Recebemos inúmeros telefonemas nos perguntando qual o impacto das geadas sobre os preços da safra nova no RS e no PR nesta terça-feira. Muito cedo pra dizer, mas todos os palpites coincidem em que: a) os preços se manterão mais elevados do que os do ano passado, na mesma época. Muito mais elevados.
Acredita-se que, no RS, se antes se pensava que o preço poderia chegar a R$ 850,00, hoje se pensa (há quem discorde) que não deverá baixar de R$ 900,00, pelo menos no período entre setembro e final de outubro. Talvez recue um pouco, dependendo do tamanho da safra e do dólar – que será o fator mais importante ou tão importante quanto os danos causados nas lavouras.
Ele já enxugou 1,0 milhão de toneladas da produção do estado e poderá enxugar mais, se continuar alto (há uma boa análise no setor de câmbio abaixo). Quanto ao mercado real, tanto o disponível quanto o futuro, sem nenhuma indicação hoje. Vendedores e Compradores querem avaliar melhor a safra para se posicionar. Mas, como dissemos acima, os compradores estão mais preocupados e se lançando às perguntas sobre a safra e suas repercussões.
A pesquisa Cepea registrou alta de 0,79% nesta terça-feira, para a média de R$ 1.252,50, contra R$ 1.242,63/t do dia anterior, reduzindo o ganho acumulado no mês para 2,26%, contra 1,45% do dia anterior.
TRIGO SC:Com previsão de chuvas e geadas neste fim de semana, mercado travou
Mercado também totalmente parado, porque as geadas afetaram lavouras no estado e não há condições de mais comprometimento de lotes sem saber a qualidade e a quantidade disponível. Para o produtor, no mercado de balcão está ao redor de R$ 57,50, em Campos Novo; R$ 50,00 em Concórdia e Joaçaba, R$ 5 em Mafra e Pinhalzinho e R$ 54,50 em Xanxerê. Para safra nova, mercado inexistente.
TRIGO PR: A colheita que iniciaria em 17/8, vai começar em 01/9 devido às chuvas e geadas
Antes dos últimos acontecimentos climáticos havia quase uma certeza de que umas 30 mil toneladas seriam colhidas no norte do estado a partir do dia 17 de agosto,mas,vieram as chuvas e adiantam a entrada das máquinas no campo para o início de setembro, porque precisa quase uma semana de sol (que já veio hoje) para começar a secar as plantas para serem colhidas com menos umidade.
Os técnicos continuam visitando as lavouras para começar a contar os danos, mas vai levar tempo, uma semana pelo menos. Enquanto isto, corre solta a imaginação e a especulação em torno dos novos preços da safra nova. Para o Paraná acreditamos que surgirão pelo menos uns R$ 50,00/tons, mas ouvimos que o preço de setembro não deverá baixar de R$ 1.200,00/t por uma razão muito forte: há (muito) mais demanda do que oferta neste período entre a geada e meados de setembro, quando se intensifica a colheita. E, mesmo depois, a demanda deverá continuar alta, justamente porque os preços são menores do que os do final da safra velha e todos – moinhos e indústrias, estão ansiosos por oferecer ao consumidor que está retraído, preços menores.
Com relação aos preços o mercado foi apenas nominal, com ninguém querendo fechar nada sem conhecer a extensão dos danos nas lavouras. Houve algumas tentativas de se encontrar lotes, mas no disponível não apareceu nada, nem pra remédio. E futuro, todos fora de mercado.
A pesquisa Cepea registrou baixa de -0,53% nesta terça-feira, para a média de R$ 1.195,88, contra R$ 1.202,96 do dia anterior, reduzindo o ganho do mês para -3,20% contra -2,68% anterior. A diferença entre os preços do trigo gaúcho e paranaense ficou em R$ 56,62/ton, sendo o grão do RS mais alto.
No Centro-Oeste os preços poderão subir, se a safra do PR for danificada
Em Minas Gerais preços continuam ao redor de R$ 1.060,00, como havíamos anunciado, que havia um viés de baixa. Mas, como o estado se abastece muito no Paraná, os preços poderão voltar a subir se a safra paranaense for danificada. Em Brasília, os preços giram ao redor de R$ 60,00 no mercado de lotes, inalterado em relação à semana anterior, mas 5,26% acima do mês anterior. Em Iraí de Minas-MG, os preços giram ao redor de R$ 66,00/saca, inalterado em relação à semana anterior.
No Mato Grosso do Sul, os preços também permaneceram inalterados ao redor de R$ 60,00 em Caarapó, R$ 56,40 em Campo Grande, R$ 62,00 em Dourados, R$ 57,60 em Maracaju, R$ 61,00 em Ponta Porã e R$ 56,40 em Sidrolândia. Trigo paraguaio chega ao estado a US$ 210/t (R$ 1.136,00/t). Trigo paraguaio chegando a US$ 210,00/t, o que hoje significou aproximadamente R$ 1.174,00/tonelada.
Fonte: T&F Agroeconômica
