Em vídeo divulgado no canal do Youtube Professores Alfredo & Leandro Albrecht, a pesquisadora Corina Colombari, integrante do grupo Supra Pesquisa da UFPR, explica as características principais dos herbicidas que atuam como Inibidores do crescimento inicial.


Veja também: Herbicidas Inibidores do Crescimento Inicial (Grupo K)


O Supra Pesquisa vem elaborando uma série de episódios que explicam sobre os mecanismos de ação dos principais herbicidas utilizados atualmente para o controle de plantas daninhas nas lavouras. Os episódios estão sendo lançados sempre aos domingos, no canal do Youtube do Supra Pesquisa.

No décimo primeiro e último episódio da série, a pesquisadora explicou que esse mecanismo de ação atua inibindo a divisão celular nas regiões meristemáticas, consequentemente inibindo a síntese de lipídios e de proteínas. Essa inibição paralisa o crescimento, principalmente da região da radícula.

Normalmente, os herbicidas desse mecanismo de ação devem ser aplicados diretamente no solo devido a esses herbicidas possuírem uma baixa translocação na planta, normalmente denominados como pré-emergentes, como a Trifluralina e o S-Metolacloro.

No Brasil estão registrados apenas os herbicidas pertencentes aos grupos K1 e K3. Vamos ver as principais características de cada um deles.

Principais características dos herbicidas inibidores da formação de ácidos graxos de cadeia longa (K3)

  • São representados pelos herbicidas alachlor, acetochlor e s-metolachlor;
  • O grupo químico destes herbicidas é Cloroacetamidas;
  • Inibem a enzima acil-CoA elongases, que são responsáveis pela síntese de lipídios de cadeia muito longa, precursores de cera, suberina e cutina;
  • Impedem a síntese de giberelina e transformação de amido em glicose nas gramíneas;
  • As sementes afetadas pelo herbicida germinam, mas não emergem;
  • As plântulas que emergem apresentam folhas retorcidas, malformadas e verde-escuro;
  • Folhas largas ao emergirem ficam encarquilhadas e produzem uma depressão acentuada na ponta das folhas;
  • Controlam principalmente gramíneas, mas também algumas dicotiledôneas;
  • Utilizados em pré-emergência;
  • As cloroacetamidas são aparentemente absorvidas pelas raízes (dicotiledôneas) e pelas partes acima da semente epicótilo (principalmente gramíneas), mas a translocação é baixa;
  • Baixa a média mobilidade nos solos.

Principais características dos herbicidas inibidores da formação de microtúbulos (K1)

  • São representados pelos herbicidas trifluralin e pendimethalin;
  • O grupo químico destes herbicidas é Dinitroanilinas;
  • Interferem em uma das fases da mitose, que corresponde à migração dos cromossomas da parte equatorial para os polos das células;
  • Todos estes compostos (grupo das dinitroanilinas) interferem no movimento normal dos cromossomas durante a sequência mitótica;
  • As dinitroanilinas inibem a polimerização da tubulina e, consequentemente, a formação do fuso cromático e movimentação dos cromossomas na fase da mitose;
  • Inibem o crescimento da radícula e a formação das raízes secundárias;
  • São eficientes apenas quando usados em pré-emergência;
  • Eles provocam a ruptura da sequência mitótica (prófase > metáfase > anáfase > telófase) já iniciada;
  • As raízes incham nas pontas;
  • Quando a raiz principal consegue se desenvolver, fica curta, espessa e sem raízes secundárias;
  • Devido à ausência de raízes, a parte aérea fica atrofiada e avermelhada;
  • Em dicotiledôneas pode ocorrer a formação de calos na base da planta;
  • Paralisam o crescimento das raízes;
  • Possuem pouca ou nenhuma atividade foliar;
  • Apresentam de moderada a muito baixa movimentação no solo;
  • Apresentam ótima ação no controle de gramíneas.

Figura 1: Planta de mamona com sintomas de S-Metolachlor misturado ao solo em doses crescentes da esquerda para a direita.

Fonte: Embrapa.

No mundo estão registradas 12 espécies de plantas daninhas resistentes ao grupo K1, 1 espécies resistentes ao grupo K2 e 7 ao grupo K3. No Brasil não temos casos de plantas daninhas com resistência a herbicidas deste mecanismo de ação.

Em monocotiledôneas os sintomas normalmente são o intumescimento dos tecidos e o enrolamento do caulículo, já em dicotiledôneas ocorre uma clorose seguida de necrose e morte da planta.

Para finalizar a série de vídeos, a pesquisadora destacou a importância de termos conhecimento a respeito dos mecanismos de ação para podermos realizar um bom posicionamento dos herbicidas no campo, afim de termos um controle efetivo, evitando a pressão de seleção e a resistência de plantas daninhas.

Confira o vídeo abaixo.


Inscreva-se agora no canal dos Professores Alfredo & Leandro Albrechtaqui.



Elaboração: Engenheira Agrônoma Andréia Procedi – Equipe Mais Soja.

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