Autores: Prof. Dr. Argemiro Luís Brum e Jaciele Moreira.

As cotações do trigo em Chicago, após recuarem para o mais baixo nível em 40 dias (US$ 5,02/bushel para o primeiro mês cotado), se recuperaram durante a semana e fecharam a quinta-feira (21/11) em US$ 5,09, contra US$ 5,07/bushel uma semana antes.

As mesmas estiveram estimuladas pela piora nas lavouras de trigo estadunidenses. Efetivamente, até o dia 17/11 o plantio da safra de primavera atingia a 95%, estando em linha com a média histórica, porém, 13% do que havia sido semeado apresentava condições entre ruins a muito ruins, 33% regulares e 54% estavam entre boas a excelentes.

Por outro lado, as inspeções de exportação atingiram a 449.304 toneladas, na semana encerrada em 14/11, ficando no limite do que o mercado esperava.

Já no Mercosul, a tonelada FOB para exportação se manteve entre US$ 180,00 e US$ 230,00, enquanto a safra nova argentina continuou nominalmente cotada em US$ 180,00 na compra.

E no Brasil, os preços do trigo se estabilizaram em relação a semana anterior. O fechamento desta semana ficou na média de R$ 38,65/saco, enquanto os lotes giraram ao redor de R$ 43,20/saco. No Paraná. o balcão atingiu a R$ 46,50/saco, enquanto os lotes ficaram entre R$ 52,80 e R$ 54,00/saco. Em Santa Catarina o balcão registrou valores entre R$ 42,00 e R$ 43,00/saco, enquanto os lotes ficaram em R$ 48,00/saco na região de Campos Novos.

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A colheita no Rio Grande do Sul já supera os 80% da área, com grande variedade em termos de qualidade. Algumas regiões estão colhendo apenas 40% de trigo superior, com o restante ficando entre os tipos 2 e 3. O tipo 2 ainda consegue atingir a 42,00/saco devido a quebra de safra, enquanto o de qualidade superior alcança R$ 44,40/saco.

Já o produto de qualidade inferior, destinado particularmente para exportação, atinge entre R$ 37,80 e R$ 38,40/saco no interior. A entrada de trigo de qualidade superior, graças à safra, segura as importações do produto.

Ao mesmo tempo, a forte desvalorização do Real torna mais caro o produto importado neste momento. Enfim, os moinhos nacionais se abasteceram com importações em setembro e outubro, segurando as compras neste momento.

Com a quebra de safra, o trigo de qualidade superior será raro em pouco tempo, obrigando os moinhos a aumentarem as importações, mesmo com um Real nos seus maiores níveis históricos de desvalorização perante o dólar.

Por outro lado, o trigo inferior, além da exportação, deverá se destinar à mistura com o produto de qualidade superior visando o consumo interno. De fato, diante do atual câmbio, os moinhos tendem a aumentar a mistura do produto inferior com o produto de qualidade superior, já que as importações se tornam muito caras no momento.


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CEEMA

Fonte: Informativo CEEMA UNJUÍ, do prof. Dr. Argemiro Luís Brum (1) e de Jaciele Moreira (2).

1 – Professor do DACEC/UNIJUI, doutor em economia internacional pela EHESS de Paris França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA.
2-  Analista do Laboratório de Economia da UNIJUI, bacharel em economia pela UNIJUÍ, Tecnóloga em Processos Gerenciais – UNIJUÍ e aluna do MBA – Finanças e Mercados de Capitais – UNIJUÍ e ADM – Administração UNIJUÍ.

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