A absorção de água e nutrientes é essencial para o bom crescimento e desenvolvimento vegetal, refletindo na boa produtividade de uma cultura. Os nutrientes do solo, são absorvidos pela planta da solução do solo (água + nutrientes), principalmente pelas raízes, órgãos com maior aptidão para isso.

Conforme destacado por Taiz et al. (2017), o bom contato entre raízes e solo é essencial para a boa absorção de água. Como estruturas que compõem as raízes, os pelos radiculares proporcionam aumento significativo da área de superfície das raízes, possibilitando maior absorção de água e nutrientes do solo.

Cientificamente, é comprovado que a região próxima ao ápice da raiz, tende a apresentar menor restrição a penetração de água em comparação a raízes maduras (mais velhas), em função da menor permeabilidade das raízes lignificadas. Pode-se dizer que a raiz é o principal órgão responsável pela absorção de água e nutrientes pelas plantas.

Como ocorre o movimento da água nas raízes?

Segundo Taiz et al. (2017), a água move-se por três rotas, denominadas: rota apoplástica, rota simplástica e transmembranar.

Rota apoplástica

O movimento da água ocorre pelas paredes celulares e por espaços extracelulares, sem atravessar nenhuma membrana, a medida em que ocorre o deslocamento da água ao longo do parênquima cortical da raiz. O apoplasto pode ser compreendido como um sistema contínuo de paredes celulares, espaços intercelulares de aeração e lumes de células não vivas (Taiz et al., 2017).

Rota simplástica

Nessa rota, a água desloca-se através do parênquima cortical via plasmodesmos. Os plasmodesmos são canais tubulares que facilitam a comunicação intracelular, permitindo o movimento de moléculas entre as células, a troca de sinais citoplasmáticos vitais para o desenvolvimento na forma de proteínas, ácidos nucleicos e outras macromoléculas (Taiz et al., 2017). Ou seja, funcionam como uma espécie de ligação intracelular, que facilita o movimento da água entre outras moléculas.

Figura 1. Parede celular vegetal e seus plasmodesmos associados.

Adaptado: Taiz et al. (2017)

Rota transmembranar (transmembrana)

Como característica dessa rota, a água entra em uma célula da raiz, atravessando a membrana plasmática, passando pelo interior da célula e seguindo da mesma forma nas células seguintes. Ou seja, a água entra em uma célula por um lado, sai pelo outro lado, entra na próxima célula da série e assim por diante (Taiz et al., 2017).



Taiz et al. (2017) destacam que na endoderme, o  movimento da água pelo apoplasto pode ser obstruído por estrias de Caspary. A estria de Caspary nada mais é do que uma banda no interior da parece celular, impregnada com lignina, que por suas características hidrofóbicas, pode obstruir a passagem da água via apoplasto. A estria de Caspary quebra a continuidade da rota apoplástica, forçando a água e os solutos a passarem pela membrana, a fim de atravessarem a endoderme (Taiz et al., 2017).

Figura 2. Rotas de absorção de água pela raiz.

Adaptado: Taiz et al. (2017)

Embora se tenha conhecimento dessas três rotas (apoplástica, simplástica e transmembrana), cabe destacar que a água se move para onde os gradientes e as resistências a dirijam, sendo possível ocorrer a alternância entre rotas e não necessariamente a água siga somente uma única rota.


Veja mais: Disponibilidade hídrica, o principal fator limitante da produtividade da soja



Referências:

TAIZ, L. et al. FISIOLOGIA E DESENVOLVIMENTO VEGETAL. Porto Alegre, ed. 6, 2017.

Acompanhe nosso site, siga nossas mídias sociais (SiteFacebookInstagramLinkedinCanal no YouTube

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.