O fósforo (P), é um dos macronutrientes mais requeridos pelas plantas, constituindo ácidos nucleicos, nucleotídeos, coenzimas, fosfolipídios, entre outros, desempenhando papel fundamental em reações que envolvem ATP (Taiz et al., 2017). Para as plantas, a principal forma de absorção de fósforo é através do fósforo disponível na solução do solo, entretanto, a dinâmica do fósforo no solo está associada a fatores ambientais que controlam a atividade dos microrganismos, os quais imobilizam ou liberam os íons ortofosfato, e às propriedades físico-químicas e mineralógicas do solo (Santos; Gatiboni; Kaminski, 2008).
Uma das principais maneiras de fornecer fósforo às plantas, é por meio da utilização de fertilizantes fosfatados, contudo, o fósforo é relativamente imóvel no solo e assim permanece próximo ao local em que foi colocado o fertilizante. Os fosfatos procedentes do fertilizante reagem com o Ca e o Mg nos solos com alto pH para formar compostos de baixa solubilidade. Estes compostos são menos disponíveis para a planta que os adubos fosfatados e tornam-se cada vez menos disponíveis com o tempo (Grant et al., 2001).
Dessa forma, além do adequado posicionamento do fertilizante fosfatado (abaixo da linha de semeadura), deve-se atentar para parâmetros de solo como valor de pH. Segundo Gitti & Roscoe (2017), a maior disponibilidade do fósforo no solo é observada em faixas de pH variando entre 6 e 7.
Figura 1. Disponibilidade de nutrientes em função do pH do solo.
Para fornecimento do fosforo, existem várias fontes do nutriente disponíveis, entretanto, segundo Gitti & Roscoe (2017), mais importante que escolher a fonte de fósforo, é a determinação do custo da unidade de P2O5 a ser utilizada na propriedade. Além disso, cada fonte de fósforo apresenta suas particularidades, como por exemplo a presença de mais nutrientes além do fósforo. Cabe então, ao profissional e/ou técnico responsável, adequar a fonte e quantidade do fertilizante, ao requerimento nutricional da cultura, levando em consideração a disponibilidade do fertilizante e seu custo de utilização.
Confira abaixo as principais fontes de fósforo disponíveis comercialmente e os teores de P2O5 solúveis.
Tabela 1. Fontes de fósforo disponíveis comercialmente e os teores de P2O5 solúveis.
Ainda que por questões operacionais, seja possível observar em alguns casos a distribuição a lanço de fertilizantes fosfatados, cabe destacar que em virtude de características dinâmicas e de mobilidade do nutriente, essa prática não é aconselhada do ponto de vista agronômico. Conforme destacado por Grant et al. (2001), por ser considerado um nutriente imóvel no solo, o fósforo necessita estar presente próximo a zona radicular da planta para poder ser absorvido por ela.
Sendo assim, a utilização de fertilizantes fosfatados, requer planejamento e boas práticas agronômicas que possibilitem uma adubação eficiente, tanto nutricionalmente quando economicamente, visando a sustentabilidade e rentabilidade do cultivo, sendo uma das alternativas, a adubação de sistema.
Veja também: Fósforo – importância, manejo e sintomas de deficiência
Referencias:
GITTI, D. C.; ROSCOE, R. MANEJO E FERTILIDADE DO SOLO PARA A CULTURA DA SOJA. Fundação MS, Tecnologia e Produção: Soja 2016/2017, 2017. Disponível em: < https://www.fundacaoms.org.br/base/www/fundacaoms.org.br/media/attachments/267/267/5ae094693ac7eb62b18892214e39e87c4db50d63f6523_capitulo-01-manejo-e-fertilidade-do-solo-para-a-cultura-da-soja-somente-leitura-.pdf >, acesso em: 09/12/2020.
GRANT, C. A. et al. A IMPORTÂNCIA DO FÓSFORO NO DESENVOLVIMENTO INICIAL DA PLANTA. Potafos, Informações Agronômicas, n. 95, 2001. Disponível em: < http://www.ipni.net/publication/ia-brasil.nsf/0/43C5E32F5587415C83257AA30063E620/$FILE/Page1-5-95.pdf >, acesso em: 09/12/2020.
SANTOS, D. R.; GATIBONI, L. C.; KAMINSKI, J. FATORES QUE AFETAM A DISPONIBILIDADE DO FÓSFORO E O MANEJO DA ADUBAÇÃO FOSFATADA EM SOLOS SOB SISTEMA PLANTIO DIRETO. Ciência Rural, v.38, n.2, mar-abr, 2008. Disponível em: < https://www.scielo.br/pdf/cr/v38n2/a49v38n2.pdf >, acesso em: 07/12/2020.
TAIZ, L. et al. FISIOLOGIA E DESENVOLVIMENTO VEGETAL. Porto Alegre, ed. 6, 2017.