O emprego de fungicidas é extremamente necessário na cultura da soja para um adequado manejo fitossanitário da lavoura. Embora diversos patógenos possam acometer a soja, o foco normalmente são as doenças causadas por fungos.
Dentre os principais grupos químicos de fungicidas utilizados no manejo da soja, destacam-se as Estrobilurinas, as Carboxamidas, Triazóis e Triazolintione. Contudo, a utilização desses grupos químicos de forma isolada pode resultar em baixa eficiência de controle das doenças fungicidas.
Posicionamento de fungicidas
Para doenças com elevado potencial em causar danos, tais como a ferrugem-asiática da soja (Phakopsora pachyrhizi), as orientações de manejo estabelecem que as recomendações de fungicidas devem ser baseadas em produtos registrados contendo estrobilurinas em combinação a triazóis, triazolintione e/ou carboxamidas, as quais devem ser aplicadas em doses, épocas e intervalos de acordo com a recomendação das empresas detentoras do registro (FRAC-BR).
Conforme analisado por Godoy et al. (2023), avaliando a eficiência de fungicidas no controle da ferrugem-asiática da soja na safra 2022/23, os melhores resultados de controle da doença foram obtidos com o emprego de fungicidas que contem em sua formulação, a associação entre os grupos químicos citados anteriormente.
Atualmente, a maioria dos fungicidas registrados para o controle da ferrugem-asiática apresentam associações entre grupos químicos em suas formulações. Essa prática favorece o manejo da resistência das doenças a fungicidas e traz maior eficácia de controle.
O emprego de fungicidas sítio-específicos isolados no manejo de doenças em soja contribui para o avanço dos casos de resistência. No entanto, não quer dizer que apresentem baixa eficiência de controle. Se posicionados corretamente, sob condições adequadas tanto Triazóis quando Estrobilurinas e Carboxamidas podem apresentar boa eficiência de controle.
Contudo, vale destacar que as recomendações de manejo visando não só o controle das doenças como também o manejo da resistência delas a fungicidas orientam trabalhar com associações entre grupos químicos, atuando de forma preventiva. Além disso, Programas de aplicações iniciados curativamente, favorecem a pressão de seleção contínua e aceleram o desenvolvimento de populações menos sensíveis do patógeno e, portanto, não devem ser utilizados, principalmente se tratando do manejo da ferrugem-asiática (FRAC-BR).
Confira abaixo as dicas do professor e pesquisador Marcelo Madalosso.
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Referências:
FRAC-BR. IMPORTANTE: NOVAS RECOMENDAÇÕES PARA O MANEJO DA FERRUGEM ASIÁTICA DA SOJA. Comitê de Ação a Resistência a Fungicidas, FRAC-BRASIL, 2024. Disponível em: < https://www.frac-br.org/recomendacoes-ferrugem-asiatica-da- >, acesso em: 25/03/2024.
GODOY, C. V. et al. EFICIÊNCIA DE FUNGICIDAS PARA O CONTROLE DA FERRUGEM-ASIÁTICA DA SOJA, Phakopsora pachyrhizi, NA SAFRA 2022/2023: RESULTADOS SUMARIZADOS DOS ENSAIOS COOPERATIVOS. Embrapa, Circular Técnica, n. 195, 2023. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/doc/1154837/1/Circ-Tec-195.pdf >, acesso em: 25/03/2024.