A giberela (Gibberella zeae) é uma das principais doenças fungicas que acometem a cultura do trigo. Segundo Santana et al. (2016), as perdas de rendimento do trigo podem variar de 20% a 50%. Os autores destacam que a giberela ainda causa a má formação dos grãos e o acúmulo de micotoxinas, causando perdas de ordem tanto quantitativas quanto qualitativas.
Conforme destacado por Santana et al. (2012), a faixa ideal para o desenvolvimento da doença está entre 20°C a 25°C. Além disso, para que o patógeno se desenvolva é necessário a presença de “água livre” na folha do trigo, condição que pode ser observada com a ocorrência de precipitações pluviais por longos períodos de tempo (de 48h a 72h). Logo, a ocorrência de giberela no trigo é maior em anos chuvosos com temperaturas amenas.
Figura 1. Giberela em trigo (Gibberella zeae).
O período de extrusão das anteras do trigo durante o florescimento (figura 2), é o período mais suscetível da cultura ao desenvolvimento da giberela (Del ponte et al., 2004), sendo assim, deve-se priorizar o controle da doença durante esse período. Infecções tardias após o florescimento, não causam o chochamento de grãos, mas podem resultar no acúmulo de micotoxinas que são prejudiciais ao homem e aos animais (Santana et al., 2012).
Figura 2. Extrusão das anteras do trigo, período mais suscetível a ocorrência de giberela.
Tendo em vista a importância da doença e danos ocasionados à cultura do trigo, o controle da giberela é essencial para reduzir as perdas quantitativas e qualitativas dos grãos ou sementes produzidas. Conforme destacado por Carlos Augusto Pizolotto, Pesquisador da CCGL, em virtude de não dispormos de cultivares de trigo com elevado grau de resistência a giberela, o controle químico com o emprego de fungicidas passa a ser uma das principais ferramentas para o controle da doença. Dentre os fungicidas mais utilizados Pizolotto destaca os benzimidazóis, os triazóis, as estrubilurinas e alguns fungicidas multissítios a exemplo do mancozabe.
Veja mais: Giberela em trigo, confira os sintomas, danos e os fungicidas mais eficientes para controle
Confira o vídeo abaixo com as dicas do pesquisador da CCGL Carlos Augusto Pizolotto.
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Referências:
BIOTRIGO. 5 FATOS PARA COMBATER A GIBERELA NO TRIGO, NA CEVADA E NO TRITICALE. Bionews, 2018. Disponível em: < https://biotrigo.com.br/bionews/5-fatos-para-combater-a-giberela-no-trigo-na-cevada-e-no-triticale/1413 >, acesso em: 21/09/2021.
DEL PONTE, E. M. et al. GIBERELA DO TRIGO – ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS E MODELOS DE PREVISÃO. Fitopatol. bras. 29(6), 2004. Disponível em: < https://www.scielo.br/j/fb/a/WHmhpn6NbZJDn49RvBqjQ7D/abstract/?lang=pt >, acesso em: 21/09/2021.
GUTERRES, C. W. ENSAIOS COOPERATIVOS EM REDE: CONTROLE QUÍMICO DE GIBERELA E REDUÇÃO DE NÍVEIS DE MICOTOXINAS EM TRIGO. CCGL TEC. Disponível em: < https://www.embrapa.br/documents/1355291/17781060/Caroline+Wesp+-+Controle+Giberela.pdf/4b001588-3c3e-4f15-bc7f-6d2fe44d1c46?version=1.0 >, acesso em: 21/09/2021.
SANTANA, F. M. et al. EFICIÊNCIA DE FUNGICIDAS PARA CONTROLE DE Gibberella zeae EM TRIGO: RESULTADOS DOS ENSAIOS COOPERATIVOS – SAFRA 2013. Embrapa, Comunicado Técnico, n. 362, 2016. Disponível em: < https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/1058490/1/ID438462016CTO362.pdf >, acesso em: 21/09/2021.
SANTANA, F. M. et al. MANUAL DE IDENTIFICAÇÃO DE DOENÇAS DE TRIGO. Embrapa, Documentos, n. 108, 2012. Disponível em: < https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/handle/doc/990828 >, acesso em: 21/09/2021.