No período, a semeadura evoluiu apenas em regiões onde houve umidade do solo adequada para a operação. Na Fronteira Oeste, Noroeste e Norte, a ausência de chuvas paralisou a atividade. A redução da umidade já causa estresse hídrico em parte significativa das áreas no Estado, reduzindo o potencial produtivo da cultura.

A sanidade das lavouras continua satisfatória. Porém, nas áreas monitoradas pelo Programa Monitora Ferrugem RS, predominam os níveis de risco para a doença (Phakopsora pachyrhizi) entre baixo e médio, com exceção de algumas pequenas áreas. Na região de Santa Rosa, esporos vêm sendo registrados nas lâminas, há algumas semanas. Por isso, os produtores têm acrescentado fungicidas, de forma preventiva, às aplicações para o controle de plantas daninhas em pós-emergência. Ainda assim, é necessário redobrar a atenção para o monitoramento e controle de pragas e doenças.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, a escassez de chuvas na Fronteira Oeste está causando perdas significativas e impedindo a conclusão do plantio das lavouras mais tardias. Muitas áreas semeadas em dezembro apresentam problemas de estande devido tanto a falhas na germinação, provocadas pela falta de umidade, quanto ao tombamento após a emergência, causado pelas altas temperaturas. A estiagem também deve afetar os produtores de milho que pretendem realizar a semeadura da soja em sequência, pois não há umidade suficiente para a operação.

Em Santana do Livramento, Quaraí e Rosário do Sul, observam-se sintomas de estresse hídrico em grandes porções de lavouras, nos horários mais quentes do dia, ocasionando murchamento ou amarelecimento de folhas e abortamento de plantas. Ainda predominam lavouras com entrelinhas abertas, o que aumenta a perda de umidade. Os cultivos apresentam sanidade apropriada no que se refere à presença de doenças fúngicas. Porém, os produtores monitoram a ferrugem, mas, em razão da previsão climática não indicar chuvas para os próximos 10 dias, têm postergado as aplicações de fungicidas.

Em Manoel Viana e Maçambará, ocorreu morte de plantas em solos arenosos, onde não chove de forma significativa nos últimos 30 dias. As pulverizações realizadas se limitam a pontuais aplicações de herbicidas. Nas regiões de solos mais argilosos, as perdas são consideráveis, porém proporcionalmente menores em áreas com plantas de porte reduzido e que sofreram abortamento floral.

Na Campanha, as plantas ainda apresentam coloração verde, sem sintomas significativos de estresse hídrico, salvo nas em solos arenosos ou rasos com menor acumulado de chuvas em dezembro. Os produtores relatam alguma preocupação com a paralisação do crescimento das plantas, apesar de poucos cultivos já estarem em fase de floração, que é menos tolerante à falta de umidade. Também há receio quanto às extensas áreas implantadas depois do Natal devido à rápida perda de umidade do solo e a não ocorrência de novas precipitações após a semeadura; nessas áreas, poderá ser necessário realizar replantios em um período considerado bastante tardio. Restam lavouras a plantar em Dom Pedrito, Hulha Negra, Lavras do Sul e Caçapava do Sul.

Em Hulha Negra, devido ao tempo seco, os produtores estão esperando para efetuar as aplicações de fungicidas, pois, em algumas lavouras, há sintomas de manchas foliares no baixeiro, favorecidas tanto pelas chuvas da primeira quinzena de dezembro quanto pela incidência de oídio, que tem se beneficiado da baixa umidade nas últimas semanas. Segue o manejo de plantas daninhas nos horários de umidade relativa do ar e de temperaturas adequadas (período noturno e início da manhã). A dessecação está sendo executada antes que a umidade no solo fique reduzida e, assim, limite a eficiência dos herbicidas.

Na de Caxias do Sul, o desenvolvimento das lavouras segue vigoroso e com sanidade apropriada, apesar das condições climáticas favoráveis ao desenvolvimento de doenças, como ferrugem-asiática (Phakopsora pachyrhizi) e mofo-branco (Sclerotinia sclerotiorum). Embora pragas, como lagarta e percevejo, estejam presentes em níveis populacionais ainda baixos, muitos produtores estão aplicando inseticidas em conjunto à fungicidas e herbicidas.

Na de Erechim, 20% das áreas estão em fase de formação de vagens/início do enchimento de grãos. A germinação da soja plantada na resteva de trigo e de cevada foi melhor. Contudo, há preocupação quanto à escassez de umidade nessa fase crítica da cultura, podendo reduzir a produtividade.

Na de Frederico Westphalen, 15% está em florescimento. O estabelecimento e o desenvolvimento vegetativo dessas áreas foram considerados adequados, mas atualmente estão significativamente impactadas pelo estresse hídrico. Nas lavouras semeadas em novembro, o estabelecimento ficou comprometido pelo excesso de chuva, que afetou tanto o processo de germinação como, em muitos casos, favoreceu a ocorrência de podridões radiculares, gerando problemas no estande das plantas. Essas precipitações em excesso também ocasionaram a lixiviação de nutrientes, em especial do nitrogênio mineral do solo. Em relação ao manejo, está sendo realizado o controle de plantas daninhas na fase de pósemergência da soja e as primeiras aplicações de fungicidas em lavouras em desenvolvimento vegetativo mais avançado.

Na de Ijuí, 10% das áreas implantadas estão em floração. As plantas estão bem desenvolvidas, com número de ramos laterais e espessura da haste principal adequados. Estão em granação 5% das áreas. A preocupação dos agricultores aumenta com a perspectiva de déficit hídrico, e há relatos, em algumas regiões no eixo Jóia/Salto do Jacuí, de abortamento de flores e das vagens de soja. Uma grande parcela das lavouras se encontra em fase de elevada exigência hídrica, sob risco de redução significativa do potencial produtivo, já que a parte foliar, as raízes e a nodulação estão menores, podendo resultar no encurtamento do ciclo e prejudicar a formação dos grãos. Nas regiões sem precipitações há mais de 15 dias, algumas áreas apresentam murcha em decorrência da falta de chuvas, notadamente as semeadas em final de outubro e início de novembro. A sanidade das lavouras está boa. Nos municípios onde choveu, foram retomados os tratos culturais, como controle de doenças fúngicas e de pragas, principalmente devido ao aumento das populações de ácaro e lagarta, favorecidas pelo tempo seco.

Na de Passo Fundo, a cultura está em desenvolvimento vegetativo (85%) e floração (15%). Os produtores realizam o controle das plantas daninhas, o monitoramento de pragas e de doenças, em especial ferrugem-asiática, e aplicam fungicidas preventivamente.

Na de Pelotas, as primeiras áreas implantadas estão em início de florescimento. Resta 7% a plantar. Devido às constantes precipitações, o nível de umidade nos solos tem se mantido excelente, favorecendo a emergência e o desenvolvimento e, consequentemente, o estande das plantas.

Na de Santa Maria, as lavouras estão em diferentes estágios, desde germinação até formação de vagens. Porém, o estresse hídrico deve refletir na produtividade. Em Cacequi, nas áreas plantadas mais tardiamente, que ainda não fecharam as entrelinhas, observam-se manchas e secamento de plantas.

Na de Santa Rosa, a semeadura está paralisada em razão da falta de chuvas, mas já chega a 95% das áreas, que estão predominantemente na fase de desenvolvimento vegetativo (89%) e em floração (11%). Há grandes falhas de estande, principalmente em bordaduras e locais próximos a árvores em função do estresse hídrico e térmico. Nas várzeas, que são naturalmente mais úmidas, as plantas estão em condições adequadas. O tempo predominantemente seco tem trazido alguns problemas para os produtores, como: o surgimento de populações de ácaro, que estão monitoradas e controladas; a dificuldade de controlar tanto plantas daninhas, devido à baixa eficiência de herbicidas em pós-emergência, quanto lagartas subterrâneas, que se alimentam dos caules da soja, diminuindo, ainda mais, o estande das plantas, já prejudicado pelas condições de implantação das lavouras. Durante o período, foram observadas sucessivas aplicações de inseticidas com o intuito de controlar a população dessas lagartas. Contudo, essas condições ambientais beneficiam a sanidade da cultura, pois reduzem a ocorrência de doenças. Em relação aos tratos culturais, os produtores também estão cautelosos quanto ao tempo seco a às altas temperaturas, pois efetuar pulverizações neste momento de estresse da cultura pode agravar o desenvolvimento das plantas. Mesmo assim, algumas áreas, principalmente em estádio reprodutivo, estão sendo pulverizadas durante a noite para o controle de tripes, ácaro e, de forma preventiva, de ferrugem-asiática (Phakopsora pachyrhizi).

Na de Soledade, a cultura da soja se beneficiou das precipitações, que ocorreram no período, em grande parte da região. Em muitos locais onde a chuva foi fraca ou ausente, os cultivos ainda não expressam estresse hídrico acentuado, mas o ritmo de crescimento diminuiu, mantendo-se com a reserva de umidade do solo. O cenário geral da cultura é considerado dentro dos padrões. Estão 20% das lavouras em florescimento. Apesar da baixa pressão de doenças, devido ao clima mais seco, os manejos fitossanitários preventivos são realizados sobretudo para controlar a ferrugem-asiática, cujos esporos (estruturas reprodutivas) estão sendo detectados nos coletores, estrategicamente distribuídos na região. Em relação a pragas, há incidência pontual de lagarta-falsa-medideira (Chrysodeixis includens), cujo controle é realizado em conjunto com os tratamentos fúngicos.

Comercialização (saca de 60 quilos)

O valor médio, de acordo com o levantamento semanal de preços da Emater/RS-Ascar no Estado, reduziu 0,13%, quando comparado à semana anterior, passando de R$ 127,46 para R$ 127,29. Bolsa de Cereais de Cruz Alta está em R$ 137,00/sc. para produto disponível.

Confira o Informativo Conjuntural n° 1849 Emater/RS completo, clicando aqui!

Fonte: Emater RS



 

FONTE

Autor:Informativo Conjuntural 1849

Site: Emater RS

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