Com danos que podem representar perdas de produtividade de até 50%, a mancha amarela (Pyrenophora tritici-repentis/Drechslera tritici-repentis) é uma das principais doenças do trigo, presente em praticamente todas as regiões produtoras do cereal (Antunes, 2018).
Em consequência do desenvolvimento de esporos do fungo que causam lesões na folha do trigo, tem-se a redução da área fotossinteticamente ativa e com isso a redução da produção de fotoassimilados, refletindo em menor enchimento de grãos, impactando a produtividade. A temperatura ideal para o desenvolvimento da doença varia entre 18°C e 28°C, com período de molhamento de 12 a 30 horas contínuas, logo, períodos chuvosos com temperaturas amenas tendem a favorecer o desenvolvimento da mancha amarela (Santana et al., 2012).
Figura 1. Sintomas típicos de mancha amarela em folhas de trigo.
Para controle da mancha amarela em trigo, estratégias como a rotação de culturas (duas safras sem trigo ou cevada) e o uso de cultivares resistentes vem sendo empregadas no manejo da doença, entretanto, o controle químico com a utilização de fungicidas ainda prevalece em lavouras comerciais (Antunes, 2018). Contudo, a agressividade do fungo torna necessária perícia no posicionamento de fungicidas, a fim de aumentar a eficiência de controle da doença.
Para um adequado posicionamento de fungicidas é necessário conhecer o comportamento desses produtos no controle da doença. Avaliando a eficiência de fungicidas no controle da mancha amarela e da ferrugem da folha em trigo, Fochesatto et al. (2020) observaram que o fungicida epoxiconazol + fluxapiroxade + piraclostrobina obteve melhor controle da mancha amarela, alcançando 85,5%. Dentre as variáveis avaliadas pelos autores, pode-se destacar a área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD) e o controle (%).
Os tratamentos avaliados consistiram em diferentes fungicidas, sendo eles: T1) testemunha; T2) epoxiconazol + fluxapiroxade + piraclostrobina; T3) azoxistrobina + benzovindiflupir; T4) azoxistrobina + ciproconazol e propiconazol; T5) trifloxistrobina + tebuconazol; T6) piraclostrobina + metconazol; T7) piraclostrobina + epoxiconazol; e T8) protioconazol + trifloxistrobina (Fochesatto et al., 2020).
Tabela 1. Área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD) e controle (%) para mancha amarela em trigo, cv. ‘BRS 374’, nos tratamentos com fungicidas.
Conforme resultados obtidos por Fochesatto et al. (2020) fica evidente a eficiência do tratamento epoxiconazol + fluxapiroxade + piraclostrobina no controle da mancha amarela em trigo, contribuindo inclusive para o aumento da produtividade da cultura em comparação a testemunha (sem aplicação de fungicidas).
Embora o estudo também tenha avaliado a eficiência dos fungicidas testados no controle da ferrugem da folha do trigo, com relação a produtividade os tratamentos com epoxiconazol + fluxapiroxade + piraclostrobina; azoxistrobina + benzovindiflupir; piraclostrobina + metconazol e protioconazol + trifloxistrobina apresentaram os melhores resultados, incrementando a produtividade em 37,4%; 38,0%; 39,4% e 43,8%, respectivamente (Fochesatto et al.,2020).
Confira o trabalho completo de Fochesatto et al. (2020) clicando aqui!
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Referências:
ANTUNES, J. M. NOVAS TECNOLOGIAS PARA CONTROLE DA MANCHA AMARELA EM TRIGO. Embrapa, 2018. Disponível em: < https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/37885579/novas-tecnologias-para-controle-da-mancha-amarela-em-trigo >, acesso em: 22/07/2021.
FOCHESATTO, M. et al. APLICAÇÃO DE FUNGICIDAS VISANDO O CONTROLE DE MANCHA AMARELA E FERRUGEM DA FOLHA EM TRIGO. Revista Científica Rural, Bagé-RS, v. 22, n. 2, 2020. Disponível em: < http://revista.urcamp.tche.br/index.php/RCR/article/view/3132 >, acesso em: 22/07/2021.
SANTANA, F. M. et al. MANUAL DE IDENTIFICAÇÃO DE DOENÇAS DE TRIGO. Embrapa, Documentos, n. 108, 2012. Disponível em: < https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/990828/manual-de-identificacao-de-doencas-de-trigo >, acesso em: 22/07/2021.