Muito se fala em aumento de produtividade da soja, entretanto, além desse aumento, é essencial pensar em correta colheita da cultura ao final de seu ciclo. O adiamento da colheita pode refletir em perda qualitativa e quantitativa da produção, seja pelo processo de absorção e perda de água nas sementes no campo (desencadeando rompimento do tegumento), ou mesmo pela abertura dos legumes resultando em perda de grãos.
Conforme recomendações da Embrapa, uma lavoura está apta para colheita quando 95% ou mais dos legumes apresentarem coloração marrom ou cinza, entretanto, para evitar perdas produtividade e qualitativas, especialmente pela quebra e amassamento de grãos respectivamente, deve-se realizar a colheita quando os grãos atingirem umidade entre 13 e 15%. Embora essa seja uma faixa de umidade de difícil obtenção a nível de campo, deve-se priorizar a colheita dentro nessas condições para minimizar os danos e perdas de produtividade decorrentes do processo de colheita.
Atualmente já existem medidores portáteis de umidade que utilizam corrente elétrica para mediar a umidade dos grãos, possibilitando a obtenção desses valores a nível de campo, sendo ferramentas interessantes para a determinação do momento de colheita. Contudo, não para por aí, colhida a soja, a mesma ou vai para a unidade armazenadora ou para a unidade de recebimento, onde os grãos ou sementes passar pelo processo de secagem, pré-limpeza, limpeza entre outros.
Durante o processo de secagem, o objetivo geral é homogeneizar a umidade da massa de grãos para que essa possa ser armazenada sem maiores riscos. Geralmente esse processo visa garantir que a soja alcance a umidade de 13% para o armazenamento de grãos e 12% para o armazenamento de sementes. A redução da umidade dos grãos ou sementes pode resultar em redução da produção em comparação aos valores observados a campo no momento da colheita. Para a real quantificação da produção é possível utilizar uma fórmula pré-definida para grãos ou sementes que possibilita estimativa do peso de grãos de qualquer umidade para 13% ou outra umidade desejada, onde:
Em que: Ud% = Umidade desejada.
É importante atentar que se trata de umidade com base no peso úmido. Como a relação entre porcentagem (%) de umidade e peso de grãos não é linear, caso o cálculo fosse realizado a base de 100% (regra de três), a medida em que os grãos ou sementes perdesse umidade essa base do cálculo iria se alterando, visto que o valor de 100% será sempre o peso das sementes com a umidade atual (Nunes & Backes)
Exemplo:
Deseja-se reduzir a umidade de um lote de 1000kg de sementes com umidade de 16% para a umidade de 13%.
Tendo em vista que a relação entre umidade e peso de grãos/sementes não é linear, a maneira mais correta para real estimativa da produção/peso de um lote é por meio do emprego da fórmula citada anteriormente, onde através dela, pode-se realizar a correção para qualquer umidade desejada de forma eficiente.
Veja também: O que é qualidade de sementes e por que ela é tão importante?
Referências:
EMBRAPA. ARVORE DO CONHECIMENTO: SOJA, COLHEITA. Disponível em: < https://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/soja/arvore/CONTAG01_127_271020069134.html >, acesso em: 15/02/2021.
NUNES, U. R.; BACKES, R. L. B. DETERMINAÇÃO DO GRAU DE UMIDADE E PESO DE MIL SEMENTES. Universidade Federal de Santa Maria, Departamento de Fitotecnia, Curso de Agronomia, Produção e Tecnologia de Sementes, Aula prática.
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