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Trigo/RS: Estimativa inicial da safra 2024 é de 1.312.488 hectares cultivadas no estado

A estimativa inicial da Safra 2024 é de 1.312.488 hectares. No período, o plantio foi intensificado, chegando a 82% da área, praticamente finalizado a Noroeste do Estado. Na região de Caxias do Sul, no Sul e na Campanha, a operação ainda está atrasada. Em algumas regiões com maior atraso, os produtores avaliam se desistem do plantio de trigo para não impactar o de soja na próxima safra – nos Campos de Cima da Serra – ou se investem em pecuária – como é o caso de Bagé –, o que pode resultar em menor área implantada.

As baixas temperaturas favoreceram as lavouras implantadas e contribuem para o bom perfilhamento e desenvolvimento das plantas, formando lavouras adequadas.

Os tratos culturais no momento são adubação nitrogenada em cobertura e pulverização com herbicidas em pós-emergência para controle de invasoras, mais notadamente azevém (Lolium multiflorum) e nabo-forrageiro (Raphanus sativus L.). As aplicações de fungicidas também são realizadas para o controle de manchas foliares, pois o clima úmido favorece a sua incidência.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, os produtores da Fronteira Oeste avançaram significativamente os trabalhos de semeadura, após novo período sem chuvas significativas. Em São Gabriel, a implantação da cultura foi concluída, alcançando os 9 mil hectares estimados. A utilização de sementes não certificadas foi bastante expressiva e pode limitar o potencial produtivo de algumas lavouras.

Em Alegrete, a semeadura já ultrapassa 70% dos 25 mil hectares previstos e não avançou mais devido à necessidade de intervenção para a correção dos processos erosivos, ocorridos em muitas áreas afetadas pelas precipitações intensas nos meses de outono. Em alguns pontos, formaram-se até mesmo voçorocas, demandando operações mais complexas. Já nas áreas com erosão em sulcos, práticas mais simples estão sendo aplicadas para garantir boas condições de trabalho das plantadeiras, de pulverizadores e colhedoras.

Em Maçambará, o plantio avançou, atingindo65% da área inicialmente prevista de 28.560 hectares. Alguns produtores optaram por plantar canola e outros pastagens; pode ocorrer redução da área de trigo em torno de 20%. Algumas lavouras estabelecidas com sementes de baixa qualidade estão sendo replantadas, pois o estande não ficou satisfatório, mesmo com a utilização de densidade de semeadura acima do recomendado para compensar o baixo vigor e germinação.

Em Manoel Viana, o plantio está próximo da conclusão, porém a falta de chuvas preocupa, e algumas das últimas lavouras semeadas podem apresentar problemas de estande ou desuniformidade na emergência. As lavouras mais adiantadas também podem sofrer impacto pelo atraso na aplicação da adubação nitrogenada em cobertura, que está paralisada devido a pouca umidade no solo. Em São Borja, o plantio alcançou 28.500 hectares de 30 mil previstos. As chuvas leves, registradas em 05/07 (sexta-feira), foram benéficas para manter os níveis de umidade no solo, e alguns produtores aproveitaram para realizar a primeira adubação em cobertura.

Na Campanha, o plantio tradicionalmente se intensifica em julho. A continuidade do clima seco está permitindo o acesso do maquinário, em partes das lavouras que estavam muito úmidas até o final de junho, para a realização do preparo do solo. Em Aceguá, o plantio de 1.200 hectares previstos chegou a 58%. Nos municípios de Bagé e Hulha Negra, a semeadura ainda está em fase inicial, com pouco mais de 10% da área prevista implantada. Os produtores realizam a dessecação para estabelecer a cultura em sistema de plantio direto. O clima não foi adequado para a pulverização e efetividade dos herbicidas, considerando a umidade relativa do ar e as temperaturas baixas.

Na de Caxias do Sul, a semeadura avançou pouco devido às condições climáticas de alta umidade no solo e no ambiente. Para as áreas já germinadas, o frio foi benéfico por favorecer o perfilhamento, porém a ausência de insolação prejudica o bom desenvolvimento das plantas.

Na de Erechim, o clima favorável, no início da última semana, possibilitou a implantação de aproximadamente 95% da área. Da área plantada, 80% estão em fase de desenvolvimento vegetativo, e 20% em fase de emergência. As lavouras apresentam desenvolvimento satisfatório, embora, em algumas, o estande de plantas esteja abaixo do recomendado, e haja presença de erosão laminar, causada pelas chuvas ocorridas no final do período. Os produtores esperam melhores condições de solo para finalizar o plantio.

Na de Frederico Westphalen, que representa 11% da intenção de plantio do Estado, a semeadura está atrasada em função do excesso de umidade do solo. No entanto, no período de 01 a 05/07, as boas condições de umidade do solo permitiram o avanço da semeadura, que atingiu 90% do previsto; essas áreas estão em fase de germinação e de desenvolvimento vegetativo. O adequado estabelecimento e desenvolvimento das áreas semeadas no início da janela de semeadura (10%) tem influenciado positivamente a expectativa de produtividade, que passou de 3.082 kg/ha para 3.390 kg/ha.

Em muitas áreas, é realizada a adubação nitrogenada em cobertura de forma antecipada, visando promover a emissão de maior número de afilhos e compensando, em muitos casos, uma população de plantas abaixo do esperado. O estado fitossanitário é satisfatório, favorecido pelas baixas temperaturas. Em relação ao manejo, as aplicações visam ao controle preventivo de manchas foliares.

Na de Ijuí, a cultura está em fase final de semeadura na principal região produtora, que representa 23,6% da área total, faltando menos de 15 mil hectares para a finalizaçãoaproximadamente 4% da área projetada. Em razão da redução da umidade no solo, foi possível realizar a semeadura entre os dias 01 e 04/07 (segunda até quinta-feira), nos municípios onde não ocorreram precipitações.

De maneira geral, as lavouras estão se estabelecendo conforme o padrão aceitável, mas não há uniformidade na densidade das lavouras. As primeiras lavouras semeadas entre final de maio e primeira quinzena de junho apresentam estande de plantas desuniforme nos talhões de cultivo, não necessitando replantio. Porém, não se obterá a mesma densidade de plantas em toda a lavoura. Nessas áreas, que representam aproximadamente 20% do total cultivado, os produtores iniciaram a aplicação da adubação nitrogenada em cobertura.

Em Santo Augusto, há um maior número de lavouras desuniformes, cujas causas (fortes chuvas ou problemas de germinação das sementes) estão sendo avaliadas por extensionistas rurais da Emater/RS-Ascar e produtores.

Na de Lajeado, a expectativa de plantio é de 4.335 hectares, e estão implantados 62% dessa área. Há atraso devido às condições climáticas e à necessária reformulação de algumas áreas de plantio. Contudo, a expectativa é de conclusão da área plantada nos próximos dias para que não atrase o plantio da soja na sequência. Além disso, a escassez de semente no mercado é outro fator que retarda a operação. Como a região não é a preferencial para o cultivo de trigo, os agricultores tendem a competir, ainda mais, na busca por sementes.

Na de Passo Fundo, são previstos 115.860 hectares cultivados. A implantação está em fase inicial, mas enfrenta desafios em função das condições climáticas adversas, como o excesso de chuvas. Atualmente, 55% da área destinada ao trigo, de um total estimado de 115.800 hectares, já foi semeada. No entanto, os produtores aguardam a melhoria das condições climáticas para dar continuidade às operações de plantio.

Na de Pelotas, os produtores intensificaram a semeadura de 30/06 a 06/07 em decorrência da ausência de chuvas, de dias ensolarados e da possibilidade de tráfego de máquinas, chegando ao índice de 41%. Em razão das condições de clima chuvoso e de solos com alta umidade nas semanas anteriores, a operação está bastante atrasada na região. As lavouras implantadas estão em pleno desenvolvimento vegetativo e sem problemas fitossanitários.

Na de Santa Maria, a semeadura está quase concluída – cerca de 84% da área. As lavouras encontram-se nas fases de germinação e de desenvolvimento vegetativo.

Na de Santa Rosa, o tempo seco e ensolarado, de 01 a 04/07, possibilitou retomar o plantio nas lavouras. Assim, a área plantada evoluiu, passando de 85% para 96% dos 290.150 hectares previstos, redefinidos após novas avaliações por parte das Reunião de Estatísticas Agropecuárias (REAGRO) nos municípios. A semeadura foi concluída em muitos municípios.

A produtividade média esperada para a região é de 3.287 kg/ha. A germinação de trigo nas lavouras recém-semeadas foi adequada, formando boa população de plantas. O desenvolvimento e o perfilhamento das plantas estão satisfatórios, favorecidos pelas temperaturas baixas e pela boa umidade do solo, assim como pelo aproveitamento da adubação nitrogenada em cobertura, cujos trabalhos deverão ter continuidade e ser intensificados no período.

A maioria das lavouras apresenta bons aspecto e população de plantas. Em função das chuvas em 05/07 (sexta-feira), muitos produtores realizaram aplicações de fertilizantes nitrogenados nas áreas de trigo em pré-afilhamento, visando antecipar o fornecimento de nitrogênio e consequentemente estimular, ainda mais, o perfilhamento e o crescimento inicial.

Foram observadas, em algumas lavouras, as primeiras ocorrências de lagarta e pulgão nas áreas com desenvolvimento mais avançado. Os produtores relatam que efetuaram a aplicação de inseticidas para o controle da população desses insetos. Na região, observa-se a paisagem preponderante das lavouras de trigo, formando uma espécie de “tapete verde” como reflexo do crescimento vegetativo.

Na de Soledade, as lavouras, de maneira geral, estão bem estabelecidas, sobretudo as semeadas na primeira quinzena de junho, que representam a maior parte da área de cultivo. Nessas lavouras, os agricultores se preparam para iniciar os tratos culturais. A produtividade esperada é de 3.000 kg/ha.

No Alto da Serra do Botucaraí e Centro-Serra, a semeadura foi concluída; no Vale do Rio Pardo, o excesso de umidade do solo atrasou o plantio em relação ao período preferencial, que segue dentro do recomendado, conforme o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC). A baixa incidência de radiação solar afeta o desenvolvimento inicial das lavouras, resultando em menor taxa fotossintética, mas com bom aspecto em geral. Porém, há potencial de recuperação, caso as condições climáticas favoráveis se restabeleçam.

Comercialização (saca de 60 quilos) 

O valor médio, de acordo com o levantamento semanal de preços da Emater/RS-Ascar no Estado, reduziu 0,57%, quando comparado à semana anterior, passando de R$ 68,67 para R$ 68,28. O produto disponível foi cotado na Bolsa de Cereais de Cruz Alta em R$ 80,00/sc.

Confira o Informativo Conjuntural n° 1823 completo, clicando aqui!

Fonte: EMATER/RS



 

FONTE

Autor:Informativo Conjuntural 1823

Site: Emater/RS

Equipe Mais Soja
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