Em virtude do elevado potencial das plantas de caruru em matocompetir com aculturas agrícolas, causando a redução da produtividade delas, o controle do caruru é fundamental para a obtenção de altas produtividades de culturas como soja e milho.

Dentre os métodos de controle das plantas do gênero Amaranthus, podemos destacar o controle químico com o emprego de herbicidas, entretanto, algumas espécies apresentam resistência conhecida a determinados herbicidas, o que dificulta o controle dessas daninhas em pós-emergência.


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Além do emprego de herbicidas pós-emergentes, o controle cultural com a palhada residual de culturas agrícolas ou plantas de cobertura cobrindo a superfície do solo é de suma importância para reduzir os fluxos de emergência do caruru. Aliado a isso, o uso de sementes certificadas e a limpeza de máquinas e equipamentos agrícolas é fundamental para reduzir a disseminação de sementes de caruru.

Em razão da grande quantidade de fluxos de emergência do caruru ao longo do desenvolvimento de culturas como a soja e a resistência de algumas dessas plantas daninhas a herbicidas pós-emergentes, os herbicidas pré-emergentes desempenham papel essencial no manejo e controle do caruru. Os herbicidas pré-emergentes atuam diretamente no banco de sementes do solo, inibindo a germinação e/ou emergência do caruru, reduzindo significativamente as infestações da daninha.

Conforme destacado por Mário Bianchi, pesquisador da CCGL, a maior parte dos herbicidas pré-emergentes disponíveis para controle do caruru já são amplamente conhecidos, sendo alguns deles, o Metribuzin, a Trifluralina, o Sulfentrazone, o Flumioxazin e o S-metolachlor. Herbicidas cujos mecanismos de ação variam entre inibidores do fotossistema II, Inibidores da PROTOX e inibidores da divisão celular (Quadro 1).

Quadro 1. Herbicidas pré-emergentes disponíveis para controle do caruru e seus respectivos mecanismos de ação.

O S-metolachlor em particular, é considerado um herbicida inibidor do crescimento, pertencente ao subgrupo acetamidas, entretanto, seu mecanismo de ação não é bem conhecido. Ele não controla plantas emergidas e conforme destacado por Marchi; Marchi; Guimarães (2008) o sítio primário de ação dos herbicidas pertencentes ao subgrupo acetamidas, nas espécies de folhas largas como o caruru, é as raízes.

Além dos herbicidas vistos anteriormente, Bianchi destaca que Imazethapyr e Clorimuron, ambos herbicidas inibidores da enzima acetolactato sintase (ALS), desempenham bom controle do caruru. Contudo, se tratando do emprego de herbicidas pré-emergentes para o manejo e controle do caruru, algumas particularidades e cuidados devem ser levados em consideração para o bom funcionamento desses herbicidas.

Bianchi explica que para um controle eficiente de plantas daninhas, os herbicidas pré-emergentes necessitam alcançar o solo, sendo necessário muitas vezes ultrapassar a camada de palha que promove cobertura superficial ao solo. Além disso, a eficiência de alguns herbicidas está relacionada ao teor de umidade do solo, sendo necessário planejamento das pulverizações para suprir a necessidade do produto.

Dessa forma, além da escolha do produto e definição da dose a ser utilizada, atentar para fatores de ambiente e manejo é de suma importância para um adequado controle de plantas daninhas utilizando herbicidas pré-emergentes.

Confira abaixo mais um episódio do MISSÃO CARURU com as dicas do pesquisador da CCGL, Mário Bianchi.


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Referências:

MARCHI, G.; MARCHI, E. C. S.; GUIMARÃES, T. G. HERBICIDAS: MECANISMOS DE AÇÃO. Embrapa, Documentos, n. 227, 2008. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CPAC-2010/30295/1/doc-227.pdf >, acesso em: 03/09/2021.

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