O nabo (Raphanus spp.) é conhecido no sistema plantio direto por sua capacidade em descompactar o solo e ciclar nutrientes quando cultivado como planta de cobertura. Em algumas situações, o nabo ainda é cultivado com a finalidade de adubo-verde, servindo como fonte de nutrientes para a cultura semeada em sucessão.
Contudo, essa planta não apresenta só vantagens, sendo comum observar relatos da atuação do nabo como planta hospedeira de doenças como o mofo-branco (Sclerotinia sclerotiorum). Além disso, o nabo pode exercer papel de planta daninha dependendo do contexto em que é inserido, como é o caso de plantas de nabo presentes em meio a cultura do trigo.
Conforme observado por Agostinetto et al. (2008), a matocompetição imposta pelo nabo na cultura do trigo, pode resultar em significativa perda de produtividade da cultura, sendo necessário intervir com medidas de controle a fim de evitar maiores perdas produtivas.
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Em virtude de cultivos anteriores ou sementes mal selecionadas, é comum observar fluxos de emergência de nabo em meio a cultura do trigo, sendo necessário controlar essa daninha antes que maiores danos possam ser observados na cultura do trigo. Dentre as medidas de controle, o controle químico por meio do emprego de herbicidas pós-emergentes prevalece na maioria das propriedades agrícolas.
Conforme destacado por Débora Cristine Neuberger, além da escolha do herbicida utilizado para o controle do nabo, é de suma importância o estádio de desenvolvimento da planta daninha e cultura, em que ocorre a aplicação do herbicida. Se tratando da espécie Raphanus sativus em específico, por ela apresentar resistência conhecida aos herbicidas inibidores da ALS (Chlorimuron; Cloransulam; Imazethapyr; Metsulfuron e Nicosulfuron) (Heap., 2021), esse grupo de herbicidas tendem a não apresentar um controle satisfatório do nabo.
Neuberger destaca que uma alternativa é o uso dos herbicidas mimetizadores da auxina e inibidores da PROTOX, como o 2,4-D e o Saflufenacil, respectivamente, sendo interessante o uso de subdoses desses produtos a fim de evitar a ocorrência de injúrias na cultura do trigo. Visando o controle mais eficiente do nabo, deve-se priorizar o controle da daninha durante o período inicial do seu desenvolvimento (2 a 4 folhas), atentando também para o estádio de desenvolvimento do trigo, a fim de evitar interferências na produtividade da cultura. Consulte um Engenheiro Agrônomo.
Confira o vídeo abaixo com as dicas de Débora Cristine Neuberger.
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Referências:
AGOSTINETTO, D. et al. PERÍODO CRÍTICO DE COMPETIÇÃO DE PLANTAS DANINHAS COM A CULTURA DO TRIGO. Planta Daninha, Viçosa-MG, v. 26, n. 2, p. 271-278, 2008. Disponível em: < https://www.scielo.br/j/pd/a/38w45d7PPbg7sJFKKJwCfQD/?lang=pt&format=pdf >, acesso em: 05/10/2021.
HEAP. I. THE INTERNATIONAL HERBICIDE-RESISTANT WEED DATABASE, 2021. Disponível em: < http://weedscience.org/Pages/Species.aspx >, acesso em: 05/10/2021.