É conhecido que a boa qualidade fisiológica de sementes é fundamental para o bom estabelecimento da cultura no campo, entretanto, normalmente associa-se a boa qualidade fisiológica apenas a germinação das sementes. Embora ainda não se tenha convencionado um conceito padrão para o vigor de sementes, ele é um importante atributo fisiológico.

O vigor de sementes influencia no estabelecimento do trigo?

Avaliando a mesma cultivar de trigo, sob mesmos tratos culturais e densidade de semeadura, mas com níveis diferentes de vigor, Henning et al. (2019) observaram que plantas oriundas de sementes de alto vigor apresentaram biomassa da parte aérea relativamente superior a sementes de baixo vigor.

Figura 1. Parcelas experimentais de trigo no início do perfilhamento, instaladas com sementes de níveis de vigor alto (a) e baixo (b).

Fonte: Henning et al. (2019)

Segundo Henning et al. (2019), a utilização de sementes de alto vigor resultou em aumento significativo da altura do trigo em todos os estádios de desenvolvimento da cultura, da emergência ao espigamento, na condição edafoclimática de Londrina – PR (Figura 2a). Já para o estudo conduzido em Ponta Grossa, a semente de alto vigor elevou a altura do trigo na fase inicial da lavoura, na emergência (antes do perfilhamento) e no início do alongamento dos colmos (Figura 2b).



Figura 2. Altura de planta do trigo nos estádios fenológicos de emergência (EMERG), início do alongamento dos colmos (ALONG), início do emborrachamento (EMBOR) e espigamento pleno (ESPIG), em função do nível de vigor de semente em Londrina (a) e Ponta Grossa (b), na safra 2014.

Letras nas colunas comparam níveis de vigor de semente e densidades de semeadura dentro de cada estádio fenológico, pelo teste de Tukey (p≤0,05). Médias de quatro cultivares: BRS Sabiá, CD 150, BRS Gaivota e BRS Gralha-azul. Henning et al. (2019)

Conforme resultados obtidos por Henning et al. (2019), outra variável beneficiada pelo uso de sementes de alto vigor é a Massa Seca da Parte Aérea (MSPA) do trigo. Os autores destacam que a MSPA foi significativamente maior no trigo oriundo de sementes de alto vigor, em diferentes estádios da lavoura. Os resultados de MSPA reforçam o posicionamento agronômico de priorizar investimentos em qualidade fisiológica de semente (Henning et al., 2019).

Figura 3. Massa da matéria seca da parte aérea (MSPA) de plantas de trigo nos estádios fenológicos de emergência (EMERG), início do alongamento dos colmos (ALONG), início do emborrachamento (EMBOR) e espigamento pleno (ESPIG), em função do nível de vigor de semente em Londrina (a) e Ponta Grossa (b).

Fonte: Letras nas colunas comparam níveis de vigor de semente e densidades de semeadura dentro de cada estádio fenológico, pelo teste de Tukey (p≤0,05). Médias de quatro cultivares: BRS Sabiá, CD 150, BRS Gaivota e BRS Gralha-azul. Fonte: Henning et al. (2019)

Conforme destacado por Henning et al. (2019), além de contribuir para o melhor estabelecimento inicial da cultura no campo, sementes de alto vigor podem expressar maior potencial produtivo, resultando em maiores produtividades de trigo em comparação a plantas originárias de sementes de baixo vigor (Figura 4). Dessa forma, fica evidente a necessidade do uso de sementes de boa qualidade fisiológico, para em conjunto com a adoção de boas práticas agronômicas, obter boas produtividades de trigo.

Confira o trabalho completo de Henning e colaboradores (2019) clicando aqui!


Veja mais: Nitrogênio no trigo – quando aplicar?


Referências:

HENNING, F. A. et al. VIGOR DE SEMENTE E DENSIDADE DE SEMEADURA NA CULTURA DO TRIGO EM DIFERENTES AMBIENTES DE PRODUÇÃO DO PARANÁ. Embrapa, Documentos, n. 425, 2019. Disponível em: < https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/1118972/1/DOC-425.pdf >, acesso em: 08/06/2022.

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