Algumas doenças fungicidas são frequentemente encontradas em lavoura de soja, assolando a cultura e tornando necessário o manejo e controle delas para evitar maiores perdas quantitativas e qualitativas da produção. Dentre as principais e mais agressivas doenças fúngicas que acometem a cultura, a ferrugem-asiática da soja (Phakopsora pachyrhizi) se destaca pelo elevado potencial em causar danos.

A devastadora capacidade da doença em reduzir a produtividade da soja torna necessário aderir a práticas de manejo que possibilitem controlar com maior eficiência a ferrugem-asiática. Infelizmente, os casos de ocorrência da ferrugem-asiática da soja vêm aumentando no território nacional na safra 2021/22, fato que ascende um alerta frente a necessidade de manejar a doença.


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Conforme orientações do FRAC-BR (Comitê de Ação a Resistência a Fungicidas), visando maior eficiência de controle e redução dos riscos de ocorrência de casos de resistência do patógeno a fungicidas, todo o programa de prevenção da ferrugem-asiática deve ser inicializado de forma preventiva a ocorrência da doença.

Dentre as principais estratégias utilizadas a nível de campo para o manejo da doença, o uso de fungicidas se destaca. Embora os fungicidas sítio-específico sejam muito empregados com esse intuito, cabe destacar que fungicidas multissítios são essenciais para o manejo da resistência da ferrugem-asiática a fungicidas.

Dos fungicidas sítio-específicos utilizados no manejo da doença, se destacam três grupos, sendo eles: os Inibidores de desmetilação (IDM, “triazóis”), os Inibidores da Quinona externa (IQe, “estrobilurinas”) e os Inibidores da Succinato Desidrogenase (ISDH, “carboxamidas”), contudo, cabe destacar que atualmente, o fungo P. pachyrhizi apresenta mutações que conferem resistência quantitativa a esses três grupos de fungicidas sítio-específicos (Embrapa).



Com isso em vista, fica evidente a necessidade em utilizar fungicidas multissítios para melhor eficiência de controle da ferrugem-asiática da soja. Os fungicidas multissítios são importantes para atrasar o processo de seleção de resistência e aumentar a eficiência dos fungicidas sítio-específicos (Embrapa).

Conforme observado por Godoy et al. (2021), embora os fungicidas multissítios possuam significativa capacidade em reduzir a severidade da ferrugem-asiática quando utilizados de forma isolada, eles se destacam quando utilizados em associação a fungicidas sítio-específicos, potencializando a ação deles no controle da ferrugem-asiática da soja.

Tabela 1. Severidade da ferrugem-asiática, porcentagem de controle (C) em relação à testemunha sem fungicida, produtividade e porcentagem de redução de produtividade (RP) em relação ao tratamento com a maior produtividade, para os diferentes tratamentos. Média de 15 experimentos para severidade e 14 para produtividade, safra 2020/2021. Protocolo multissítios associados ao fungicida (picoxistrobina & benzovindiflupir).

Fonte: Godoy et al. (2021)

Dessa forma, fica nítida as contribuições dos fungicidas multissítios, especialmente quando associados a sítio-específicos no manejo e controle da ferrugem-asiática da soja. Cabe lembrar, que visando um adequado manejo e controle da doença, recomenda-se seguir as orientações Comitê de Ação a Resistência a Fungicidas, dando preferência para o manejo preventivo da doença. Aliado a isso, práticas alternativas de manejo como o uso de indutores de resistência podem contribuir para a redução da severidade da doença.

Referências:

EMBRAPA. FERRUGEM: MANEJO E PREVENÇÃO. Embrapa. Disponível em: < https://www.embrapa.br/en/soja/ferrugem >, acesso em: 13/01/2022.

FRAC. NOVAS RECOMENDAÇÕES PARA O MANEJO DA FERRUGEM ASIÁTICA DA SOJA. Comitê de Ação a Resistência a Fungicidas. Disponível em: < https://www.frac-br.org/soja >, acesso em: 13/01/2022.

GODOY, C. V. et al. EFICIÊNCIA DE FUNGICIDAS MULTISSÍTIOS E PRODUTO BIOLÓGICO NO CONTROLE DA FERRUGEM-ASIÁTICA DA SOJA, Phakopsora pachyrhizi, NA SAFRA 2020/2021: RESULTADOS SUMARIZADOS DOS EXPERIMENTOS COOPERATIVOS.Embrapa, Circular Técnica, n. 175, 2021. Disponível em: < https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/handle/doc/1134157 >, acesso em: 14/01/2022.

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