A semeadura da soja é uma das práticas de manejo mais importantes da cultura. Além da utilização de sementes com boa qualidade genética, sanitária, fisiológica e física o posicionamento da cultivar frente as características da área de cultivo e sistema produtivo é determinante para a obtenção de altas produtividades.

Tendo em vista a grande variabilidade ambiental presente em diversas lavouras, e levando em consideração as características de clima de cada região, posicionar dada cultivar em locais adequados ao se desenvolvimento no tempo e no espaço é fundamental para o sucesso produtivo. Conforme destacado por Tago Hörbe (CCGL), “A assertividade do posicionamento de cultivares nos talhões agrícolas pode entregar em média, 9% de incremento de produtividade”.

Visando auxiliar técnicos e produtores no posicionamento das cultivares com relação ao período de semeadura, existe o Zoneamento Agrícola de Risco Climático. Contudo, além dessa ferramenta, visando a maior assertividade no posicionamento de cultivares, é preciso analisar a interação entre época de semeadura e Grupo de Maturação Relativa (GMR), a fim de melhor definição do momento de semeadura e posicionamento da cultivara, com base em seu ciclo de desenvolvimento.


Veja mais: Soja – O que é GMR?


Além da aptidão produtiva da cultivar ao ambiente produtivo, bem como época de semeadura e ciclo, as condições de manejo e ambiente também devem ser levadas em consideração no posicionamento de cultivares. Orienta-se que cultivares de altos tetos produtivos sejam posicionadas em lavouras de elevado nível tecnológico, enquanto cultivares de maior estabilidade produtiva sejam posicionadas em lavouras com menor nível tecnológico.

Além disso, conforme destacado por Carlos Pizolotto (CCGL), a resistência ou tolerância da cultivara a doenças é de suma importância no que diz respeito ao posicionamento de cultivares, especialmente em áreas com histórico de ocorrência de doenças. Carlos Destaca a Podridão radicular de Phytophthora e a Macrophomina, ambas doenças fungicas de solo que podem causar sérios danos a cultura da soja, sendo necessário adotar medidas como o tratamento de sementes e o uso de cultivares resistentes ou tolerantes para minimizar os danos. Infelizmente, Carlos explica que atualmente não há cultivares com resistência ou ingredientes ativos disponíveis para o controle da Macrophomina na cultura da soja.



Os sintomas da Macrophomina em soja variam de acordo com a idade da planta no momento da infecção. Infecção durante a emergência causa lesões de coloração marrom-escura, na região do colo. As plantas que sobrevivem à infecção inicial vão apresentar sintomas de amarelecimento na época de formação de vagens, similar à maturação fisiológica, que pode causar murcha da planta. As folhas permanecem aderidas, mas ficam caídas, ao longo das hastes (Almeida et al., 2014).

Já a Podridão radicular de Phytophthora (Phytophthora sojae), conforme Henning et al. (2014) apresenta como principais sintomas o apodrecimento ou lenta germinação das sementes, resultando na morte das plântulas, afetando um dos principais componentes de rendimento da soja, o número de plantas por área (Zanon et al., 2018).

Confira o vídeo abaixo com as dicas dos pesquisadores da CCGL, Tiago Hörbe e Carlos Pizolotto.


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Referências:

ALMEIDA, A. M. R. et al. Macrophomina phaseolina EM SOJA. Embrapa, Documentos, n. 346, 2014. Disponível em: https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/989352/1/Doc.346OL.pdf >, acesso em: 29/10/2021.

HENNING, A. A. MANUAL DE IDENTIFICAÇÃO DE DOENÇAS DA SOJA. Embrapa, Londrina, ed. 5, 2014. Disponível em: < https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/991687/manual-de-identificacao-de-doencas-de-soja >, acesso em: 29/10/2021.

ZANON, A. J. et al. ECOFISIOLOGIA DA SOJA: VISANDO ALTAS PRODUTIVIDADES. Santa Maria, ed. 1, 2018.

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