Considerado o segundo macronutriente mais requerido pela soja, o potássio (K) pode ser fornecido na semeadura ou pós semeadura da soja. No entanto, por se tratar de um nutriente que apresenta certo efeito salino, a adição de elevadas doses de potássio no sulco, no momento da semeadura da soja, pode resultar em danos às sementes, afetando sua capacidade germinativa, além de reduzir o rendimento operacional da atividade de semeadura.
Considerando que o potássio pode ser aplicado em superfície sem maiores danos à produtividade, o particionamento da adubação potássica pode ser uma interessante alternativa em algumas situações, conduto, é preciso definir o melhor momento de aplicação do potássio em cobertura.
De acordo com Tagliapietra et al. (2022), o Potássio é absorvido em altas taxas no início do ciclo da soja, excedendo 3,5 kg ha-1 dia-1 no final da fase vegetativa da cultura, sendo que, 48% da demanda é absorvida até R1, reduzindo sua absorção principalmente após R5. Nesse sentido, posicionar corretamente a adubação potássica em cobertura na soja, é determinante para suprir adequadamente as exigências nutricionais da soja.
Figura 1. Marcha de absorção de potássio das cultivares de soja BRS 184, SYN 1059RR e DM 6563 Intacta RR2 IPROTM.

Manejo da adubação potássica
O potássio disponível está presente na fração trocável do solo e apresenta maior mobilidade que o fósforo. Os processos de fluxo de massa e difusão determinam o contato do íon com as raízes, possibilitando maior flexibilidade quanto a época e o modo de aplicação, facilitando a logística e o manejo da adubação (Oliveira Junior et al., 2020). No entanto, para que a adubação potássica possa ser realizada de forma eficiente, sem maiores danos a produtividades, algumas orientações de manejo necessitam ser adotadas.
Para efeito de manejo da adubação potássica na cultura da soja, quantidades superiores a 60 kg ha-1 de K2O (respeitando-se os limites máximos indicados para cada região) devem ser evitadas na adubação em sulco de semeadura, a fim de reduzir possíveis danos por salinidade às sementes e plântulas.
No caso de doses superiores, a adubação complementar de potássio poderá ser realizada a lanço em cobertura, até o estádio vegetativo V4/V5, sendo que, a antecipação da adubação parcial ou total de K a lanço, antes da semeadura, também são alternativas com boa eficiência (Oliveira et al., 2024).
Figura 2. Plantas de soja nos estádios vegetativos V4 (A) e V5 (B).

Fonte de potássio
Para o potássio, a principal fonte e a de maior viabilidade econômica é o cloreto de potássio, contendo em média 58% de K2O em água, entretanto, fontes com multinultrientes têm sido disponibilizadas aos produtores. Nesse caso, a recomendação da quantidade a ser aplicada deve ser realizada a partir do teor de K solúvel em água e/ ou em ácido cítrico (Oliveira Junior et al., 2020).
Vale destacar que a adubação potássica no período recomendado é determinante para a obtenção de boas produtividades, já que, como visto anteriormente, o K é o segundo nutrientes mais requerido pela soja e é absorvido em altas taxas no início do ciclo da soja.
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Referências:
OLIVEIRA JUNIOR, A. et al. ESTÁDIOS FENOLÓGICOS E MARCHA DE ABSORÇÃO DE NUTRIEENTES DA SOJA. Embrapa Soja; Fortgreen, 2016. Disponível em: < https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/handle/doc/1047123 >, acesso em: 27/01/2025.
OLIVEIRA JUNIOR, A. et al. FERTILIDADE DO SOLO E EVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DA SOJA. Embrapa, Sistemas de Produção, n. 17. Tecnologias de Produção de Soja, cap. 7, 2020. Disponível em: < https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/1123928/1/SP-17-2020-online-1.pdf >, acesso em: 27/01/2025.
OLIVEIRA, F. A. et al. POTÁSSIO NOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO DE SOJA. Embrapa Soja, Documentos, n. 465, 2024. Disponível em: < https://www.embrapa.br/en/busca-de-publicacoes/-/publicacao/1169544/potassio-nos-sistemas-de-producao-de-soja >, acesso em: 27/01/2025.
TAGLIAPIETRA, E. L. et al. ECOFISIOLOGIA DA SOJA: VISANDO ALTAS PRODUTIVIDADES. Santa Maria, ed. 2, 2022.