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Preços do Milho recuaram na maior parte das regiões acompanhadas pelo Cepea

Os preços do milho recuaram na maior parte das regiões acompanhadas pelo Cepea em outubro, influenciados pelo ritmo lento de negócios – devido ao afastamento de compradores – e pelo clima favorável para a safra verão, além do baixo volume de exportações brasileiras nesta temporada. Já nos portos de Santos (SP) e de Paranaguá (PR), as cotações avançaram, sustentadas pela valorização do dólar frente ao Real.

O Indicador ESALQ/BM&FBovespa (referência Campinas – SP) recuou 5,4% no acumulado de outubro, fechando a R$ 86,84/saca de 60 quilos no dia 29. A média mensal, de R$ 89,92/sc de 60 kg, ficou 2,7% menor que a do mês anterior, mas ainda superou em 24% a de outubro/20.

Dentre as regiões acompanhadas pelo Cepea, entre 30 de setembro e 29 de outubro, os preços médios no mercado disponível (negociações entre empresas) e de balcão registraram baixas de 5,6% e 5%, respectivamente. Considerando-se as médias mensais, as quedas foram de 2,7% e 3% na mesma comparação.

Já nos portos, as altas foram influenciadas sobretudo pela valorização do dólar, além das preocupações com a oferta em importantes países produtores, como Rússia, Ucrânia e Argentina.

Em outubro, os valores médios do cereal nos portos de Paranaguá (PR) e Santos (SP) estiveram apenas 6,94 Reais/saca de 60 kg e 6,21 Reais/sc abaixo do Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Campinas – SP). Ressalta-se que, em julho, início da segunda temporada, a diferença entre os valores era de mais de 20 Reais/saca, com vantagem para o Indicador.

No geral, a preferência de vendedores continua sendo negociar no mercado interno. Assim, o ritmo de exportação segue enfraquecido. Em outubro, segundo a Secex, os embarques brasileiros de milho somaram 1,79 milhão de toneladas, 37% a menos que em setembro e 64% abaixo do volume de outubro/20. Já as importações totalizaram 503 mil toneladas, altas de 24% na comparação mensal e de 163% na anual.

Quanto aos preços futuros negociados na B3, os fundamentos baixistas, como oferta acima da demanda na maior parte do mês e o bom desenvolvimento da semeadura no Brasil, pressionam as cotações. Entre 30 de setembro e 29 de outubro, os vencimentos Nov/21 e Jan/22 recuaram 3,8% e 4,5%, a R$ 88,44/sc e a R$ 88,81/sc, respectivamente.

Até o encerramento de outubro, com a melhora do clima, agentes estavam mais otimistas com a temporada 2021/22. Para a safra verão, dados da Conab apontam área 1,6% maior que a anterior. A produção pode somar 28,32 milhões de toneladas, elevação de 14,5% em comparação com 2020/21.

Para as segunda e terceira safras, as estimativas também são de aumento na produção. Segundo a Conab, a segunda safra de 2021/22 deve crescer 42,2% frente à atual temporada, somando 86,31 milhões de toneladas. A terceira, por sua vez, pode aumentar 8,6%, totalizando 1,66 milhão de toneladas.

Assim, a produção 2021/22 agregada de milho é prevista pela Conab em 116,31 milhões de toneladas, aumento de 34% em relação à temporada anterior e 13% acima do recorde registrado em 2019/20.

O consumo interno pode somar 73,67 milhões de toneladas, sustentado pelo setor de proteína animal. As exportações também devem crescer, estimadas em 39 milhões de toneladas. Mesmo com o aumento dos embarques e do consumo, os estoques finais para janeiro/23 são previstos pela Conab em 11,5 milhões de toneladas, os maiores desde 2017/18 e quase o dobro dos estimados para janeiro/22, de 6,9 milhões de toneladas.

Campo – O clima de chuvas intercaladas com sol manteve o ritmo acelerado de plantio e também a expectativa de produção elevada na maior parte das regiões produtoras de safra verão. No Paraná, a semeadura da primeira safra 2021/22 atingiu 93% da área estimada, conforme dados do Deral/Seab do dia 25, contra 86% na comparação com a temporada anterior.

No Rio Grande do Sul, dados da Emater indicam que 75% da área destinada ao milho da safra verão já havia sido semeada até o dia 28. O relatório aponta que as lavouras do estado seguem com desenvolvimento vegetativo satisfatório.

No Centro-Oeste, a semeadura em Goiás atingiu 18% da área até o dia 30, segundo a Conab. Em São Paulo e Minas Gerais, os trabalhos de campo totalizaram 63% e 30% da área até o final do mês, também de acordo com a Conab.

Mercado internacional – Os futuros subiram com expressividade em outubro, mesmo com o bom andamento da colheita e com previsões indicando estoques mundiais mais confortáveis. Na Bolsa de Chicago (CME Group), os vencimentos Dez/21 e Mar/22 avançaram 5,8% no acumulado de outubro, indo a US$ 5,6825/bushel (US$ 223,71/t) e US$ 5,7625/bushel (US$ 226,86/t) no dia 29 de outubro.

No dia 12, o USDA aumentou as estimativas de estoques finais dos Estados Unidos, China e México. Assim, os estoques mundiais passaram de 297,62 milhões de toneladas em setembro, para 301,74 milhões de t em outubro.

Em relação à colheita nos EUA, alcançou 74% do total até o final do mês, contra 81% no mesmo período do ano passado. Na Argentina, a semeadura da safra 2021/22 continua avançando, chegando a 27,6% da área estimada até o dia 28.

Fonte: Cepea – Agromensais Outubro/2021

Equipe Mais Soja
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