Fim do ciclo
O fim do ciclo do milho é marcado pela maturação fisiológica da cultura, período conhecido na fenologia como R6. Esse período é a ultima etapa do desenvolvimento do milho, ocorrendo normalmente de 50 a 65 dias após o início da polinização (Fancelli, 2015).
Na maturação fisiológica ocorre o máximo acúmulo de matéria seca nos grãos, e máximo vigor nas sementes de milho. Após a maturação fisiológica, não há o acúmulo de matéria seca nos grãos, não refletindo na produtividade da cultura.
Camada preta
Visualmente, a maturação fisiológica do milho é marcada pela formação da camada preta. A formação dessa camada ocorre progressivamente da ponta da espiga para a base (figura 1). Além da paralisação do acúmulo de matéria seca os grãos, em R6 também ocorre o início do processo de senescência natural das folhas das plantas, as quais, gradativamente, começam a perder a sua coloração verde característica (Magalhães & Durães, 2006).
Figura 1. Detalhe do desenvolvimento da camada preta (ponto da maturidade fisiológica).

Ao destacar (debulhar) os grãos do sabugo, a camada preta fica mais visível, podendo ser observada na base dos grãos, no ponto de inserção com o sabugo. Essa camada marca a interrupção entre a ligação planta/grão, sinalizando o fim do ciclo da cultura.
Figura 2. Ponto negro em milho (camada preta), característica marcante da maturação fisiológica da cultura.

Ponto de colheita
No entanto, não quer dizer que ao atingir a maturação fisiológica, o milho esteja pronto para a colheita. Ao atingir a maturação fisiológica, normalmente os grãos de milho apresentam umidade em torno de 30% a 38%, umidade considerada elevada para o processo de colheita.
Para o processo de colheita, é preciso esperar a redução da umidade dos grãos. Com cerca de 18 a 25% de umidade, a colheita já pode acontecer, desde que o produto colhido seja submetido a uma secagem artificial antes de ser armazenado. Para o armazenamento, a umidade de massa de grãos deve estar entre 13% e 15% para evitar problemas na armazenagem, e reduzir a deterioração dos grãos por umidade (Magalhães & Durães, 2006).
Veja mais: Qual o nível de controle da cigarrinha-do-milho?
Referências:
FACELLI, A. L. MANEJO BASEADO NA FENOLOGIA AUMENTA A EFICIÊNCIA DE INSUMOS E PRODUTIVIDADE. Visão Agrícola, n. 13, 2015. Disponível em: < https://www.esalq.usp.br/visaoagricola/sites/default/files/Esalq-VA13-Milho.pdf >, acesso em: 03/04/2024.
MAGALHÃES, P. C.; DURÃES, F. O. M. FISIOLOGIA DA PRODUÇÃO DE MILHO. Embrapa, Circular Técnica, n. 76, 2006. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CNPMS/19620/1/Circ_76.pdf >, acesso em: 03/04/2024.