A estimativa de cultivo de trigo no Estado para a safra 2022 é de 1.413.763 hectares. A produtividade estimada é de 2.822 kg/ha. O plantio está praticamente concluído. As lavouras em geral apresentam bom desenvolvimento, avançando para a floração nas regionais de Frederico Westphalen e de Santa Rosa.
Na região administrativa da Emater /RS Ascar de Bagé, com o início do período marcado pelo clima seco e quente, os produtores da Campanha se concentraram no plantio, porém o cenário ainda é preocupante, pois há grande atraso nos municípios de Bagé, Dom Pedrito, Hulha Negra, Aceguá e Candiota.
De maneira geral, as áreas de terras argilosas não permitiram a entrada do maquinário devido ao excesso de umidade, sendo possível avançar com o plantio apenas nas áreas de textura média e arenosa, em coxilhas bem drenadas. O período contemplado no Zoneamento Agrícola na região se encerrou no domingo (31). Dessa forma, todas as áreas que ainda serão implantadas estão descobertas no que se refere ao seguro agrícola.
Alguns produtores aproveitaram o clima favorável para aplicar fertilizante nitrogenado nas áreas estabelecidas em junho. O atraso no plantio não afetou o estabelecimento de ervas daninhas, havendo infestação de buva e azevém em muitas lavouras, mesmo antes da realização da semeadura, situação que deve impactar diretamente no custo para a aquisição de herbicidas. Boa parte dos produtores ainda considera realizar o plantio, caso o clima permita ao longo das próximas duas semanas.
Porém, a previsão de fortes chuvas nos próximos dias pode afetar diretamente esse planejamento. Nos municípios produtores da Fronteira Oeste, a fase de plantio foi praticamente concluída antes da chuva na quinta-feira. Em Santa Margarida do Sul, a área plantada foi de 4 mil hectares ou 75% da estimativa, sendo que os produtores descartam novos plantios devido ao término do período de Zoneamento e ao clima adverso.
São realizados o monitoramento do estabelecimento das últimas lavouras implantadas e a ocorrência de insetos-praga doenças e plantas daninhas nas áreas estabelecidas entre junho e a primeira quinzena de julho. De maneira geral, o estado fitossanitário é considerado satisfatório, mas as condições ambientais são favoráveis para a incidência de pulgões e manchas foliares. Continuam as aplicações de nitrogênio e herbicidas, que devem proporcionar alguma melhora no potencial produtivo das lavouras afetadas pelo clima adverso nas semanas anteriores.
Na de Caxias do Sul, a semeadura foi concluída nos Campos de Cima da Serra, e as condições climáticas foram favoráveis para a realização da semeadura, garantindo boa germinação e estabelecimento inicial adequado das lavouras. As primeiras áreas semeadas já receberam adubação nitrogenada em cobertura. A temperatura elevada acelerou a germinação, e as plantas apresentam rápido desenvolvimento inicial.
Na de Erechim, a cultura está implantada, sendo que 10% das lavouras estão em emergência e 90% em estado vegetativo. Os produtores aproveitaram as chuvas leves da semana para a aplicação de nitrogênio em cobertura; as lavouras apresentam bom estado.
Na de Frederico Westphalen, o clima favorece o desempenho da cultura, que se encontra quase totalmente em germinação e desenvolvimento vegetativo, e apenas 2% em início da floração. Continuou a aplicação de nitrogênio e o controle de plantas invasoras, em especial azevém e nabo, e muitos agricultores estão optando pelo uso de produtos hormonais, como 2,4-D, em razão da alta população de buva presente nas lavouras.
Nesta safra, o manejo fitossanitário é importante, já que muitas lavouras de soja não fecharam as entrelinhas no verão, e ocorreu emergência de plantas hospedeiras de doenças, além de temperaturas mais elevadas e molhamento foliar. Em razão da semeadura sucessiva de trigo, os produtores realizam aplicação de fungicidas já na fase inicial de desenvolvimento, associado a herbicidas.
Na de Ijuí, a semeadura foi concluída. A área semeada pode ser maior em relação à expectativa inicial em alguns municípios, a serem confirmados. Entre os dias 25 e 31/07, os esforços se concentraram na adubação nitrogenada em cobertura antes e após a chuva de quinta-feira e no controle de plantas invasoras, havendo relatos de elevada incidência de buva nas lavouras em alguns municípios e sinais da ação de pragas de solo, principalmente coró.
As condições climáticas e de umidade do solo estão favorecendo o desenvolvimento acelerado da cultura. As temperaturas elevadas ocorridas nas últimas semanas, desencadearam o surgimento de doenças, como mancha foliar, em algumas áreas, conforme relatos de alguns municípios, porém pouco expressivas.
O desenvolvimento foi positivamente diferenciado nas lavouras cuja condição de manejo do solo e plantas de cobertura antecessoras favorecem a cultura. Praticamente toda a área semeada está recebendo ou já recebeu adubação em cobertura. Quase a totalidade das lavouras ainda está em fase de desenvolvimento foliar, afilhamento e alongamento do colmo, e menos de 2% estão na fase de emborrachamento.
Na de Pelotas, segue a semeadura, entrando na reta final, com 81%. De 24 a 30/07, o clima mais ameno e as temperaturas em elevação durante o dia favoreceram enormemente
o desenvolvimento vegetativo do trigo. Os produtores deverão finalizar a semeadura do trigo neste início de agosto, sem avançar para não comprometer as melhores épocas de semeadura da soja.
Aumentou a área cultivada nesta safra com o ingresso de novos produtores na região, impulsionados pelo valor do trigo no mercado. Na de Santa Rosa, 93% das lavouras estão em desenvolvimento vegetativo com perfilhamento. As lavouras plantadas no cedo representam 5% em floração e 2% em enchimento do grão. Com a melhoria das condições de insolação da semana, a cultura apresentou boa evolução, e as plantas apresentaram melhor coloração pelo aumento da clorofila.
Os produtores aproveitaram as previsões de chuvas para a aplicação de fertilizantes nitrogenados. Com a chuva de pequena monta, os produtores relatam preocupação com o aproveitamento do nitrogênio pelas plantas. O ataque de coró causa perda de plantas em muitas áreas, mesmo com o tratamento de sementes industrial, levando os produtores a fazer uma intervenção com pulverização aérea com inseticidas.
A sanidade das plantas é considerada boa. A maioria das lavouras já recebeu as adubações nitrogenadas em cobertura e os tratos culturais para o controle de invasoras. Em algumas áreas, houve o ataque de pulgões, favorecidos pelas temperaturas elevadas e pelo clima seco, mas os agricultores efetuaram o controle com eficiência.
Nas lavouras que estão entrando em floração e em enchimento de grão, os agricultores realizam pulverizações de fungicida para prevenir doenças, como giberela, e, nas lavouras em perfilhamento, fazem o controle das manchas foliares devido à alta umidade do ar em alguns dias de junho e julho.
Na de Santa Maria, o plantio das lavouras foi concluído na semana. As lavouras encontram-se em fase de germinação e em início do desenvolvimento vegetativo. Na de Passo Fundo, os cultivos estão 5% em germinação e 95% já emergido. Na de Soledade, a área implantada passou de 90 mil hectares. A condição de tempo firme, a boa radiação solar e as temperaturas amenas, predominantes nas últimas duas semanas, favoreceram o crescimento e o desenvolvimento do trigo, deixando as lavouras com aspecto esverdeado característico, com bom perfilhamento também beneficiado pelas baixas temperaturas no final de semana.
A ocorrência de chuva de volumes satisfatórios, após um período de 12 dias de tempo firme, restabelece a umidade do solo e viabiliza a realização de tratos culturais, como adubação nitrogenada em cobertura.
Muitos agricultores seguiram os prognósticos de chuva e aproveitaram para antes aplicar o nitrogenado de modo a melhorar a eficiência da adubação (considerando chuvas de 15 a 30 mm). Segue o controle de plantas invasoras em pós-emergência (POE). Doenças são monitoradas, com atenção ao oídio, que se favorece do tempo seco e temperaturas amenas, predominantes no período.
Comercialização (saca de 60 quilos)
Segundo o levantamento semanal de preços realizado pela Emater/RS-Ascar no Estado, o valor médio apresentou decréscimo de -0,40% em relação à semana anterior, passando de R$ 109,74 para R$ 109,30. A tendência de queda no preço médio se confirmou.
Fonte: Emater-RS