As chuvas durante o período abrangeram todas as lavouras de trigo do Estado, o que foi fundamental para manter níveis adequados de umidade no solo, pois a maior parte das plantas encontram-se em estágios reprodutivos (40% em floração e 28% em enchimento de grãos), cuja demanda hídrica é maior. As lavouras semeadas mais precocemente (1%) iniciaram o processo de maturação.

Os manejos estão em andamento, concentrados na prevenção de doenças. Nas lavouras em estágio vegetativo, é realizado controle de manchas e oídio. Nas áreas em fase reprodutiva, as principais doenças são ferrugem e giberela.

Na Região Noroeste do Estado, foi observada a presença de múmias de pulgão fixadas nas espigas, evidenciando que as liberações de parasitoides, realizadas nas décadas de 1970 e 1980, continuam a contribuir para o controle da praga, especialmente em áreas que aplicam o Manejo Integrado de Pragas (MIP). A área cultivada, conforme dados da Emater/RS-Ascar, é de 1.312.488 hectares, e a produtividade prevista está em 3.100 kg/ha.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, na Fronteira Oeste, as lavouras estão majoritariamente em fase reprodutiva, apresentando boas condições sanitárias. Porém, em Alegrete, onde são cultivados 25 mil hectares, observa-se porte mais reduzido de plantas em comparação a safras anteriores.

Em Maçambará, o desenvolvimento das culturas tem sido afetado pela alta umidade e pela falta de luminosidade, aumentando a incidência de doenças foliares. O estresse hídrico, durante a fase vegetativa, impactou negativamente o perfilhamento e a emissão de espigas, gerando expectativa de perda de até 5% no potencial produtivo. Na região, apesar dessas adversidades, as condições climáticas mais recentes têm favorecido o manejo fitossanitário, permitindo o controle eficaz de pragas e doenças. No entanto, a interferência da fumaça tem levantado preocupações quanto à disponibilidade de radiação solar para as plantas em fase reprodutiva.

Na Campanha, os produtores estão apreensivos com a falta de luminosidade e o excesso de umidade no solo, principalmente em áreas argilosas. As condições climáticas previstas para o segundo semestre não estão se confirmando, dificultando as práticas de adubação nitrogenada e pulverização de herbicidas.

Na de Caxias do Sul, predomina o estágio de perfilhamento. As áreas semeadas mais precocemente estão em alongamento do colmo, e algumas estão entrando no início do espigamento. O aspecto visual das plantas apresenta coloração verde intensa, indicando bom estado nutricional e fitossanitário, o que sugere um prognóstico positivo para a colheita.

Na de Erechim, as precipitações, com médias de 50 mm na região, foram muito favoráveis ao desenvolvimento adequado. Aproximadamente 40% estão em estágio vegetativo, expandindo a área foliar e apresentando dossel livre de pragas e doenças. As áreas em estádio reprodutivo – de floração e enchimento de grãos – representam 60%. A expectativa de produtividade permanece favorável.

Na de Frederico Westphalen, 20% estão em estágio vegetativo, 50% em fase de florescimento, e 30% em enchimento de grãos. As lavouras seguem favorecidas pela elevada radiação solar e pelas precipitações leves ocorridas em 12 e 13/09. Entretanto, apesar das aplicações intensificadas de fungicidas, o avanço do oídio é preocupante em muitas lavouras e impacta significativamente a redução da área foliar.

Na de Ijuí, a cultura segue apresentando bom desempenho, e predominam as lavouras em estágio de emissão de espigas e floração. O intervalo entre as precipitações tem beneficiado a cultura, pois não ocorre o molhamento prolongado, reduzindo o risco de infecção fúngica. No entanto, a presença de fuligem das queimadas tem diminuído a luminosidade. A baixa umidade continua a reduzir a pressão de doenças nas espigas, e os produtores mantêm o cronograma de controle preventivo para proteger as anteras e espigas.

Na de Passo Fundo, a cultura apresenta adequada capacidade produtiva. As lavouras estão distribuídas nas fases de afilhamento (25%), emborrachamento (65%) e floração (10%). Não há incidência de doenças e pragas.

Na de Pelotas, 77% das lavouras encontram-se na fase de desenvolvimento vegetativo, e 23% estão em florescimento. O desenvolvimento está dentro da normalidade, e não há registro significativo de doenças fitossanitárias.

Na de Santa Maria, o estado fitossanitário das lavouras apresenta-se adequado, sem indicativos de pragas ou doenças.

Na de Santa Rosa, 10% das lavouras estão em fase vegetativa; 48% em florescimento; 42% em enchimento de grãos; e 1% em maturação. As lavouras apresentam satisfatório potencial produtivo, com espiguetas bem formadas e sem falhas de fecundação. No entanto, foi observada alta incidência de oídio, especialmente no estrato inferior das plantas; algumas variedades são mais suscetíveis à doença. Algumas cultivares demonstraram melhor resistência ao patógeno, o que influencia a escolha de variedades para a próxima safra que exijam menos custos com controle fitossanitário. Além disso, os produtores manifestaram preocupação com a persistência de alta nebulosidade e chuvas leves, que podem aumentar o risco de doenças, como giberela e brusone, nas lavouras ainda em florescimento. A floração tardia dos afilhos também é motivo de atenção, pois pode comprometer a uniformidade dos grãos na colheita.

Na de Soledade, as lavouras se encaminham para a fase reprodutiva. Parte da área cultivada (25%) iniciou o espigamento/florescimento; 67% estão em elongação do colmo/emborrachamento; e 8%, em final de perfilhamento.

Comercialização (saca de 60 quilos)

O valor médio, de acordo com o levantamento semanal de preços da Emater/RS-Ascar no Estado, aumentou 0,68%, quando comparado à semana anterior, passando de R$ 68,94 para R$ 69,41. O produto disponível foi cotado na Bolsa de Cereais de Cruz Alta em R$ 84,00/sc.

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Fonte: EMATER RS



 

FONTE

Autor:Informativo Conjuntural 1833

Site: Emater/RS

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