Características como elevada produção de sementes e fácil dispersão delas, fazem do caruru (Amaranthus spp.) uma planta daninha persistente em lavouras anuis. A presença dessa daninha em culturas como soja e milho pode resultar em significativa perda de rendimento, o que torna justificável o controle do caruru.
Embora o controle químico com o emprego de herbicidas pós-emergentes ainda seja uma das ferramentas mais usuais para o controle de plantas daninhas como o caruru, o crescente número de casos de resistência de plantas do gênero Amaranthus a herbicidas torna necessária a adoção de medidas de controle complementares a utilização de pós-emergentes.
Além de boas práticas agronômicas como o uso de sementes certificadas, a limpeza de máquinas e equipamentos agrícolas e o controle de plantas daninhas no período entressafra, medidas como a rotação de culturas e a boa cobertura do solo são essenciais no manejo de plantas como o caruru. Por ser considerada uma planta fotoblásticas positiva, as sementes de caruru necessitam de luz para germinar, e a boa cobertura do solo com a palhada residual dos cultivos, impossibilita a chegada de luz às sementes, reduzindo significativamente os fluxos de emergência do caruru.
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Entretanto, em condições adequadas de umidade e luminosidade, as sementes de caruru podem germinar mesmo em condições de boa cobertura do solo, dando origem a novas plantas. Esse fato pode ser observado em condições de elevada quantidade de sementes no banco de sementes do solo. Em condições de baixa cobertura do solo, essas sementes são beneficiadas, resultando em elevados fluxos de emergência do caruru.
Nessas situações, medidas além das citadas anteriormente necessitam ser tomadas a fim e evitar maiores danos do caruru. Uma das principais é a utilização de herbicidas pré-emergentes. Os herbicidas pré-emergentes são utilizados para controle de plantas daninhas antes que elas emerjam do solo, atuando diretamente no banco de sementes do solo e consequentemente reduzindo os fluxos de emergência de plantas daninhas.
Conforme destacado por Leonardo Bortet, o uso de pré-emergentes reduz significativamente a população de caruru em comparação a áreas onde não há a aplicação desses produtos, proporcionando melhores condições para o desenvolvimento da soja. Além de reduzir significativamente a infestação de caruru, o emprego de herbicidas pré-emergentes proporciona melhor estabelecimento inicial da cultura da soja pela redução da matocompetição.
Contudo, se tratando do caruru, deve-se atentar para a escolha do herbicida utilizado, dando preferência para herbicidas com amplo espectro de ação e efeito residual prolongado, visto que essa planta daninha possui vários fluxos de emergência ao longo do ciclo da soja. Com relação a aplicação dos pré-emergentes, fatores como condições de clima e solo devem ser levadas em consideração, sendo necessário conhecer as características do produto utilizado, para melhor eficiência de controle.
Confira o vídeo abaixo com mais um episódio do MISSÃO CARURU.