tratamentos T2 e T4, correspondendo respectivamente a aplicação do potássio em cobertura 15 dias antes da semeadura e em cobertura 15 dias após semeadura.

Tabela 1. Peso de mil grãos (PMG) em gramas, Numero de vagens por planta e Produtividade de soja em diferentes aplicações de KCl.

Tratamentos: T1 – Testemunha (0 kg de KCl); T2 – Aplicação do KCl 15 dias antes da semeadura (Pré-plantio); T3 – Aplicação do KCl na semeadura (Plantio na linha); T4 – Aplicação do KCl 15 dias após semeadura (Pós-plantio); T5 – Aplicação Fracionada do KCl ½ na semeadura e ½ em cobertura após a semeadura (Plantio fracionado). As médias seguidas pela mesma letra, dentro de cada parâmetro, não diferem estatisticamente entre si. Foi aplicado o Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade, CV = Coeficiente de variação. DMS = Diferença mínima significativa) Fonte: Avila & Casimiro (2018)

Analisando os resultados obtidos por Avila & Casimiro (2018) e comparando o ganho médio de produtividade da aplicação do cloreto de potássio aos 15 dias antes da semeadura (T2) e aos 15 dias após a semeadura (T4) com a tradicional aplicação do fertilizante no momento de semeadura (T3), é possível constatar incrementos de produtividade superiores a 600 kg ha-1, demonstrando que a aplicação de potássio em cobertura pode ser uma ferramenta para maximizar a produtividade da soja.

Cabe destacar que não necessariamente os resultados obtidos por Avila & Casimiro (2018) serão expressos em qualquer lavoura e/ou ambiente de cultivo, sendo necessário analisar cada lavoura e manejo de forma singular.  Contudo, é possível observar que há certa flexibilidade no manejo do potássio em soja, podendo haver incremento de produtividade da cultura em função da época de aplicação do nutriente. Confira o trabalho completo de Avila & Casimiro (2018) clicando aqui!

Referências:

AVILA, T. S.; CASIMIRO, E. L. N. DIFERENTES ÉPOCAS E FORMAS DE APLICAÇÃO DE KCl (CLORETO DE POTÁSSIO) NA CULTURA DA SOJA. Anais da 12º SEAGRO da FAG, 2018. Disponível em: < https://www.fag.edu.br/upload/revista/seagro/5b466740368bc.pdf >, acesso em: 29/07/2022.

GITTI, D. C.; ROSCOE, R.; RIZZATO, L. A. MANEJO E FERTILIDADE DO SOLO PARA A CULTURA DA SOJA. Fundação MS, Tecnologia e Produção: Soja 2017/ 2018, 2018. Disponível em: < https://www.fundacaoms.org.br/wp-content/uploads/2021/02/httpswww.fundacaoms.org_.brpublicacoestecnologia-e-producao-safratecnologia-producao-soja-2017-2018.pdf >, acesso em: 29/07/2022.

GITTI, D. C.; ROSCOE, R.; RIZZATO, L. A. MANEJO E FERTILIDADE DO SOLO PARA A CULTURA DA SOJA. Fundação MS, Tecnologia e Produção: Soja 2018/ 2019, 2019. Disponível em: < https://www.fundacaoms.org.br/wp-content/uploads/2021/02/Tecnologia-e-Producao-Soja-Safra-20182019.pdf >, acesso em: 29/07/2022.

MARCANDALLI, L. H. RESPOSTA DA CULTURA DA SOJA A ADUBAÇÃO POTASSICA EM COBERTURA NA REGIÃO DOS CHAPADÕES. FertiBio: Desafios para o uso do solo com eficiência e qualidade ambiental, 2018. Disponível em: < http://www.diadecampo.com.br/arquivos/materias/%7BCF06123E-51F7-4015-BCEB-D60AA7899E13%7D_57_2.pdf >, acesso em: 29/07/2022.

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