Indutores de resistência de plantas a pragas e doenças são frequentemente estudados para uso na agricultura, sendo fonte de discussões por diversos técnicos e profissionais da área. Durante seu ciclo de desenvolvimento, a planta está sujeita a incidência de pragas e doenças que prejudicam o crescimento e desenvolvimento vegetal, limitando a produtividade da cultura e qualidade dos grãos produzidos.

Dessa forma, o manejo e controle eficiente de pragas e doenças é de suma importância para a manutenção do potencial produtivo da cultura e obtenção de altas produtividades. Se tratando de doenças fungicas, o controle químico com o emprego de fungicidas é o método mais utilizado na agricultura comercial.

Contudo, embora esses fungicidas possibilitem o bom controle de manejo de doenças em soja, visando o aumento da sustentabilidade da cultura e manejo da resistência de doenças a fungicidas, o uso de métodos alternativos de controle e/ou ferramentas complementares como indutores de resistência podem trazer bons resultados, contribuindo significativamente para o manejo fitossanitário da soja.

Um dos indutores de resistência mais estudados e avaliados na cultura da soja é o Silício (Si). O silício atua na planta, aumentando a rigidez do tecido, promovendo barreira mecânica, contribuindo significativamente na redução dos danos ocasionados por pragas (Cavidanes et al., 2013). Dessa forma, o Silício é muito empregado como indutor de resistência de plantas a insetos pragas.

Com relação a indução de resistência a doenças, o Silício apresente bons resultados?

Avaliando indutores de resistência para controle de mancha-alvo (Corynespora cassiicola) na cultura da soja, Monteiro et al. (2019) observaram que indutores de resistência (Fosfito e Silício) apresentam resultados satisfatórios no controle da mancha-alvo em soja, principalmente quando associados a fungicidas, desempenhando assim, papeis de ferramentas complementares do manejo e controle da doença.

Os tratamentos avaliados pelos autores consistiam em aplicações associadas ou não de um fungicida sistêmico trifloxistrobina + protioconazol, um fungicida protetivo mancozebe e dois indutores de resistência, fosfito (33,6% de P2O5 + 29% de K2O Kg L-1) e silício (17,3g de K2O + 7,3g de Si g L-1) (Monteiro et al., 2019).

Figura 1. Produção Incidência de mancha alvo em soja, comparada em quatro avaliações durante o ciclo da cultura.

Fonte: Monteiro et al. (2019)

Com base nos dados observados, ainda que os melhores resultados de controle tenham sido obtidos com o uso de Trifloxistrobina + Protioconazol de forma isolada, é possível observar grande redução de incidência de doença das parcelas tratadas com Silício, Fosfito e ambos, em comparação à parcela sem tratamento (testemunha), mas nenhum tratamento impediu o progresso da doença (Monteiro et al., 2019).

Embora os autores não tenham estimado visualmente a influência dos tratamentos, é possível visualizar melhor sanidade do dossel da cultura tratada com indutores de resistência em comparação a testemunha, deixando nítida a contribuição dos indutores de resistência no manejo e controle da mancha alvo na cultura da soja.

Figura 2. Parte de baixo das plantas de soja, ambas em estágio R4, tratadas com fosfito e silício (A) e testemunha (B).

Fonte: Monteiro et al. (2019)

Com base nos resultados observados, os autores concluem que os indutores de resistência Fosfito e Silício podem ser utilizado no controle da mancha-alvo, trazendo bom resultados, especialmente quando associados a fungicidas.

Confira o Trabalho completo de Monteiro e colaboradores (2019) clicando aqui!


Veja mais: Indutores de resistência no controle de doenças


Referências:

CAVIDANES, T. M. S. et al. SILÍCIO COMO INDUTOR DE RESISTÊNCIA A Diatraea saccharalis (Fabricius) NA CULTURA DA CANA-DE-AÇÚCAR. VII Workshop Agroenergia, 2013. Disponível em: < http://www.infobibos.com.br/Agroenergia/CD_2013/Resumos/ResumoAgroenergia_2013_057.pdf >, acesso em: 27/12/2021.

MONTEIRO, L. F. S. et al. INDUTORES DE RESISTÊNCIA PARA CONTROLE DE MANCHA ALVO NA CULTURA DA SOJA. Science and Technology Innovation in Agronomy, Bebedouro, v.3, n.1, p. 115-133, dez. 2019. Disponível em: < https://unifafibe.com.br/revistasonline/arquivos/revistastia/sumario/59/05022020161758.pdf >, acesso em: 27/12/2021.

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