Os preços do trigo no mercado brasileiro vão fechando maio em alta. No Paraná, a valorização fica entre 12% e 13%, enquanto no Rio Grande do Sul, a elevação vai de 7& a 8%. Segundo o analista de Safras & Mercado, Elcio Bento, o Paraná respondeu melhor ao aumento nos custos de importação, enquanto o cereal gaúcho é mais fraco este ano, pois há pouco trigo de alto padrão no estado. “Assim, o deságio em reação ao importador é maior”, explicou.

O destaque do mês no mercado interno é a incerteza em relação ao plantio no Rio Grande do Sul. Ainda que os trabalhos não tivessem sido iniciados antes das enchentes, e que as principais regiões produtoras não tenham sido afetadas pela catástrofe, já se projeta um aumento nos custos de produção em virtude dos prejuízos ao solo e dos bloqueios nas estradas, que encarecem a logística.

Algumas regiões esperam redução na área plantada devido a estes fatores. O analista de Safras & Mercado, no entanto acredita que os elevados preços nacionais e internacionais podem frear essa diminuição.

Os prejuízos dos moinhos, por outro lado, são um pouco mais perceptíveis no momento. “Os moinhos trabalham 24 horas por dia, em três turnos. Para eles, ficar parado por uma hora já é ruim. Imagina por todo este tempo, sem saber quando e se retomarão as atividades”, Bento lembra que o setor moageiro já vinha com dificuldades, na comparação com o ano passado, devido ao trigo mais caro. Outro problema é a provável perda de grãos armazenados.

De qualquer forma, esta é a menor das preocupações no momento. No início de maio, a Safras News conversou com representantes de moinhos gaúchos, que ressaltaram o foco total no auxílio aos afetados pelas enchentes. Além das comunidades no entorno das fábricas, há funcionários das empresas que estão desabrigados em função das enchentes. Além disso, ainda é cedo para mensurar os estragos.

Do ponto de vista mercadológico, o analista Elcio Bento observa que é improvável que não haja um reajuste nos preços. Uma das empresas disse à Safras News que, apesar das cotações defasadas da farinha, não haverá reajuste no momento. “Estamos segurando o preço, tentando fazer uma logística para não deixar ninguém mal”.

Outro ponto é que não há como saber quais as condições do trigo estocado pelos moinhos ou pelos produtores. Uma das empresas disse à Safras News que esperava 6 mil toneladas do cereal vindas da Argentina. O produto ficou debaixo d’água no porto de Porto Alegre. Apenas nos últimos dias do mês a água começou a baixar na região. As próximas semanas devem permitir uma avaliação melhor deste prejuízos.

Autor/Fonte: Gabriel Nascimento / Agência Safras



 

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