A ferrugem-asiática, causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, é uma das doenças mais devastadores que acometem a soja. Em casos mais extremos, os danos em decorrência da doença podem chegar a 90% (Godoy et al., 2024).
Além das boas práticas agronômicas, a principal medida de controle da ferrugem consiste no emprego de fungicidas, no entanto, as recomendações de fungicidas para controle da ferrugem asiática da soja devem ser baseadas em produtos registrados contendo estrobilurinas em combinação a triazóis, triazolintione e/ou carboxamidas, as quais devem ser aplicadas em doses, épocas e intervalos de acordo com a recomendação das empresas detentoras do registro (FRAC-BR, 2024).
Ao avaliar a sensibilidade do fungo Phakopsora pachyrhizi a fungicidas com ingrediente ativo único, Godoy et al. (2024) observaram diferença de sensibilidade do fungo a fungicidas. De acordo com os autores, há uma menor severidade da doença entre os triazóis, para protioconazol e tebuconazol. Já entre as estrobilurinas, há uma menor severidade quando utilizado picoxistrobina e metominostrobina.
Figura 1. Média da porcentagem de controle da ferrugem-asiática com os fungicidas tebuconazol (TBZ), ciproconazol (CPZ), tetraconazol (TTZ), protioconazol (PTZ), azoxistrobina (AZ), picoxistrobina (PCX) e metominostrobina (MTM) nos experimentos (n) cooperativos nas safras: 2003/2004 (n=11), 2004/2005 (n=20), 2005/2006 (n=15), 2006/2007 (n=10), 2007/2008 (n=7), 2008/2009 (n=23), 2009/2010 (n=15), 2010/2011 (n=11), 2011/2012 (n=11), 2012/2013 (n=21), 2013/2014 (n=16), 2014/2015 (n=21), 2015/2016 (n=23), 2016/2017 (n=32), 2017/2018 (n=26), 2018/2019 (n=25), 2019/2020 (n=14), 2020/2021 (n=19), 2021/2022 (n=19), 2022/2023 (n=18) e 2023/2024 (n=12) em diferentes regiões produtoras de soja no Brasil.

Fungicidas com ingredientes ativos isolados vêm sendo avaliados desde a safra 2003/2004. Na safra 2023/2024, no geral foi observada maior eficiência de controle de todos os ingredientes ativos isolados em relação à safra 2022/2023, provalvemente, em função da menor pressão da ferrugem-asiática na safra 2023/2024 (Godoy et al., 2024).
Os resultados apresentados por Godoy et al. (2024) demonstram que há alguns ingredientes ativos com maior performance no controle da ferrugem, entretanto, vale destacar que, programas de aplicações iniciados curativamente favorecem a pressão de seleção contínua e aceleram o desenvolvimento de populações menos sensíveis do patógeno e, portanto, não devem ser utilizados (FRAC-BR, 2024).
Em suma, os fungicidas para controle da ferrugem-asiática devem ser utilizados sempre em misturas comerciais ou misturas em tanque, incluindo os fungicidas multissítios para maior eficiência de controle e para atrasar o processo de resistência do fungo aos fungicidas (Godoy et al., 2024).
Além disso, conforme orientações de manejo do Comitê da Ação a Resistência aos Fungicidas, todo programa de controle de ferrugem deve ser iniciado de forma preventiva à ocorrência da doença.
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Referências:
FRAC-BR. IMPORTANTE: NOVAS RECOMENDAÇÕES PARA MANEJO DA FERRUGEM ASIÁTICA DA SOJA. Comitê de Ação a Resistência a Fungicidas FRAC-BRASIL, 2024. Disponível em: < https://www.frac-br.org/recomendacoes-ferrugem-asiatica-da- >, acesso em: 13/01/2024.
GODOY, C. V. et al. EFICIÊNCIA DE FUNGICIDAS PARA O CONTROLE DA FERRUGEM ASIÁTICA DA SOJA, Phakopsora pachyrhizi, NA SAFRA 2023/2024: RESULTADOS SUMARIZADOS DOS ENSAIOS COOPERATIVOS. Embrapa, Circular Técnica, n. 206, 2024. Disponível em: < https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/1165843/1/CT-206-Claudia-Godoy.pdf >, acesso em: 13/01/2024.