Na maior parte dos solos onde se cultiva soja no Brasil, com cultivo de culturas anuais, têm alguma deficiência de nutrientes ou desequilíbrio entre eles, que impedem as culturas como a soja, o milho e o trigo, de obterem um rendimento satisfatório.
No que diz respeito à produtividade da soja no Brasil, teve-se nos últimos 10 anos um aumento médio de mais de 1.200 kg ha-1. Em algumas regiões, os rendimentos médios atingiram 3.000 kg ha-1, um grande conjunto de agricultores registrou médias acima de 4.400 kg ha-1 e em ensaios de pesquisa são frequentemente observados rendimentos acima de 5.000 kg ha-1 atingindo até 6.500 kg ha-1. Nessas maiores produtividades, a soja estaria requerendo melhores condições de fertilidade.
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Um dos nutrientes importantes para a soja é o enxofre (S). A principal função do S nas plantas é estrutural, na composição de alguns aminoácidos (cisteína, cistina, metionina, taurina) e, devido a isso, está presente em todas as proteínas vegetais, inclusive enzimáticas e também de forma indireta está envolvido na formação da clorofila.
Elevados rendimentos de soja observados recentemente foram alcançados com suprimento de S via adubo. Experimentos conduzidos pela Embrapa Soja revelam aumentos da ordem de 100 a 500 kg/ha em resposta à aplicação nos solos de quantidades entre 25 a 75 kg/ha de S. A análise foliar e a análise do solo, incluindo análise de subsolo, são recomendadas para aqueles solos com suspeita ou já deficientes em enxofre.
Embora as quantidades extraídas (46 kg t-1 de grãos) e exportadas (16 kg t-1 de grãos) por tonelada de produto sejam significativas, as demandas de S eram parcialmente supridas pelas adubações com superfosfato simples, que possui um teor de 10 a 12% de S em sua composição. Com a utilização de fontes concentradas de P, tais como o superfosfato triplo e o monoamônio fosfato (MAP), associada a solos com baixos teores naturais de S, o enxofre passou a ser limitante em muitas lavouras de soja.
Saiba mais: Quando precisamos aplicar enxofre no solo?
Solos com menores teores de matéria orgânica são, portanto, mais susceptíveis a deficiências desse nutriente. Todas as medidas de manejo que visam preservar a matéria orgânica do solo, tais como o sistema plantio direto, consórcio de milho safrinha com capins e integração lavoura-pecuária, são benéficas para a manutenção do S no solo. Solos cultivados há muitos anos, sem o devido cuidado com a manutenção da matéria orgânica, podem ter os teores de S abaixo do nível crítico.
Portanto, em solos cultivados, naturalmente pobres em matéria orgânica do solo ou onde houve redução dos estoques, assim como nas situações onde haja grande exportação sem a devida reposição, há maior probabilidade de resposta a adubações com enxofre.
Para avaliar o efeito das fontes e doses de enxofre (elementar e sulfato) conduziu-se trabalhos nos municípios de Naviraí e Dourados, MS, sendo solos com baixos (0-20 e 20-40 cm: 1 e 2 mg/dm3 ) e altos (0-20 e 20-40 cm: 24 e 41 mg/dm3 ) teores de enxofre no solo, respectivamente, observe os resultados do experimento nas tabelas abaixo.
Tabela 1. Produtividade em função de fontes e doses de enxofre no sulco de semeadura da cultura da soja em solos com teores baixos de enxofre. Fundação MS, Naviraí, MS, 2016/17.

Figura 2. Produtividade em função de fontes e doses de enxofre no sulco de semeadura da cultura da soja em solos com teores baixos de enxofre. Fundação MS, Naviraí, MS, 2017.

Tabela 3. Produtividade em função de fontes e doses de enxofre no sulco de semeadura da cultura da soja em solo com teores altos de enxofre. Fundação MS, Dourados, MS, 2016/17.

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