Considerada uma planta daninha anual de verão (Carvalho, 2013) o caruru (Amaranthus spp.) apresenta rápido crescimento e desenvolvimento, o que confere a essa daninha uma elevada habilidade competitiva. Conforme destacado por Tuesca et al. (2016), dependendo da espécie de caruru é possível que a planta cresça de 3 a 4 centímetros por dia.

Os danos decorrentes da matocompetição com plantas cultivadas podem variar de acordo com a espécie e densidade populacional da daninha, mas segundo Klingaman & Oliver (1994)uma planta de A. palmeri por metro linear pode reduzir em até 32% a produtividade da soja.

Além da grande habilidade competitiva, elevada produção de sementes e rápidos crescimento e desenvolvimento da parte aérea, as plantas de caruru possuem um vasto sistema radicular, que permite a elas maior absorção de água e nutrientes do solo.

Figura 1. Raiz de caruru (Amaranthus palmeri).

Foto: Dionísio Luiz Pisa Gazziero

Conforme destacado por Anderson Nunes, IFRS – Campus Sertão, em virtude de suas características morfológicas e metabólicas, as plantas de caruru tendem a apresentar maior tolerância a períodos de déficit hídrico em comparação a soja, especialmente em sistemas de cultivo onde há o predomínio de solos rasos ou pedregosos.

 A maior tolerância da daninha ao déficit hídrico, associada a elevada produção de sementes do caruru e diversos fluxos de emergência da daninha, contribui para a sobrevivência das espécies e manutenção da densidade populacional do caruru, fato que pode dificultar ainda mais o manejo e controle eficiente das espécies do gênero Amaranthus.

Ainda que possa haver uma grande variabilidade entre as espécies de caruru, o rápido crescimento e desenvolvimento são características comuns da grande maioria das espécies de caruru, e tornam necessário maior cautela ao manejar a daninha visando reduzir sua interferência na produtividade das culturas agrícolas.

Confira abaixo mais um episódio do MISSÃO CARURU com as dicas e contribuições do professor e pesquisador Anderson Nunes.


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Referências:

CARVALHO, L. B. PLANTAS DANINHAS. Lages, 2013. Disponível em: < https://www.fcav.unesp.br/Home/departamentos/fitossanidade/leonardobiancodecarvalho/livro_plantasdaninhas.pdf >, acesso em: 12/11/2021.

GAZZIERO, D. L. P.; SILVA, A. F. CARACTERIZAÇÃO E MANEJO DE Amaranthus palmeri. Embrapa, Documentos, n. 384, 2017. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/159778/1/Doc-384-OL.pdf >, acesso em: 12/11/2021.

KLINGAMAN, E. T.; OLIVER, L. R. Palmer Amaranth (Amaranthus palmeri) Interferência na soja (Glycine max). Weed Science, vol. 42, n. 4, 1994. Disponível em: < https://www.jstor.org/stable/4045448?seq=1 >, acesso em: 25/01/2021.

TUESCA, D. et al. Amaranthus palmeri (S.) Watson Bases para su manejo y control en sistemas de producción. AAPRESID – REM, 2016. Disponível em: < https://www.aapresid.org.ar/rem-malezas/mapa-malezas/archivos/emergencias/documentos/tuesca-papa-y-morichetti-manejo-de-malezas-problema-amaranthus-palmeri-s-watson.pdf >, acesso em: 12/11/2021.

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