• Soja: tecnologia Bt introduzida em 2013

A tecnologia não é eficiente para sugadores (percevejos e mosca-branca).

Lagartas desfolhadoras:

Inclui a lagarta-da-soja (Anticarsia gemmatalis) e a falsa-medideira (Chrysodeixis includens). São lagartas que consomem o limbo foliar. No caso de C. includens, o dano possui característica de folha rendilhada (BOAS PRÁTICAS AGRONÔMICAS, 2017).

Figura 1. Anticarsia gemmatalis                                     

Figura 2. Chrysodeixis includens   

   

Lagarta das vagens

Inclui a lagarta-das-maçãs (Heliothis virescens) e as lagartas do gênero Helicoverpa. São lagartas que atacam as folhas novas e se alimentam de botões florais, flores e vagens da soja (pragas polífagas) (BOAS PRÁTICAS AGRONÔMICAS, 2017).

Figura 3. Helicoverpa sp. 

Broca-das-axilas ou Broca-dos-ponteiros (Epinotia aporema)

O nome da praga é devido à entrada do inseto pelas axilas e forma um cartucho com o trifólio da planta. Após, se posiciona no caule e bloqueia o fluxo de seiva, comprometendo o desenvolvimento da cultura (BOAS PRÁTICAS AGRONÔMICAS, 2017).

Lagarta-elasmo (Elasmopalpus lignosellus)

Ataque no início de desenvolvimento da cultura, causando: seca, murcha e tombamento da cultura. Devido a sua alta mobilidade, pode atacar diversas culturas e comprometer o estande de plantas (BOAS PRÁTICAS AGRONÔMICAS, 2017).

Figura 4. Elasmopalpus lignosellus

Quando o ataque ocorre em estágios mais avançados da cultura, o sintoma é caracterizado pela seca das folhas da região central da planta.

  • Milho: tecnologia Bt introduzida em 2008. Controle da ordem dos Lepdópteros, Coleópteros e Dípteros

O milho Bt ocupa cerca de 32% da área do mundo com transgênicos, sendo a segunda planta transgênica mais cultivada (CÉLERES, 2017). Em relação ao Brasil na safra 2016/17 (cultivos de verão e inverno), a área semeada com milho Bt foi de 88,4%, conferindo 15,7 milhões de hectares (FARIA, 2018).

De acordo com estudos de FARIA (2018), o qual avaliou diferentes tecnologias Bt, apenas a tecnologia Viptera 3® apresentou resultados significativos. As demais tecnologias obtiveram lagartas grandes semelhantes ao milho convencional.

Tabela 1. Média do número de lagartas pequenas (<15mm) e lagartas grandes (>15mm) de S. frugiperda em duas avaliações de híbridos de milho. Safra 2015/16.

Fonte: Faria (2018).


Ainda, a mesma autora relatou que lagartas de primeiro instar são mais suscetíveis que lagartas de terceiro ínstar aos efeitos da tecnologia Bt.

Comparando o início da introdução da tecnologia no Brasil (safra 2009/10) e safras 2017/18, a produção de milho com a utilização da tecnologia Bt aumentou significativamente. As estimativas de ganhos segundo a EMBRAPA (2019) para a safra de verão, foi de 12 e 13,7 sacas por hectare no milho. Já na segunda safra, os ganhos de produtividade foram de 4,9 e 7,7 sacas de milho por hectare.

Ainda, no ano de 2008/09 o uso de híbrido simples representou 62% do mercado de sementes. Já na safra 2018/19, os híbridos responderam a 82,6%. Dessa forma, podemos perceber uma melhora na qualidade das sementes genéticas de milho (EMBRAPA, 2019).

Lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda)

É a principal praga na cultura do milho. Pode reduzir a produção em até 52% (FARIA, 2018). Além disso, os danos podem ser vistos pela raspagem da folha, o que acarreta em “furos” nas plantas. Ainda, através de sua entrada no colmo pelo cartucho, podem ocasionar seca e murcha, conhecido como “coração morto”. Os danos indiretos são através da entrada de patógenos, ocasionando redução da qualidade dos grãos (BOAS PRÁTICAS AGRONÔMICAS, 2017).

A lagarta possui uma faixa de pontos pretos, três linhas branco-amareladas ao longo do dorso e sua cabeça é caracterizada pelo desenho de um “Y” invertido.

Figura 5. Características de S. frugiperda

Foto: Manejo Integrado de Pragas (2019)

Figura 6. Danos de S. frugiperda                       

Nível de ação: o monitoramento realizado na cultura do milho Bt ocorre pela amostragem de 100 plantas da lavoura, divididas em 5 pontos (totalizando 20 plantas/ponto).

A avaliação do nível de ação é com base em uma escala visual de danos de zero-nove, chamado Escala Davis. O nível de dano é atingido quando 20% das plantas apresentam nota igual ou superior a 3 (BOAS PRÁTICAS AGRONÔMICAS).

Figura 7. Escala Davis

Foto: Aegro (2018).

O conjunto de Manejo da Resistência de Insetos (MRI) é fundamental para o controle da espécie pois a mesma já evoluiu para resistência à proteína Cry1F e Cry1Ab (FARIAS, 2014).

Larva-alfinete (Diabrotica speciosa)

O adulto de D. speciosa é popularmente conhecido por “vaquinha”. Suas larvas se alimentam das raízes, enquanto os adultos consomem as folhas e os “cabelos do milho” (estilo estigma). A tecnologia Bt tem eficiência nas larvas, protegendo a planta durante todo seu ciclo. O controle com tratamento de sementes em milho convencional é limitado (BOAS PRÁTICAS AGRONÔMICAS, 2017).

Figura 8. Larva e adulto de D. speciosa.

Foto: BOAS PRÁTICAS AGRONÔMICAS

Lagarta-da-espiga (Helicoverpa zea)

Seu potencial de dano é cerca de 21% (EMBRAPA, 2008).

Causa danos diretos na espiga do milho. As lagartas colocam seus ovos nos estilo estigmas e após a eclosão, os filhotes penetram na espiga e ficam protegidos dos fatores externos. Dificultando o controle químico. Após a fase larval, as pupas caem no solo (BOAS PRÁTICAS AGRONÔMICAS, 2017).

Figura 9. Helicoverpa zea na espiga do milho.

Fonte: Aegro.
  • Algodão: tecnologia Bt introduzida em 2006

Sabe-se que o uso da tecnologia Bt pode reduzir em até oito aplicações de inseticidas no algodão (BOAS PRÁTICAS AGRONÔMICAS, 2017).

Lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda)

Principal praga da cultura do milho. Causa danos da emergência até a maturação, atacando plantas jovens, folhas e “maçãs” do algodão (BOAS PRÁTICAS AGRONÔMICAS, 2017).

Figura 10. S. frugiperda na cultura do algodão.

Foto: BOAS PRÁTICAS AGRONÔMICAS

Lagartas desfolhadoras: curuquerê-do-algodoeiro (Alabama argilacea) e falsa-medideira (Chrysodexis includens).

O algodão Bt apresenta alto nível de resistência a essas pragas.

Figura 11. Alabama argilacea

Fonte: Defesa Vegetal.

Lagarta-das-maçãs: lagarta-rosada (Pectinophora gossypiella) e integrantes dos gêneros Helicoverpa e Heliothis.

As pragas se alimentam dos botões florais e das “maçãs” da cultura, reduzindo a produtividade e a qualidade das fibras (BOAS PRÁTICAS AGRONÔMICAS, 2017).

Figura 12. Lagarta-das-maçãs

Fonte: Revista Agropecuária.
  • Cana: tecnologia introduzida em 2017

Broca-da-cana (Diatraea saccharalis)

É considerada a maior ameaça das plantações de cana do Brasil. De acordo com especialistas, os custos com despesas de produção e prejuízos podem alcançar até 5 bilhões.ano-1 (BOAS PRÁTICAS AGRONÔMICAS, 2017).

Ocasiona danos diretos e indiretos. Este último através da entrada de microorganismos que invertem a sacarose e reduzem a qualidade do açúcar.

Estudos relatam que a composição do açúcar e do etanol não variam da cana convencional, sendo seguro o uso da tecnologia Bt. O potencial produtivo da cana Bt e da convencional são similares. Dessa forma, pela redução das perdas pela praga, pode-se resultar em aumento da biomassa da planta.

Figura 13. Diatraea saccharalis

Foto: PROMIP

Algumas pragas são capazes de causar danos em diversas culturas, inclusive as mais importantes economicamente: soja, milho e algodão.

Exemplo de pragas que atacam diversas culturas Bt são lagarta-elasmo (Elasmopalpus lignosellus), lagarta-rosca (Agrotis ipsilon) e integrantes dos gêneros Helicoverpa e Spodoptera (BOAS PRÁTICAS AGRONÔMICAS, 2017).

Veja também: Tecnologia Bt – Importância e cuidados na sua utilização

Considerações finais

  • Eficiência no controle de pragas: é compatível com outras práticas de controle;
  • Racionalização de aplicações de inseticidas: reduz-se as aplicações. No período de 1996 a 2006, a tecnologia acarretou em um menor número de aplicações de inseticidas, foram 286 milhões de kg ou 7,8% a menos de produtos utilizados (EMBRAPA, 2008);
  • Economia de água e de combustível: com a redução das aplicações, outros custos são minimizados;
  • Segurança para o agricultor: não expõe diretamente os agricultores aos produtos químicos;
  • Auxilia na redução do desequilíbrio do ecossistema;
  • Maior produção de biomassa pelas culturas Bt com o controle de pragas.

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REFERÊNCIAS

BOAS PRÁTICAS AGRONÔMICAS. Algodão Bt. Disponível em: < https://boaspraticasagronomicas.com.br/culturas-bt/algodao-bt/>. Acesso em: 17.03.2020

BOAS PRÁTICAS AGRONÔMICAS. Cana Bt. Disponível em: <https://boaspraticasagronomicas.com.br/culturas-bt/cana-bt/>. Acesso em: 17.03.2020

BOAS PRÁTICAS AGRONÔMICAS. Conheça as principais pragas controladas pela tecnologia Bt em soja, milho e algodão. Disponível em: <https://boaspraticasagronomicas.com.br/noticias/conheca-as-principais-pragas-controladas-pela-tecnologia-bt-em-soja-milho-e-algodao/>. Acesso em: 17.03.2020

BOAS PRÁTICAS AGRONÔMICAS. Milho Bt. Disponível em: < https://boaspraticasagronomicas.com.br/culturas-bt/milho-bt/>. Acesso em: 17.03.2020

BOAS PRÁTICAS AGRONÔMICAS. Plantas Bt: o que são e para que servem. Disponível em: <https://boaspraticasagronomicas.com.br/noticias/plantas-bt/>. Acesso em: 17.03.2020

BOAS PRÁTICAS AGRONÔMICAS. Soja Bt. Disponível em: < https://boaspraticasagronomicas.com.br/culturas-bt/soja-bt/>. Acesso em: 17.03.2020

CÉLERES. 3º levantamento de adoção da biotecnologia agrícola no Brasil, safra 2016/17. 2017. Disponível em: <http://www.celeres.com.br/3o-levantamento-deadocao-da-biotecnologia-agricola-no-brasil-safra-201617/>. Acesso em: 18.03.2020

DE CASTRO, Adriano Pereira. Perspectivas da utilização do gene Bt para o controle de insetos-praga do arroz no Brasil. Embrapa Arroz e Feijão-Documentos (INFOTECA-E), 2008.

EMBRAPA. Artigo – Tecnologia brasileira e supersafra de milho. Disponível em: < https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/45213254/artigo—tecnologia-brasileira-e-supersafra-de-milho>. Acesso em: 17.03.2020

FARIA, Stéfane Carolina Quista da Silva. Resistência de milho convencional e transgênico e efeitos da idade da planta no desenvolvimento de Spodoptera frugiperda (JE Smith, 1797)(Lepidoptera: Noctuidae). 2018.

FARIAS, J. R. et al. Field-evolved resistance to Cry1F maize by Spodoptera frugiperda (Lepidoptera: Noctuidae) in Brazil. Crop Protection, Guildford, v. 64, 150-158, 2014.

Redação: Equipe Mais Soja.

 

 

 

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