- Assim como a escolha de um bom produto, seja no controle de plantas daninhas, insetos ou doenças, é fundamental atentar para a tecnologia de aplicação. Um bico de pulverização conta com algumas partes com diferentes finalidades mas todas com fundamental importância para seu funcionamento.
Figura 1. Componentes de um bico de pulverização.
Além da ponta de pulverização, a qual determina a vazão do sistema, é fundamental atentar para os demais componentes do bico, dando atenção especial para os filtros, também conhecidos como “peneiras”. A função das peneiras é basicamente filtrar as impurezas da calda de pulverização, impedindo que haja a danificação ou obstrução da ponta. A utilização de malhas muito finas não permite a passagem do produto nem das impurezas, malhas adequadas não permitem a passagem de impurezas e malhas muito grossas permitem a passagem do produto e das impurezas simultaneamente.
Figura 2. Demonstração esquemática de malhas muito fina, adequada e muito grossas (da esquerda para a direita).
A classificação das malhas leva em consideração a quantidade de orifício que a malha apresenta em uma polegada linear, por exemplo, a malha 50 representa que a malha contem 50 orifícios em uma polegada linear.
Em vídeo, o professor Marcelo Madalosso explica o importante papel que as peneiras representam na pulverização especialmente quando trabalhamos com fungicidas. Segundo Marcelo, cada peneira representa um uso específico, variando de acordo com o tipo de calda e produto a ser utilizado.
Figura 3. Marcelo Madalosso demonstra as diferente malhas de filtros.
Marcelo destaca que as malhas comumente utilizadas para pulverização variam de malhas 50 a 100. O professor ainda comenta a influência das misturas de tanque (mistura de produtos), uma vez que raramente a pulverização é realizada somente com um produto. Segundo ele, fungicidas multissítios apresentam maior capacidade de reação com outros produtos e com isso podem causar maior desgaste de bicos e obstrução de filtros.
Figura 4. Filtro de pulverização obstruído.
Marcelo comenta que desde maio de 2007 há uma norma cuja finalidade é a regulamentação das cores de pontas de pulverização. A norma ISO 19732:2007 possibilita a padronização das cores de filtros para que não ocorram confusões quando ao tamanho de malha e cor, melhorando a comunicação entre empresas, técnicos e produtores.
Veja também: Tecnologia de aplicação – Adjuvantes modificadores de calda
Figura 5. Cores de filtros anteriores a norma ISO 19732 (antigas) e cores de filtros com suas respectivas malhas após a norma (cores novas).
Madalosso destaca que ó momento de entressafra é muito oportuno para a manutenção e revisão dos pulverizadores e seus componentes, sendo que o bom funcionamento desses é fundamental para garantir uma boa aplicação e ainda enfatiza que quando trabalhar com pulverizações de produtos multissítios é fundamental atentar para o tamanho das malhas das peneiras, buscando adequar o tamanho de malha para evitar obstruções de ponta.
Confira o vídeo abaixo com as dicas do Marcelo Madalosso.
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Referências:
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE DEFEZA VEGETAL. MANUAL DE TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO DE PRODUTOS FITOSSANITÁRIOS. ANDEF, disponível em: < http://www.lpv.esalq.usp.br/sites/default/files/Leitura%20%20Manual%20Tecnologia%20de%20Aplicacao.pdf>, acesso em: 19/06/2020.
DOC PLAYER. O QUE É PULVERIZAÇÃO. Doc Player, disponível em: <http://docplayer.com.br/50310382-O-que-e-uma-pulverizacao.html>, acesso em 19/06/2020.
FORQUÍMICA. GOODSPRAY. Forquímica, disponível em: <https://www.forquimica.com.br/goodspray>, acesso em: 19/06/2020.