Durante seu ciclo de desenvolvimento a soja está sujeita a interferência de inúmeros fatoras bióticos e abióticos que podem prejudicar a quantidade e qualidade dos grãos produzidos. Em meio a tantos fatores, aos doenças fúngicas apresentam alta capacidade de interferir negativamente na produtividade da soja, sendo essencial um manejo fitossanitário adequado.
Para um manejo adequado é necessário realizar o monitoramento das plantas para identificar o começo da incidência das doenças. Mas você sabe em que sentido se dá a infecção de doenças fungicas nas plantas?
Em vídeo o professor Marcelo Madalosso explica a importância a dinâmica e o sentido das infecção nas plantas. Conforme destacado por Madalosso, de maneira geral, a infecção da doença na planta começa do terço inferior da planta, passando para terço médio e atingindo o terço superior.
Isso por que após o fechamento das entrelinhas, o terço inferior das plantas em decorrência da baixa circulação de ar e baixa incidência da radiação solar se torna um ambiente propício ao desenvolvimento de fungos, com umidade e temperatura adequados. Além disso, alguns patógenos produzem esporos, oósporo entre outras estruturas reprodutivas que permanecem viáveis no solo, oriundo de cultivos anteriores infectados e ao encontrar condições adequadas de umidade e temperatura germinam infectando novas plantas. Em decorrência disso o terço inferior das plantas é o primeiro dos terços infectado pelas doenças fúngicas.
Figura 1. Sentido geral da infecção de doenças em soja, (principalmente manchas e ferrugem).
Segundo Marcelo, quando os principais sintomas da doença estão visíveis no terço inferior da planta, o terço médio já está sendo colonizados pelo patógeno, podendo apresentar ou não os primeiro sintomas de infecção, já nessa fase, o terço superior ainda não aparenta sintomas, principalmente se tratando de manchas e ferrugem. “Viu a doença embaixo, já sabe que no meio está dentro e em cima está chegando o fungo”
Figura 2. Dinâmica de evolução da epidemia de doenças em planta adulta de soja.
Madalosso destaca que nesse senário, quanto ao controle, pode-se observar que os produtos caso sejam aplicados atuariam de forma preventiva no terço superior, curativo no terço médio e erradicante no terço inferior. Isso demonstra que a eficiência de controle é maior no terço superior.
Cabe destacar que nesse sentido, o monitoramento das plantas é fundamental para definir o momento ideal de intervenção para o controle de doenças, sempre que possível atuando de forma preventiva. O terço inferior das plantas requer maior cuidado, sendo necessário buscar alternativas que viabilizem o maior alcance dos produtos nessa parte da planta, a escolha de cultivares com arquitetura mais ereta, possibilita maior alcance dos produtos e maior incidência da radiação solar no terço inferior das plantas.
Confira o vídeo com a explicação do Professor Marcelo Madalosso.