Assim como na cultura da soja, na cultura do trigo também é possível utilizar a dessecação em pré-colheita como uma ferramenta para aumentar a uniformidade da lavoura. Entretanto, o período para a realização da dessecação é fundamental para maximizar uniformidade da lavoura sem que ocorram danos ou perdas de produtividade da cultura.
Em vídeo o professor da UFPR e integrante do Grupo Supra Pesquisa Alfredo Albrecht aborda o tema trazendo alguns dicas fundamentais para acertar o momento de dessecação no trigo. Segundo Alfredo, além de proporcionar maior uniformidade da lavoura para colheita, a dessecação em pré-colheita do trigo “ajuda no controle de plantas daninhas e antecipa um pouco a colheita”.
A antecipação da colheita do trigo proporciona uma “entrada” antecipada com a cultura da soja para algumas regiões de cultivo. Além disso, Albrecht comenta que nem sempre as plantas de trigo de uma lavoura conseguem atingir a maturidade fisiológica simultaneamente, e a espera pelas plantas mais atrasadas pode implicar em perda de qualidade fisiológica dos grãos já prontos para colheita em decorrência da deterioração.
Entretanto, é necessário cautela para utilizar o produto adequado no período adequado. Conforme destacado por Alfredo Albrecht, apenas uma molécula está registrada para a dessecação do trigo, o Glufosinato. Quanto ao momento de dessecação, o professor traz algumas dicas práticas que podem auxiliar na definição do momento adequando para a dessecação.
Segundo Alfredo, uma das características possíveis de observação para definir o momento de dessecação, são os grãos da parte central da espiga “pastosos duros” ou seja, é possível deformar o grão com as unhas sem que esse seja totalmente deformado ou cortado (figura 2).
Figura 1. Alfredo Albrecht demostra o que é um grãos de trigo “pastoso duro”.
Figura 2. Grãos pastoso duro com sinal de deformação.
“A partir do grãos pastoso duro está no pondo de dessecação”, para determinar o estádio do grãos, o professor destaca que é necessário realizar uma amostragem da área onde “mais de 50% das espigas” amostradas devem apresentar grãos pastoso duro para determinar a dessecação.
Outra característica interessante trazida pela professor é que as plantas devem apresentar pedúnculo amarela mas entrenós verdes na planta principal (planta mãe) (figura 3), sendo assim outra característica possível de ser avaliada para a determinação do momento de dessecação do trigo.
Figura 3. Planta de trigo com pedúnculo amarelo e entrenó verde.
A dessecação do trigo é fundamental para aumentar a uniformidade da lavoura, diminuir a deterioração dos grãos e perdas de produção, entretanto é essencial atentar para o momento de dessecação para evitar perdas de produtividade ou danos à cultura.
Confira logo abaixo o vídeo completo com as dicas do Professor Alfredo Albrecht.
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