O excesso de umidade no solo nos meses de maio, junho e julho provocou atrasos na semeadura do trigo no Rio Grande do Sul. Ainda em desenvolvimento vegetativo, as lavouras não sofreram perdas com às geadas ocorridas no final de agosto. O clima frio e seco trazido pelo fenômeno La Niña também está favorecendo as lavouras, que apresentam potencial de rendimentos que podem superar as expectativas iniciais.

Com o grande volume de precipitações que coincidiram com a época de semeadura do trigo no RS, a implantação das lavouras foi atrasada. Contudo, o atraso evitou as perdas com geadas no período crítico da cultura, na floração e no espigamento. De acordo com o Informativo Conjuntural da EmaterRS, no momento apenas 18% das lavouras estão em floração (01/09/22), enquanto no ano passado 27% estavam em floração nesta época (02/09/21). “Tivemos quatro geadas fortes, com temperaturas negativas registradas no mês de agosto. Só verificamos danos nas lavouras mais adiantadas e localizadas nas áreas de maior risco, como nas baixadas e encostas de mata”, conta o engenheiro agrônomo da Embrapa Trigo, Marcelo Klein.

O Brasil está sob incidência do fenômeno La Niña desde o começo do inverno, no final de junho. Na Região Sul, o La Niña é marcado pela oscilação de temperaturas e distribuição irregular de chuvas. De acordo com o analista do laboratório de agrometeorologia da Embrapa Trigo, Aldemir Pasinato, a condição de La Niña é muito favorável ao cultivo de cereais de inverno: “O trigo gosta de frio e pouca chuva, condições que permitem às plantas se desenvolverem livre de pragas e fungos”. Segundo ele, La Niña deverá se manter até o final da safra de inverno, com tendência de chuva abaixo da média, mas concentradas em poucos dias. Ainda são esperadas frentes frias e massas de ar frio em setembro, com temperaturas mínimas próximas aos 5ºC nas regiões tritícolas, mas com reduzido risco para geadas tardias nas lavouras.


Fonte: Joseani Antunes / Embrapa Trigo



 

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