1. Indicadores do PIB

O Produto Interno Bruto (PIB) de 2018, divulgado hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cresceu 1,1% na comparação com 2017 e somou R$ 6,8 trilhões. Dessa forma, o resultado anual ficou no piso das expectativas coletadas por 48 instituições consultadas pelo Projeções Broadcast, que previam crescimento entre 1,1% e 1,35%, com mediana de 1,2%. O resultado do último trimestre de 2018, comparado ao trimestre anterior apresenta um crescimento modesto de 0,1%.

Em 2018, o setor agropecuário brasileiro apresentou crescimento de 0,1% quando comparado com o ano anterior. Os demais setores da economia também apresentaram crescimento, 0,6% para a Indústria e 1,3% de alta no setor de Serviços. O destaque positivo na Indústria foi o desempenho da atividade Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos, que cresceu 2,3% em relação a 2017. Todas as atividades que compõem os Serviços apresentaram variação positiva. Atividades imobiliárias avançou 3,1%, seguida por Comércio (2,3%), Transporte, armazenagem e correio (2,2%), Outras atividades de serviços (1,0%), Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (0,4%), Informação e comunicação (0,3%) e Administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (0,2%).

Entre os componentes da demanda interna, houve avanço do Consumo das Famílias (1,9%) e Consumo do Governo se manteve estável (0,0%). Destaque para a alta de 4,1% da Formação Bruta do Capital Fixo (FBCF), primeiro resultado positivo após uma sequência de 4 anos em queda. A alta da FBCF demonstra um aumento dos investimentos na economia, e uma tentativa de retomar o crescimento do país. A taxa de investimento (FBCF/PIB) apresentou alta de 15,8% em 2018.

No setor externo, as Exportações de Bens e Serviços cresceram 4,1%, enquanto as Importações de Bens e Serviços avançaram 8,5%.

Gráfico 1 – PIB e subsetores 2018 (Taxa acumulada em quatro trimestres em relação ao mesmo período do ano anterior)

2. PIB – Agropecuário

Em 2018, o setor agropecuário brasileiro apresentou crescimento de 0,1% quando comparado com o ano anterior. Essa ligeira alta foi decorrente, principalmente, do desempenho da produção café (29,4%), algodão (28,4%), trigo (25,1%) e soja (2,5%) produtos que correspondem a 36% do faturamento agropecuário e sustentaram o desempenho do setor. Por outro lado, a queda de produtividade em lavouras como a do milho (-18,3%), laranja (-10,7%), arroz (-5,8%) e cana (-2,0%), produtos que representam 20% do faturamento, puxaram o resultado do setor para baixo.

O desempenho da produção da pecuária bovina (+3,7%) também contribuiu para o crescimento do PIB agropecuário. A pecuária de corte corresponde a 47,3% do faturamento – valor bruto da produção (VBP) – no segmento pecuário, e 16,3% da agropecuária.

A alta de 0,1% demonstra que o setor agropecuário se mantém crescendo. É importante ressaltar que a base de comparação desse resultado é 2017, ano em que o setor apresentou crescimento de 12,5%, a maior variação anual da série. No ano passado, o PIB da agropecuária foi o grande responsável pela expansão da economia, puxado principalmente pela safra recorde de grãos (produção de 238 milhões de toneladas). Em 2018, a safra de grãos apresentou resultado um pouco inferior, 227 milhões de toneladas produzidas.

Observando a série histórica, iniciada em 1996, o resultado anual do PIB da agropecuária é majoritariamente positivo, sendo as exceções os anos de 2009, 2012 e 2016 (-3,7%, -3,1% e -5,2%, respectivamente), anos impactados por efeitos climáticos que comprometeram a produtividade no campo.

Gráfico 2 – PIB Agropecuário – taxa acumulada em quatro trimestres (%)

3. Considerações

Os resultados apresentados hoje demonstram que o setor agropecuário se mantém crescendo, com variação positiva de 0,1% do PIB da agropecuário em 2018. É importante ressaltar que a base de comparação é o ano de 2017, quando o setor apresentou crescimento de 12,5%, a maior taxa de crescimento anual da série.

O resultado de 1,1% do PIB em 2018 repete o crescimento de 2017. Por um lado, retrata a lenta recuperação da economia que vem testando a ansiedade dos empresários; por outro, demonstra a resiliência em um ano marcado pela paralisação dos caminhoneiros no final de maio, e o posterior tabelamento de fretes que elevou custos para todos os setores da economia, mas ainda assim, resultou em um leve crescimento da economia brasileira em 2018.

Fonte: CNA AGRO

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