A semana foi de negócios raros no mercado doméstico de trigo, com as atenções da indústria voltadas à disparada do dólar, enquanto os produtores seguiram mais focados na comercialização das safras de verão. Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Jonathan Pinheiro a liquidez foi prejudicada pelo fato da indústria ainda estar bem abastecida, pelo menos para o curto e médio prazos.

Enquanto isso, os agentes avaliaram a tendência de forte alta nos preços que a conjuntura atual favorece. Com menor disponibilidade de trigo no Brasil e nos demais parceiros comerciais do Mercosul — notadamente na Argentina, principal fornecedor do país e o dólar acima de R$ 5,20 no pico da semana —, a indústria terá cada vez mais dificuldades, tanto para importar quanto para repassar os custos para os preços da farinha.

Ao mesmo tempo, o trigo brasileiro ganha competitividade e fica com preços mais fortes diante do fortalecimento das paridades de importação e das cotações internacionais. Apenas na quinta-feira, as cotações futuras do trigo na Bolsa de Chicago dispararam 5% diante a expectativa de aumento nas exportações dos Estados Unidos por conta da recente queda nos preços.

Há ainda a possibilidade de um aumento no consumo interno do cereal. O sentimento é que a população vai demandar mais produtos alimentícios oriundos do trigo nos próximos meses, em decorrência das medidas de isolamento por conta da pandemia do coronavírus.

No Brasil, o mercado tende a sofrer reajustes mais acentuados nos preços no médio prazo, daqui a 30 ou 45 das, quando as indústrias terão que retomar com força à ponta compradora, no momento em que seus estoques estiverem bem mais baixos, assinalou Pinheiro.

Fonte: Agência SAFRAS

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