As cotações do algodão no mercado brasileiro encerraram a primeira semana do mês de maio com preços 1,9% inferiores aos do fechamento da anterior. A média de preços no CIF do polo industrial paulista ficou em R$ 2,66 por libra-peso.
Conforme o analista de SAFRAS & Mercado, Élcio Bento, os valores da pluma nacional sentem os reflexos do encolhimento abrupto da demanda, causado pelas medidas de combate ao alastramento do Covid-19. “Além disso, os agentes começam a precificar um cenário de oferta cheia para a próxima temporada”, pondera.
“Com o crescimento econômico no Brasil e no mundo afetado pela pandemia, a cadeia produtiva terá que escoar a maior oferta de algodão da história num cenário de demanda enfraquecida”, lembra Bento. Em relação ao mesmo período do mês passado, a queda é de 6,0%. “É interessante notar que esse movimento de queda no Brasil está na contramão dos preços internacionais”, frisa.
A Bolsa de Nova York – mesmo com os Estados Unidos em pleno enfrentamento do novo coronavírus e com o aumento da tensão com a China – ao final da manhã da sexta-feira (08) as cotações acumulavam ganhos semanais de 1,1%. Quando comparado ao mesmo período do mês passado, a elevação é de 5,5%.
Além desse movimento em sentindo oposto ao da pluma norte-americana, a brasileira tem sua competitividade externa potencializada pela desvalorização do real, que voltou a bater níveis recordes. A alta semanal do dólar em relação ao padrão monetário nacional foi de 4,2% e no acumulado em relação ao mesmo período do mês passado de 11,7%.
Fonte: Agência SAFRAS