Embora o tratamento de sementes promova considerável proteção à sementes e plântulas de soja, nos estádios iniciais do desenvolvimento da cultura é indispensável o monitoramento e controle de pragas que possam causar injurias as plantas. Pragas como lagartas podem estás presentes desde o início da implantação da lavoura, permanecendo em culturas antecessoras ou até mesmo em plantas daninhas hospedeiras, atacando a cultura da soja logo no início do seu ciclo.
Figura 1. Helicoverpa spp. atacando plântula de soja.
Embora a soja apresente conhecida plasticidade, ou seja, capacidade em compensar pequenos danos, sem perdas na produtividade, a incidência de pragas nos estádios iniciais do desenvolvimento, além da causar redução do estande de plantas, podem interferir na produtividade da cultura, reduzindo a produtividade final dos grãos ou sementes.
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Conforme destacado por Samuel Roggia, Pesquisador da Embrapa Soja, em vídeo publicado no canal da Embora: Soja Radar da Tecnologia, uma das principais alternativas encontradas pelos produtores para reduzir a pressão de pragas nos estádios iniciais do desenvolvimento da soja é o uso de inseticidas em conjunto aos herbicidas nas dessecações pré-semeadura e pós-emergência da cultura da soja.
Entretanto, Samuel Roggia explica que “essa prática de manejo nem sempre é a mais aconselhada, isso por que o uso de inseticidas sem o correto monitoramento e identificação das pragas pode acarretar em um controle ineficiente em virtude da utilização de inseticidas inadequados e também por que o uso de inseticidas sem a devida necessidade pode acarretar na eliminação de inimigos naturais que auxiliam no controle de pragas da soja.”
Os inimigos naturais atuam no controle biológico de pragas da soja, que segundo Cavidanes & Yamamoto (2020), é uma alternativa ao uso de inseticidas, sendo uma interessante ferramenta no manejo de pragas.
Conforme destacado por Bueno et al. (2012), vários insetos podem assumir o papel de predadores de pragas na cultura da soja, desempenhando controle biológico sobre essas pragas.
Figura 2. Adulto de Nabis sp. alimentando-se da lagarta-da-soja.
Embora a grande maioria das espécies de percevejos estejam relacionadas a danos de ordem qualitativa e quantitativa dos grãos e sementes de soja, Bueno et al. (2012) destacam que espécies como o Podisus nigrispinus e o Alcaeorrhynchus grandis atuam no controle biológico de pragas da soja, especialmente das lagartas como a Anticarsia gemmatalis.
Figura 3. Adulto de Podisus sp. sugando lagarta de Anticarsia gemmatalis.
Ainda que o uso de inseticidas em conjunto a aplicações de herbicidas para a dessecação na cultura da soja seja uma alternativa usual para a eliminação das pragas, cabe destacar que visando um manejo integrado de pragas, o monitoramento e identificação das espécies é essencial para a definição do momento de controle e posicionamento de produtos, visando um controle eficientes de pragas e a não eliminação de inimigos naturais.
Confira o vídeo abaixo com as dicas do Pesquisador Samuel Roggia, publicado no canal da Embrapa: Soja Radar da Tecnologia.
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Referências:
BUENO, A. F. et al. CAPÍTULO 8: INIMIGOS NATURAIS DAS PRAGAS DA SOJA. Embrapa, 2012.
CAVIDANES, F. J.; YAMAMOTO, F. T. PRAGAS E INIMIGOS NATURAIS NA SOJA E NO MILHO EM SISTEMAS DIVERSIFICADOS. Scientia Agricola, v.59, n.4, p.683-687, out/dez. 2002