Em fevereiro, as importações brasileiras de trigo cresceram com força. Isso porque, ainda que muitos agentes de moinhos se mostrem abastecidos, os compradores ativos no spot buscam o cereal com qualidade superior, cuja oferta é baixa no mercado doméstico – o clima desfavorável prejudicou o desenvolvimento da safra nacional.

Como resultado, demandantes acabaram adquirindo a matéria-prima de fora, sobretudo de países do Mercosul.

IMPORTAÇÕES

Segundo dados da Secex, em fevereiro, as importações brasileiras de trigo somaram 531,55 mil toneladas, volume 82,3% acima do registrado no mesmo período do ano passado, de 291,63 mil toneladas. O preço médio do cereal importado foi de US$ 240,93/t FOB origem, queda de 33,2% também no comparativo anual. Já quanto às exportações, o Brasil embarcou apenas 276,18 mil toneladas, contra 533,42 mil toneladas em fev/23.

Produtores, por sua vez, seguem focados no planejamento da próxima temporada brasileira e na colheita da safra atual de verão.

PREÇOS INTERNOS

Em fevereiro, a média do trigo negociado no Paraná foi de R$ 1.250,55/t, leve alta 0,1% frente à de janeiro, mas recuo de 24,5% sobre a de fev/23, em termos nominais. Em Santa Catarina, a média de R$ 1.373,50/t avançou 1,4% no mês, mas caiu 15% em um ano. Já no Rio Grande do Sul, a média foi de R$ 1.189,13/t, respectivas quedas de 3,2% e
18,8%.

Em São Paulo, as reduções foram de 2,2% e 31,5%, nessa ordem, com a média passando para R$ 1.227,75/t. Se analisados os preços do trigo em fevereiro de cada ano, as cotações
atuais estão nos menores patamares desde 2020, quando a tonelada era negociada abaixo de R$ 1.000.

DERIVADOS

As cotações dos derivados de trigo cederam em fevereiro, diante da maior disponibilidade e do baixo interesse de compra. Para o farelo, o clima (chuvas intensas) também influenciou o mercado. No mês, o farelo ensacado se desvalorizou 3,8% e o granel, 0,8%. Para as farinhas, no mesmo comparativo, as baixas mais representativas foram verificadas para a bolacha salgada (-4,3%), massas frescas (-2,3%) e bolacha doce (-2,3%).

OFERTA E DEMANDA MUNDIAL

Novas estimativas para a safra 2023/24 de trigo apontam produção mundial abaixo da temporada anterior, enquanto o consumo se eleva. São projetadas 785,74 milhões de toneladas, queda de 0,4% em relação à safra passada, com a pressão ainda vindo da Austrália e do Cazaquistão.

Para o consumo global, o USDA prevê 797,52 milhões de toneladas em 2023/24, incremento de 0,9% frente a 2022/23 e superior à produção mundial. Os estoques finais foram novamente reduzidos e devem somar 259,44 milhões de toneladas, queda de 4,3% em relação à temporada anterior e seguindo como os menores desde 2015/16.

Em relação aos volumes transacionados internacionalmente, o USDAaumentou a estimativa frente ao relatório de janeiro, porém, continuaminferiores aos da temporada passada. A quantidade mundial exportadadeve somar 214 milhões de toneladas em 2023/24, queda de 1% nacomparação com a safra 2022/23, com recuo expressivo na Austrália (-28,9%).

Apesar disso, há expectativa de elevação significativa nosembarques da Argentina, que podem somar 10 milhões de toneladas.No Brasil, em estimativa divulgada em fevereiro, a Conab apontou áreanacional de 3,48 milhões de hectares, em linha com o ano anterior.

A Companhia ajustou apenas os dados de produtividade para 2024, elevandoem 25,9% a média nacional, para 2,93 t/ha. Com isso, a produção prevista éde 10,19 milhões de toneladas, forte aumento de 26% frente à temporadafinalizada em 2023.

MERCADO EXTERNO

Na Argentina, os preços FOB do Ministério daAgroindústria cederam 5,2% entre janeiro e fevereiro, com a médiapassando para US$ 232,33/t. A queda do primeiro vencimento na Bolsa de Chicago foi de 2,4% entrejaneiro e fevereiro, com média de US$ 5,8581/bushel (US$ 215,25/t) para oSoft Red Winter na CBOT. Na Bolsa de Kansas, o primeiro vencimento dotrigo Hard Winter caiu 3,8% em igual comparativo, para US$ 5,9521/bushel(US$ 218,70/t).

Fonte: Cepea

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FONTE

Autor:Cepea

Site: Agromensais Trigo

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