Por T&F Agroeconômica, comentários referentes à 02/05/2025
FECHAMENTOS DO DIA 02/05
O contrato de soja para julho, referência para a safra brasileira, fechou em alta de 0,74 %, ou $ 7,75 cents/bushel a $ 1058,00. A cotação de agosto, fechou em alta de 0,67 % ou $ 7,00 cents/bushel a $ 1051,25. O contrato de farelo de soja para julho fechou em alta de 0,67 % ou $ 2,6 ton curta a $ 296,9 e o contrato de óleo de soja para julho fechou em baixa de -0,54 % ou $ -0,27/libra-peso a $ 49,43.
ANÁLISE DA ALTA
A soja negociada em Chicago fechou o dia em alta, mas o acumulado da semana em baixa. As cotações da oleaginosa oscilaram muito ao longo da semana, na grande maioria das vezes acompanhando o óleo de soja, subproduto que pode ditar a demanda interna da soja americana durante a guerra comercial.
As boas condições no começo do plantio da soja nos EUA, com um progresso dentro do esperado para o período evitaram maiores ganhos nos bons dias de negociação. A safra Sul-Americana, com grande disponibilidade no Brasil e com o produtor argentino buscando uma venda antecipada do grão que ainda está colhendo, é o principal fator de baixa para a soja e o farelo de soja.
Com isso a soja fechou o acumulado da semana em baixa de -0,12% ou $ -1,25 cents/bushel. O farelo de soja caiu -0,54% ou $ -1,6 ton curta. O óleo de soja perdeu -0,76% ou $ -0,38 libra-peso.
Análise da tendência de preços
FATORES DE ALTA
a) ALGUÉM DEU UM PRIMEIRO PASSO: Em relação à segunda guerra comercial, as autoridades chinesas finalmente confirmaram que estão considerando abrir negociações com os Estados Unidos, depois que altos funcionários americanos contataram repetidamente a China para iniciar negociações sobre tarifas, de acordo com uma declaração do Ministério do Comércio chinês. “A China está avaliando a situação, mas nossa posição sempre foi clara. Se for uma luta, lutaremos até o fim. Se for um diálogo, a porta está escancarada”, afirmou a organização em seu comunicado.
b) O DIÁLOGO NÃO SERÁ FÁCIL, MAS É NECESSÁRIO: O órgão chinês enfatizou que, diante de um possível diálogo ou negociações, os EUA deveriam “corrigir suas medidas tarifárias unilaterais errôneas” e enfatizou que não fazê-lo “demonstrará uma completa falta de sinceridade e prejudicará ainda mais a confiança mútua entre as duas partes. Dizer uma coisa e fazer outra, ou mesmo tentar usar as negociações como pretexto para coerção e chantagem, não funcionará com a China”, concluiu o comunicado.
c) CHINA COMPROU SOJA AMERICANA: O maior comprador de soja do mundo apareceu entre os compradores do grão na semana entre 18 a 24 de abril. Segundo o USDA “As vendas aumentaram 55% em relação à semana anterior e 27% em relação à média das quatro semanas anteriores”, que, apesar da guerra comercial em curso, identificou a China como principal compradora, com 139,4 mil toneladas das 428.200 toneladas negociadas.
d) EUA E CHINA REDUZIRAM TARIFAS ESPECÍFICAS: A China suspendeu recentemente as tarifas sobre uma série de produtos estadunidenses, incluindo etano e itens farmacêuticos. Por sua vez o EUA isentou smartphones, laptops e outros eletrônicos das ‘tarifas recíprocas’ anunciadas pelo presidente Donald Trump no início do mês. Como isso ambos os países demonstram que precisam manter o comércio.
FATORES DE BAIXA
a) PLENA DISPONIBILIDADE DA SOJA BRASILEIRA: Com a colheita se aproximando do fim, a Conab no Brasil informou ontem que o progresso da colheita de soja atingiu 94,8% da área adequada, em comparação com 90,5% no mesmo período do ano passado e a média de 93,5% dos últimos cinco anos.
b) COLHEITA NA ARGENTINA EM 23,6%: A Bolsa de Cereais de Buenos Aires (BCBA) informou quinta-feira que, após um aumento semanal de 9,1 pontos percentuais, a colheita de soja argentina atingiu 23,6% da área apta, um atraso de 12 pontos em relação ao ano anterior. Até o momento, 12% da soja da primeira safra e 2% da soja da segunda safra foram colhidos.
c) VOLTA DAS TAXAS NA ARGENTINA: Os argentinos estão vendendo grandes quantidades, para a indústria de farelo, devido à pressão exercida pelo andamento da colheita, à necessidade de dinheiro que muitos deles têm para saldar compromissos e à lógica de evitar adicionar custos de frete e armazenagem de curto prazo. O Governo alertou que em 30 de junho, as taxas de exportação subirão novamente de 26% para 33%.
d) PROGRESSO DO PLANTIO NOS EUA: é baixista o rápido progresso do plantio de 2025/2026 nos EUA, em solos com umidade reposta graças às chuvas oportunas, que atualmente estão concentradas na parte leste do cinturão de soja/milho. De fato, em seu relatório semanal, o USDA informou que o plantio de soja atingiu 18% da área planejada, em comparação com 8% na semana passada; 17% em relação ao mesmo período do ano passado; 12% em média nas últimas cinco campanhas e 17% estimado pelas operadoras.
Fonte: T&F Agroeconômica