A recente valorização do dólar em relação ao real tem garantido competitividade ao trigo gaúcho no mercado internacional. Segundo o analista de Safras & Mercado, Elcio Bento, com isso, contrastando com a apatia dos moinhos locais, as tradings seguem ativas no Rio Grande do Sul. Agentes estimam que o estado já escoou quase 1,5 milhão de toneladas para o mercado internacional (720 mil toneladas de feed wheat e 735 mil toneladas de milling).

“Inicialmente, devido à quebra no Paraná é à estimativa de uma postura mais agressiva da indústria gaúcha, estima-se que as vendas ao exterior se concentrariam em feed wheat, que estava com preços bastante atrativos. Porém, a depreciação da moeda brasileira abriu a válvula para a saída também de milling. Essa saída acima da estimada de trigo com padrão para a produção de farinha pode deixar o mercado gaúcho enxuto durante a entressafra “, disse.

Os moinhos do estado devem moer entre 1,850 e 2,0 milhões de toneladas. Com cerca de 300 mil toneladas já vendidas para outras UFs, 70 mil toneladas para indústrias nacionais de ração e 170 mil toneladas para farinha e as 1,455 milhão de toneladas exportadas, o saldo remanescente fica em 1,855 milhão de toneladas.

A indústria local comprou menos de 300 mil toneladas até o momento. “Uma eventual manutenção do interesse de compradores internacional obrigará os compradores do estado a retornarem ao mercado ou então, para manter a moagem estimada, terão que importar no período da entressafra. A indústria gaúcha, contudo, sofre com a baixa demanda no mercado de farinha mesmo com a recente queda dos preços “, disse.

Nesta quinta-feira tradings indicaram R$ 1.390/tonelada no porto para 30 de janeiro e R$ 1.405/tonelada para o final de fevereiro. Esses preços elevam a paridade de exportação no interior para cerca de R$ 1.250/tonelada, acima do interesse de compra no âmbito interno.

Conab

A colheita das lavouras da safra 2024 atingiu 100% da área estimada nos oito principais estados produtores do Brasil (Goiás, Minas Gerais, Bahia, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Mato Grosso do Sul que representam 99,9% do total), conforme levantamento semanal da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), com dados recolhidos até 15 de dezembro. Na semana anterior, a ceifa estava em 98,9%. Em igual período do ano passado, o número também era de 100%.

Paraná

O Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, informou, em seu relatório mensal de dezembro, que a safra 2024 de trigo do Paraná deve registrar uma produção de 2,363 milhões de toneladas, 35% abaixo das 3,655 milhões de toneladas colhidas na temporada 2023.

A área cultivada deve ficar em 1,148 milhão de hectares, contra 1,392 milhão de hectares em 2023, baixa de 18%. A produtividade média é estimada em 2.087 quilos por hectare, abaixo dos 2.634 quilos por hectare registrados na temporada 2023.

Argentina

A colheita de trigo atinge 76,1% da área na Argentina. Segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, os trabalhos avançaram 12,2 pontos percentuais em relação à semana passada.

A projeção de produção segue em 18,6 milhões de toneladas. Em números absolutos, foram colhidas 13,094 milhões de toneladas ao longo de 4,676 milhão de hectares.

A área é estimada em 6,3 milhões de hectares, sendo 6,144 milhões aptas para a colheita. No ano passado, foram plantados 5,9 milhões de hectares.

Fonte: Gabriel Nascimento / Safras News



 

FONTE

Autor:Gabriel Nascimento / Safra News

Site: Safras & Mercado

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