O sorgo, segundo RIBAS (2008), é uma cultura que apresenta ampla adaptabilidade a diversos tipos de solo, além de se adaptar bem a diversas regiões de cultivo, numa amplitude que varia de 30º de latitude norte até 30º de latitude sul. Contudo, o autor destaca que a planta não tolera baixas temperaturas, sendo seu cultivo mais aconselhado em regiões com temperatura média superior a 20°C.
O cultivo de sorgo em sucessão a culturas de verão tem contribuído para a oferta sustentável de produtos de boa qualidade e baixo custo para alimentação animal, tanto para pecuaristas como para a agroindústria de rações (LOURENÇO & BAGEGA, 2012).
Conforme RIBAS (2008) o cultivo do sorgo pode ser totalmente mecanizado, não havendo necessidade de máquinas próprias para a cultura, podendo ser utilizadas as mesmas máquinas agrícolas utilizadas no cultivo do trigo, soja entre outros grãos. Além disso, o sorgo apresenta uma ampla utilização, contendo variedades e cultivares aptas à produção de grãos para alimentação e destinados à produção de rações, forragem e até mesmo silagem.
Figura 1. Sorgo granífero (destinado a produção de grãos).
Figura 2. Sorgo forrageiro.
Figura 3. Ração de sorgo.
Visando os melhores resultados na produtividade do sorgo, são necessários alguns cuidados principalmente no processo de semeadura da cultua. Dependendo do destino da produção final, ajustes como diferentes populações e espaçamento das entre linhas são necessários para o melhor desenvolvimento da cultura, conforme sugerido por RIBAS (2008) na tabela 1.
Tabela 1. Sugestões para Regulagem de equipamentos de semeadura de acordo com diferentes tipos comerciais de sorgo, seus usos e seus espaçamentos recomendados
Além da ampla utilização do sorgo, e do seu elevado valor nutricional, outra vantagem é sua adaptabilidade a cultivos em regiões com baixa disponibilidade hídrica. Segundo PEREIRA FILHO & RODRIGUES (2015), uma característica importante do sorgo é que ele apresenta traços morfofisiológicos que conferem a cultura maior eficiência no uso da água, fato este que em conjunto com o sistema radicular eficiente da cultura, atuam na tolerância da cultura a seca.
Comparado a culturas como o milho por exemplo, PEREIRA FILHO & RODRIGUES (2015) destacam que a nível de raízes primária, o sorgo apresenta praticamente a mesma massa de raízes que o milho, contudo, a nível de raízes segundarias, o sorgo apresenta no mínimo o dobro da massa de raízes secundárias encontradas no milho. Além de apresentar uma ampla quantidade de pelos radiculares que possibilitam a maior absorção de água.
Tabela 2. Quantidade de água requerida por diversas culturas para produzir um quilo de massa seca.
Veja também: Qual é o consumo de água da cultura do sorgo ao logo do seu ciclo?
Conforme observado na tabela 2, o sorgo dentre as culturas abordadas na tabela é a que apresenta menor requerimento hídrico para a formação de um quilo de massa seca. Tendo em vista os aspectos observados e baseado no baixo requerimento hídrico do sorgo, aliado ao relativo ciclo de desenvolvimento curto da cultura, tem-se o sorgo como uma ótima opção para a rotação de culturas, podendo ser cultivado em “safrinha”, após os cultivos de verão, sendo uma opção de cultivos em períodos de baixa disponibilidade hídrica e se tornando fonte de renda ou massa para o sistema de cultivo.
Confira também: “Os 7 erros da Comercialização Agrícola”
Referências
ALDRICH, S. R.; SCOTT, W. O.; LENG, E. R. Water management. In: ALDRICH, S. R.; SCOTT, W. O.; LENG, E. R. Modern corn production. 2. ed. Champaign: A & L Publication, 1982. p. 189.
LOURENÇO, A. L. F; BAGEGA, D. TECNOLOGIA PARA A CULTURA DO SORGO. Fundação MS, 2012. dução: Milho Safrinha e Culturas de Inverno 2012
PEREIRA FILHO, I. A; RODRIGUES, J. A. S. COLEÇÃO 500 PERGUNTAS 500 RESPOSTAS, SORGO. Embrapa, Brasília, 332p. 2015.
RIBAS, P. M. CULTIVO DO SORGO. Sistemas de produção, 2. Embrapa Milho e Sorgo, set. 2008.
Redação: Maurício Siqueira dos Santos – Eng. Agrônomo, equipe Mais Soja.