Como será o clima na segunda metade de janeiro? O desenho da primeira quinzena do ano já se tem. Grande parte do Brasil teve temperatura acima da média nos primeiros 15 dias deste mês e com chuva abaixo da média em grande parte do Centro-Sul do país, com acumulados acima em pontos mais do Centro para o Norte do território nacional. Embora uma condição de chuva abaixo da média na grande maioria das áreas do Centro-Sul do país, o mapa de anomalia de precipitação no período não identifica extremos muito localizados de precipitação.
Parte da cidade do Rio de Janeiro, a Baixada Fluminense e a zona Norte de Porto Alegre, por exemplo, já estão com precipitação neste mês que supera a média de chuva de todo o mês de janeiro após temporais com chuva volumosa a excessiva. No verão, os volumes de chuva variam enormemente de um ponto para o outro e estes eventos de pequena escala, localizados, de chuva excessiva, acabam não sendo refletidos em mapas nacionais de anomalia de precipitação. No geral, porém, choveu abaixo da média na maior parte do Centro-Sul do Brasil.
Esta época do ano é o auge da estação chuvosa em muitas cidades do Sudeste e do Centro-Oeste do Brasil que têm em janeiro o seu mais chuvoso do ano pela influência da instabilidade tropical com ar quente e úmido que traz os temporais, além da influência dos episódios da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS). Na cidade de São Paulo, por exemplo, a média histórica de chuva do mês de janeiro é de 292,1 mm, a mais alta entre todos os meses do ano. Já em Belo Horizonte, janeiro é da mesma forma o mês mais chuvoso na climatologia anual da capital mineira com 330,9 mm.
Outra marca da primeira metade do mês foi o calor. Grande parte do Brasil enfrentou uma quinzena de temperatura acima da média. Nos locais em que as máximas ficaram abaixo da média foi por conta da chuva do evento de ZCAS da primeira semana do mês. E na maioria das cidades destas áreas, as mínimas foram mais altas que o normal. Destaque na primeira quinzena de janeiro para a grande anomalia de temperatura entre o Norte do Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo. Choveu menos que o habitual nestas áreas e ainda houve a influência de uma bolha de calor no Paraguai, o que levou ao calor muito acima do normal para janeiro, quando a chuva tende a frustrar extremos de calor. Como será a chuva na segunda metade do mês Grande parte do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e São Paulo devem seguir com chuva abaixo da média. Os maiores volumes de chuva tendem a ocorrer mais a Leste, em Goiás, Tocantins, parte de Minas Gerais, interior da Bahia e parte do Espírito Santo.
O canal de umidade vai estar deslocado mais ao Norte e Nordeste em direção ao final do mês, o que fará com que grande parte do estado de São Paulo, notadamente o interior, siga com chuva abaixo a muito abaixo da média durante a segunda metade de janeiro. Modelo europeu indica que na semana de 15 a 22 de janeiro, a chuva ficaria acima a muito acima da média no Rio Grande do Sul por um sistema de tempestades que vai atuar entre os dias 16 e 17 com acumulados de precipitação elevados a localmente até excessivos no estado gaúcho. A maior parte do Brasil, porém, teria no período chuva perto ou abaixo da média.
Já na semana de 22 a 29 de janeiro o mesmo modelo indica que o Sul e o extremo Norte do Brasil teriam chuva abaixo a muito abaixo da média enquanto uma área entre Minas Gerais (mais o Centro-Norte), parte de Goiás (Norte), Distrito Federal, Tocantins, interior da Bahia e outros locais do Nordeste teriam chuva acima a muito acima da média.
É fundamental insistir que a dinâmica da chuva no verão é de grande variabilidade de volumes de ponto para outro por ser uma época de chuva localizada pelo ar quente. Assim, mesmo que o mapa indique para um estado chuva abaixo a muito abaixo da média não significa ausência de chuva porque esta é a época mais chuvosa do ano em grande parte do Brasil. Pontos isolados, ademais, podem ter acumulados muito altos por temporais que destoem do padrão estadual. Como se espera temperatura acima a muito acima da média em grande parte do Centro-Sul do Brasil, cresce o risco destes temporais muito isolados, às vezes em apenas parte de uma média ou grande cidade, que são capazes de despejar enormes quantidades de chuva em curto período e causar vendavais fortes com danos.
TEMPERATURA NA SEGUNDA QUINZENA:
O padrão observado no Brasil na primeira metade do mês deve seguir durante a segunda quinzena de janeiro com temperatura perto ou acima da média em quase todo o país. No Rio Grande do Sul, em algumas áreas, não em todo o estado, a temperatura pode ficar perto ou abaixo da média. Assim como em pontos entre Minas Gerais e o Nordeste por aumento da chuva nos últimos dez dias do mês.
No geral, a temperatura deve continuar em valores acima da climatologia histórica com os maiores desvios entre o Centro-Oeste e o Sudeste. Em partes de Goiás, do Mato Grosso do Sul, em São Paulo (mais no interior) e no Oeste de Minas, com menos chuva do que o normal, os dias serão mais quentes do que de costume nesta época do ano, o que deve fazer com que a temperatura fique acima a muito acima da média. No Rio Grande do Sul, embora vários dias com calor, a segunda metade de janeiro não será muito quente. A grande maioria dos dias terá temperatura agradável ou com calor em níveis moderados que não fogem muito ao padrão médio histórico. Assim, o risco de uma onda de calor (vários dias de calor intenso) na segunda metade deste mês no estado gaúcho é reputado como baixíssimo.
Fonte: MetSul Metereologia
Autor: METSUL.COM