Os herbicidas pré-emergentes ou também chamados de herbicidas residuais são produtos aplicados no solo antes que ocorra a emergência das plantas daninhas, sendo que estes devem persistir por tempo e concentração suficientes na camada do solo, onde se localiza o maior percentual de sementes de plantas daninhas que germinarão na sequência.
Uma das principais vantagens desses produtos é que eles possibilitam à cultura de interesse, desenvolver-se na frente da planta daninha adquirindo vantagens competitivas sobre elas. Além disso, muitos pré-emergentes possuem mecanismos de ação distintos dos utilizados em pós-emergência e assim, possuem importante encaixe na rotação de produtos, visando incremento de controle, manejo de biótipos resistentes e como estratégia anti-resistência.
Veja também: Manejo da dessecação e uso de herbicidas pré-emergentes
Em trabalho realizado por Grigolli, 2016, onde avaliou-se a eficiência de diferentes herbicidas pré-emergentes no controle de buva e capim amargoso, obteve-se os seguintes resultados:
Tabela 1. Eficiência de controle (%) de buva com diferentes herbicidas pré-emergentes aos 14, 21, 28, 35 e 42 dias após a aplicação dos tratamentos. Maracaju, MS, 2016.
Tabela 2. Eficiência de controle (%) de capim-amargoso com diferentes herbicidas pré-emergentes aos 14, 21, 28, 35 e 42 dias após a aplicação dos tratamentos. Maracaju, MS, 2016.
A tabela abaixo demonstra a eficiência de controle dos principais pré-emergentes em relação às principais plantas daninhas de folha larga.
Pensando nisso, na terceira temporada do Dicas Mais Soja, Leandro Albrecht, Dr. e pesquisador da UFPR, comentou sobre a importância de se utilizar herbicidas pré-emergentes e explicou quais são os motivos que fazem desses herbicidas uma ferramenta tão essencial no controle de plantas daninhas atualmente.
De acordo com o pesquisador, os pré-emergentes são hoje uma necessidade, não apenas uma opção, sendo essenciais ao sistema produtivo seja de soja, milho ou outra cultura. Os motivos pelos quais esses herbicidas são tão fundamentais estão destacados abaixo:
- Os pré-emergentes seguram a emergência das plantas daninhas: atuam no banco de sementes do solo, matando a planta daninha “no ninho”, ou seja, antes mesmo da sua emergência, garantindo que a cultura emerja e tenha um desenvolvimento inicial no limpo;
- Aumentam o P.A.I: Período Anterior à Interferência, quanto maior o período que antecede a interferência mais fácil será o manejo de plantas daninhas e dependendo do estado da lavoura pode até ser retirada uma aplicação em pós-emergência;
- São fundamentais no Manejo da resistência: a resistência é um grave problema que pode ser contornado com o uso de pré-emergentes pois esses herbicidas também favorecem a rotação dos mecanismos de ação, diminuindo a pressão de seleção e favorecendo o manejo da resistência.
Veja também: Manejo de pré-emergentes: qual a sua importância no controle de PDs?
Em trabalho realizado pelo grupo do Supra Pesquisa, que foi premiado em congresso de soja a respeito do monitoramento de plantas de buva com indicativo de resistência, Leandro ressalta a importância de se eliminar a pressão de seleção para o manejo da resistência. Uma vez que a planta se torna resistente através da pressão de seleção, o controle da espécie se torna mais difícil, ressaltou o pesquisador.
Para ouvir a conversa do pesquisador com o Mais Soja, assista o vídeo abaixo.
https://www.facebook.com/maissoja/videos/2491862984251114/?t=7
Elaboração: Engenheira Agrônoma Andréia Procedi – Equipe Mais Soja.
