Os herbicidas pré-emergentes são indispensáveis para o manejo e controle de plantas daninhas na cultura da soja. Espécies como buva (Conyza spp.), caruru (Amaranthus spp.) e capim-amargoso (Digitaria insularis) produzem uma grande quantidade de sementes, as quais após dispersas, passam a integrar o banco de sementes do solo, germinando sob condições adequadas de temperatura, umidade e luminosidade.

Figura 1. Dinâmica do banco de sementes no solo.

Fonte: Barroso & Murata (2021)

Os herbicidas pré-emergentes atuam diretamente no banco de sementes do solo, inibindo a germinação dessas sementes, e reduzindo consequentemente o fluxo de emergência das plantas daninhas.

Dentre os principais benefícios integrados, podemos destacar a redução dos fluxos de emergência, o aumento do período anterior a interferência e a rotação de mecanismos de ação de herbicidas, contribuindo para o manejo da resistência das plantas daninhas a herbicidas.


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Critérios para uso

Para um desempenho satisfatório dos pré-emergentes, alguns critérios como características físico e químicas do produto, características físico, químicas e biológicas do solo, e clima devem ser levados em consideração no uso desses herbicidas.

Física e química do produto
Cada produto possui características específicas, como a solubilidade, se ele é iônico ou não iônico, ácido fraco ou não e a sua lipofilicidade, por exemplo. Esses fatores possuem relação direta com a aplicação e a ação do produto no solo. Siga as orientações presentes na bula.
Física, química e biologia do solo

Fatores como a quantidade de argila, a textura do solo, a CTC, o pH e a palhada estão fortemente ligados ao potencial de adsorção do herbicida no solo, resultando na capacidade desse herbicida se dissolver.

A palhada, por exemplo, pode ser uma barreira física, impedindo com que o herbicida chegue até o solo, agindo sobre ele. Herbicidas como a Trifluralina ficam fortemente retidos na palhada podendo ser fotodegradados, diminuindo a eficiência do produto.

Clima

Sem água o produto não está na solução do solo, logo, ele não agirá sobre o banco de sementes. A umidade do solo é necessária para que o produto possa alcançar a solução do solo e assim controlar as plantas daninhas do banco de sementes (sementeira).
Além disso, a água é necessária para evitar problemas decorrentes do residual dos produtos, como o que chamamos de carryover, que é o residual indesejado no solo que pode causar problemas para as futuras culturas que serão implantadas na área.
Critérios como seletividade do produto, espectro de controle e custo, são fatores que também devem ser considerados na escolha do pré-emergente. Para definir o pré-emergente, é essencial conhecer o histórico da área, dando preferência por ingredientes ativos que controlem plantas daninhas mais complexas de se controlar na pós-emergência, como é o caso do caruru.
Embora diversos fatores devam ser considerados para a utilização dos herbicidas pré-emergentes, quando bem empregados, esses herbicidas contribuem efetivamente para a redução dos fluxos de emergência das plantas daninhas.

 


Veja mais: Eficiência de herbicidas pré-emergentes no controle do caruru


Referências:

BARROSO, A. A. M.; MURATA, A. T. MATOLOGIA: ESTUDOS SOBRE PLANTAS DANINHA. Fábrica da palavra, 2021.

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