Completando 16 edições, o Desafio de Máxima Produtividade do CESB teve mais de 6.000 inscrições, com 980 áreas auditadas, onde 481 ultrapassaram a barreira dos 90 sc/ha. A média das áreas auditadas foi de 89 sc/ha, 67% maior do que a média brasileira de 53 sc/ha.
Novidade (ECO) eficiente
Neste ano o CESB trouxe o troféu ecoeficiência que visa premiar as melhores práticas sustentáveis e ecológicas na produção de soja, pois não basta ser campeão, tem de ser sustentável.
ECOS de eficiência
Os números dos campeões CESB em relação a redução de emissão de carbono e eficiência de uso da terra, mostram, como já era conhecido, que é possível ser rentável e sustentável paralelamente.
O campeão da região Centro-Oeste com uma produtividade de 27% maior que a média da região, teve um consumo de 72% menos fertilizantes que a média regional e usou 3x menos defensivos, consumindo, também 82% menos água que os demais. Se toda a região Norte produtora de soja do país tivesse o mesmo perfil ecoeficiente do campeão, teríamos 28 bilhões de kg de CO 2 emitidos, o que corresponde a 532 mil viagens de caminhão ao redor da Terra.
Já na região Sul, se todos os produtores tivessem o mesmo perfil de emissões de carbono do campeão, evitaríamos o gasto de 1.2 bi de euros em compra de crédito de carbono.
E tudo isso com retorno…
Em média, dentre os campeões CESB, o retorno líquido para cada real investido é de R$1,63, dessa forma o meio ambiente agradece, e o bolso também.
E como tudo isso acontece? Os campeões de produtividade te mostram…
REGIÃO NORTE
O campeão da região Norte vem de Mateiros, Tocantins, onde a média da fazenda ficou em 79 sc/ha, obtendo no talhão campeão 94 sc/ha e na área destinada para o desafio, incríveis 104,42 sc/ha.
Mesmo tendo a necessidade de replantio, devido às faltas de chuva no início do vegetativo, os resultados foram surpreendentes.
A cultivar utilizada pelo grupo Ilmo da Cunha, foi Brasmax Domínio, semeado no dia 9 de novembro com um ciclo de desenvolvimento de 140 dias, alcançando um peso de mil grãos de 217,67g. A área campeã é calcariada a cada 3 anos, e sendo cultivada, nos anos anteriores, conforme a figura 1.
Figura 1. Manejo da área campeã, Grupo Ilmo da Cunha.
Para o consultor, Luciano Biancini, o que fez a diferença foi o manejo específico para cada área, o clima favorável no desenvolvimento da cultura e o potencial genético.
REGIÃO NORDESTE
Com uma eficiência climática de 63%, mas com uma eficiência agrícola de 94%, o produtor Ralf Karly e o consultor Luiz Gabriel de Moraes Jr., de Baixa Grande do Ribeiro – PI, alcançaram a marca de 117,04 sc/ha na área campeão.
Na área total com 11.200 ha destinadas para soja, a média de produtividade foi de 73,5 sc/ha.
Em 125 dias de ciclo da cultivar BMX Olimpo, semeada em 9 de novembro, foram 486 mm de chuva, com uma boa distribuição durante o desenvolvimento da cultura.
O produtor obteve um retorno de R$1,87 para cada real investido na área.
O consultor campeão, destaca o material genético, o perfil do solo e principalmente, o capricho e a dedicação da equipe na condução da lavoura.
REGIÃO CENTRO OESTE
Com um retorno de investimos de R$2,40 sobre cada real investido, a fazenda Reunidas Baumgart, obteve uma média de produtividade em 376 ha de 94,74 sc/ha, já na área campeã, foram 119,03 sc/ha.
A área possui um solo argiloso, tendo, inclusive, um aumento no percentual de argila em profundidade e um solo extremamente descompactado (as raízes de brachiaria , porém um baixo nível de P, que foi corrigido no manejo da lavoura.
O investimento no solo, a boa janela de semeadura e genética da cultivar, boa distribuição de sementes, manejo fitossanitário e a agricultura regenerativa, são os principais pontos para as altas produtividades na visão do consultor Fernando Pereira.
REGIÃO SUDESTE
O campeão Sudeste, foi campeão nacional em 2023, e vem de Nepomuceno, MG com uma produtividade de 137,28 sc/ha (2,82 sc/ha a mais que na safra anterior). A média da propriedade de 384 ha, atingiu 96,30 sc/ha. O talhão destinado para o desafio vem em uma crescente de produtividade, nesta safra a média de produtividade foi de 98,39 sc/ha frente aos 87 sc/ha da safra 21/22.
A área do produtor João Lincoln Veiga contou com uma boa penetração de água (687,26 mm de chuva durante o ciclo) com índices muito baixos de resistência à penetração.
A cultivar utilizada foi BMX Zeus, semeada em 13/10 com uma população de 261.333 plantas/ha.
Para o consultor bicampeão, Geron Justo Júnior, o perfil do solo bem construído, manejo biológico do solo, a cultivar e o monitoramento foram chave para a produtividade alcançada.
CATEGORIA IRRIGADO
Foram 133,79 sc/ha na área campeã, que veio de Itapeva, São Paulo, com o produtor Silvio Maluta e o consultor Robson Santos.
Ao todo durante o ciclo de desenvolvimento da cultura foram 754 mm, sendo 514 mm de chuva e 240 mm complementados com a irrigação.
Uma das principais características da propriedade campeã é a rotação de culturas, que trabalhou, nas safras anteriores com culturas como: batata, milho, mandioca salsa e soja. O manejo de correção da acidez do solo, se deu seja pelo uso de calcário dolomítico ou calcítico, quanto pelo uso de gesso agrícola.
Para o consultor campeão e para o coordenador de campo da fazendo, Luiz Gustavo de Almeida, os diferenciais para as altas produtividade foram:
- Construção do perfil do solo
- Rotação de culturas
- Genética
- Assistência técnica
- Boas práticas agrícolas
- irrigação
REGIÃO SUL E NACIONAL
E o grande campeão do Desafio da Máxima Produtividade de Soja do CESB, vem de Candói, Paraná, com uma produtividade de 138,95 sc/ha, a Ernest Milla Agrícola figura mais uma vez entre os campeões do CESB, dessa vez no lugar mais alto do pódio.
A eficiência agrícola da área campeã foi de 92% juntamente com a eficiência climática de 88%. A cultivar BMX Zeus foi semeada no dia 21 de outubro, com uma população de plantas de 313.200/ha, em 133 dias de ciclo. Foram constatadas raízes a 90 cm de profundidade em um solo com 2m sem impedimento físico. Durante o desenvolvimento da cultura foram registrados 933 mm de chuva.
Para Rafael Managó, consultor campeão, a rotação de culturas, a genética e semeadura na época certa, qualidade do solo, tanto física quanto química e o monitoramento e assistência técnica foram essenciais para os quase 140 sc/ha.
Em resumo, o Desafio do CESB mostra que é possível produzir mais com sustentabilidade e alta rentabilidade, mostrando que todo produtor, seja ele pequeno, médio ou grande, pode alcançar grandes produtividades.
NÚMEROS INTERESSANTES
A média do top 10 CESB 2024 foi de 126,49 sc/ha (Média Brasil 53 sc/ha)
A média das 980 áreas auditadas pelo CESB foi de 89 sc/ha
Destas 481 áreas tiveram uma média superior a 90 sc/ha.
Redação: Equipe Mais Soja